A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela morte de neurônios dopaminérgicos da substância negra pars compacta (SNc) e redução de dopamina no estriado (CPu), levando a alterações motoras. Não existe cura para a DP e os tratamentos vigentes apresentam várias limitações. O canal Receptor de Potencial Transiente de Melastatina 2 (TRPM2) é um canal não seletivo para cálcio ativado por estresse oxidativo cuja participação nos processos de morte celular foi demostrada em modelos de doenças neurodegenerativas. Entretanto, não existem estudos sobre a participação do TRPM2 na DP. O objetivo desse trabalho foi avaliar a participação do TRPM2 no modelo animal da DP induzido por 6-hidroxidopamina (6-OHDA). Para isso foram utilizados animais C57/BL machos (CEUA nº8395080450). Os animais receberam injeção intraperitoneal do antagonista do TRPM2, o AG490, ou veículo. 20 minutos depois, receberam a injeção intraestriatal de 6-OHDA ou salina. Foram realizados testes comportamentais (teste do cilindro, rotarod e rotações induzidas pela apomorfina) para avaliação do comportamento motor. Após eutanásia nos dias 7 e 21, os encéfalos foram coletados para realização de imuno-histoquímica e imunoblotting. Os testes comportamentais indicam um comprometimento motor nos animais que receberam veículo e 6-OHDA, o qual foi prevenido nos animais tratados com AG490. Uma maior marcação do canal no grupo de animais que receberam injeções de veículo e 6-OHDA foi observada pelas técnicas de imuno-histoquímica (SNc: 7 dias:2,97±0,4; 21 dias:2,18±0,33; CPu: 7 dias:1,10±0,02, 21 dias:1,06±0,04) e imunobloting (SNc: 7 dias:140±11%; 21 dias:106±15%; CPu: 7 dias:123±6%; 21 dias:121±5%), indicando uma possível participação do TRPM2 na DP. Além disso, o tratamento com AG490 foi capaz de prevenir a morte dopaminérgica e a ativação glial, pois uma maior marcação de tirosina hidroxilase (SNc: 7 dias: +64%, 21 dias: +80%; CPu: 7 dias: +14%; 21 dias: +15%) e menor de Iba-1 (SNc: 7 dias: -68%, 21 dias: -14%; CPu: 7 dias: -45%; 21 dias: -46%), iNOS (SNc: 7 dias: -69%, 21 dias: -29%; CPu: 7 dias: -38%; 21 dias: -35%), GFAP (SNc: 7 dias: -68%, 21 dias: -50%; CPu: 7 dias: -74%; 21 dias: -47%) e S100B (SNc: 7 dias: -41%, 21 dias: -15%; CPu: 7 dias: -62%; 21 dias: -48%) foi observada nos animais que receberam AG490 e 6-OHDA quando comparados aos animais que receberam veículo e 6-OHDA. Também demostramos uma possível via de sinalização envolvida, visto que os níveis proteicos de p-Akt/Akt (SNc: 7 dias:101±8, 21 dias:95±4; CPu: 7 dias:97±9, 21 dias:97±10), p-GSK-3?/GSK-3? (SNc: 7 dias:92±8, 21 dias:93±9; CPu: 7 dias:106±13, 21 dias:97±9) e cleaved-caspase-3/caspase-3 (SNc: 7 dias:114±9, 21 dias:119±5) dos animais AG490+6-OHDA foram semelhantes aos controles. Concluímos que o TRPM2 parece estar envolvido na DP e que a inibição do TRPM2 pelo AG490 exerceu efeitos neuroprotetores em um modelo animal da DP. Agradecimento: FAPESP (bolsa nº2020/02109-3), CAPES e CNPq.
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Patrizia Dardi
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Caroline Pancera Laurindo
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Jéssica Mayara Nascimento Lopes
Karen Cristina Rego Gregorio
Natália Monteiro Pessoa
Paulo Henrique Evangelista Silva
Patrizia Dardi
Thayna dos Santos Vieira
Vanessa Brito Cândido
Vanielle A. do Nascimento Vicente
Yago Carvalho Lima
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Funcionários:
Leila Affini