Maus hábitos alimentares estão relacionados à incidência, prevalência e progressão de doenças crônicas, como a síndrome metabólica. Em contrapartida, produtos vegetais podem ser recursos preventivos e/ou terapêuticos devido à presença de compostos bioativos com propriedades fisiológicas. O fruto de Mauritia flexuosa (buriti) é rico em flavonóides, carotenóides, ácido ascórbico e vitamina E. Esse trabalho avaliou as ações hipolipemiantes, fisiológicas e quimiopreventivas do extrato aquoso do epicarpo, mesocarpo e endocarpo do fruto de M. flexuosa (SisGen #A690444) em modelos experimentais miméticos de distúrbios metabólicos em ratos Wistar submetidos a uma dieta hipercalórica (CEUA/UFPI n° 492/2018). A ingestão da ração hipercalórica ocorreu durante 58 dias consecutivos e nos 8 dias finais os animais foram divididos em grupos: SHAM, controle negativo (CN), controle positivo redutor de lipídios séricos (fenofibrato 100 mg/kg/dia), controle positivo redutor de glicemia (glibenclamida 0,6 mg/kg/dia) e grupos teste com extrato aquoso (100 mg/mL) de epicarpo, mesocarpo e endocarpo (1000 mg/kg/dia, via oral por gavagem). Após ingestão da dieta hipercalórica, os animais ficaram hiperglicêmicos, dislipidêmicos e com alterações bioquímicas típicas da síndrome metabólica mas os extratos reduziram a glicemia (epicarpo: 22%; mesocarpo: 32%; endocarpo: 24%; CN: 171,0 ± 2,1 mg/dL; p < 0,05). Os animais que receberam mesocarpo mostraram redução dos níveis séricos de triglicerídeos, colesterol total e LDL-c. Os animais do grupo epicarpo e mesocarpo apresentaram redução de creatinoquinases (CK total e CK-MB): (794.0 ± 136.6 e 647.6 ± 54.9 mg/dL) em comparação com o controle negativo (2002.0 ± 89.7 e 1793 ± 53.9 mg/dL, respectivamente, p < 0,05). Por outro lado, todos os grupos revelaram redução do índice aterogênico e do nHDL-C (com exceção do endocarpo) e normalização dos níveis séricos de ureia e creatinina (p < 0,05). O grupo fenofibrato foi o único a causar aumento do peso relativo do fígado e todos os grupos revelaram aumento dos níveis hepáticos de glutationa reduzida (GSH) e redução de TBARS (p < 0,05). Assim, as partes do fruto de Mauritia flexuosa demonstraram efeito hipoglicemiante e melhoraram parâmetros lipidêmicos, e a queda do índice aterogênico sugere cardioproteção evidenciada pela redução dos níveis séricos de TGO e CK-MB. Ao mesmo tempo, a recuperação parcial do ritmo de filtração glomerular evidenciada pela redução da creatinina plasmática associada ao restabelecimento do equilíbrio oxirredutor hepático por aumento de GSH e diminuição da peroxidação lipídica indicam o fruto do buriti como uma fonte renovável, regional e barata de compostos bioativos que pode fazer com parte da dieta na forma in natura ou como suplemento alimentar. Por fim, agradecemos à CAPES e ao CNPq pelo apoio financeiro. |
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Patrizia Dardi
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Caroline Pancera Laurindo
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Jéssica Mayara Nascimento Lopes
Karen Cristina Rego Gregorio
Natália Monteiro Pessoa
Paulo Henrique Evangelista Silva
Patrizia Dardi
Thayna dos Santos Vieira
Vanessa Brito Cândido
Vanielle A. do Nascimento Vicente
Yago Carvalho Lima
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Funcionários:
Leila Affini