O CONTROLE GENÉTICO DA FUNÇÃO TIREOIDIANA NO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

• Autor
• Iago Junger Santos
• Co-autores
• Clara Sabença Gusmão , Eugênio Horácio Grevet , Claiton E. D. Bau , Diego L. Rovaris
• Resumo

• Introdução:O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição do neurodesenvolvimento de etiologia complexa. O TDAH resulta em alto prejuízo clínico, além de elevado impacto social e econômico. Sabe-se que os hormônios tireoidianos (HT) possuem papel fundamental no desenvolvimento cerebral, de forma que, o mau funcionamento da ação do conjunto dos HT e seus receptores podem acarretar danos na arquitetura do córtex, falha na migração neuronal, maturação de astrócitos, prejuízos na foliação, dendritogênese, entre outros desfechos. Assim, o exemplo mais grave da ausência da ação dos HT é o cretinismo, que tem como sintomas intenso déficit cognitivo e de crescimento. Com relação ao TDAH, existem evidências que correlacionam o transtorno ao hipertireoidismo, alta concentração de TSH durante a gravidez, tireoidite autoimune materna e disfunção tireoidiana materna. Embora, também existam alguns estudos contraditórios de associação nula ou quase nula; como no caso do hipotireoidismo materno e hipotireoidismo subclínico materno, disfunção tireoidiana materna e concentração hormonal em recém-nascidos. Dessa forma, os estudos de genômica, ao avaliarem o controle genético sobre um determinado sistema fisiológico, controle esse que é herdado e fixo ao longo da vida, podem ajudar a resolver as inconsistências observadas na literatura, refutando ou corroborando os achados já disponíveis. Objetivo:O objetivo do presente trabalho é, com base nas informações previamente apresentadas, desenvolver um estudo que busque diretamente avaliar se o controle genético da função tireoidiana está relacionado ao TDAH e suas características clínicas. Métodos:Para realizar os objetivos propostos, nós utilizaremos conjuntos de dados de estatísticas sumárias das maiores varreduras no genoma que tiveram como desfechos TDAH (N = 55,322) e função tireoidiana (níveis de TSH, N = 119,715; hipotireoidismo, N = 244,890), além de uma amostra clínica altamente caracterizada (n = 880) e com raw data (CAAE 44505621.3.0000.5467 e 60633516.2.2002.5467). Nós iremos realizar uma série de análises pós-GWAS, incluindo análises de genômica funcional. Dentre as análises pretendidas, estão: correlação genética global utilizando o modelo de regressão LDSC (LD SCore regression) e local usando o LAVA (Local Analysis of [co]Variant Annotation), cálculo de escores de risco poligênico (PGS) e de expressão (ePGS), análise de gene-sets e de randomização mendeliana, bem como análises de colocalização com fenótipos moleculares (eQTL, mQTL etc.). Resultados preliminares:Dentre os resultados preliminares, obtivemos o rg global (correlação genética global), estimada através do LDSC, entre o TDAH e dois traços relacionados a função tireoidiana: TDAH e Hipotireoidismo (rg global = 0.1149; p = 0.0132); TDAH e níveis de TSH (rg global = -0.053; p = 0.2084). O achado preliminar significativo sugere uma correlação biológica positiva entre o TDAH e o hipotireoidismo. FAPERGS e CNPq(143549/2021-9)

   

• Palavras-chave
• TDAH, tireoide, genômica, GWAS
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Fisiologia Endócrina

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