INTRODUÇÃO: O núcleo motor dorsal do vago (DMV) é a principal saída parassimpática do sistema nervoso central para a periferia, incluindo o fígado. Com o envolvimento do núcleo paraventricular do hipotálamo (PVN) nesta neuro-circuitaria, pela comunicação PVN-DMV-fígado, há uma via de controle central da produção hepática de glicose. Estudos prévios do laboratório mostraram que a injeção intracerebroventricular (icv) de insulina em Wistar reduz a concentração de glicose na veia hepática, um efeito não observado nos SHR. Entretanto, após 4 semanas de exercício físico em esteira, a resposta a insulina dos SHR icv foi recuperada. Baseados na literatura de que há secreção de ocitocina (OT) do PVN no DMV, que insulina aumenta liberação neuronal de OT e que o exercício físico pode melhorar essa sinalização, analisamos os efeitos de OT nas propriedades eletrofisiológicas de neurônios DMV-fígado de Wistar (W), SHR sedentários (SHRs) e SHR treinados (SHRt) pela técnica de whole-cell patch-clamp. OBJETIVO: Avaliar as propriedades eletrofisiológicas de neurônios DMV-fígado de W, SHRs e SHRt após ação de OT. MÉTODOS: W e SHR de 12 semanas foram utilizados nos experimentos (CEUA-USP 27/2017). Cinco dias antes do experimento, os animais foram anestesiados, e foram feitas 3 injeções (2µl cada) de traçador retrógrado Fluorogold no fígado. No dia do experimento, os animais foram anestesiados, decapitados, o bulbo cerebral removido, separado e posicionado na câmara do vibrátomo, e então foram feitas fatias de 250 µm que mantidas por 30 minutos a 37°C. Depois, uma fatia por vez foi posicionada na câmara de registro e, com o uso de um microscópio, a região do DMV foi localizada e os neurônios retrogradamente marcados foram identificados. Apenas os neurônios fluorescentes foram considerados e registrados. Após estabelecido selo de alta resistência entre a membrana do neurônio e a ponta da pipeta, a célula foi aberta e registrada na configuração whole-cell patch-clamp. A frequência de disparos, resistência de entrada e a excitabilidade dos neurônios foram registradas antes e após colocação de OT (0,1µM) no banho. RESULTADOS: Observamos que: a) OT causou despolarização do potencial de repouso da membrana de neurônios de W (-59,4±0,748mV vs -56,2±1,209mV, n=10, p<0,05) e de SHRt (-61,33±1,283mV vs -59,61±1,453mV, n=18, p<0,05), refletindo no aumento da frequência de disparos (W = 1,86±0857Hz vs 3,044±0,97Hz, n=10, p<0,001, e SHRt = 3,924±0,67Hz vs 4,762±0,645Hz, n=18, p<0,01). Entretanto, estas mudanças não foram observadas nos SHRs (Vm = -59,0±1,267mV vs -57,75±1,175 mV, n=12, p=0,1007; Frequência = 2,856±0,638Hz vs 4,144±0,607Hz, n=12, p=0,159); b) não foram vistas diferenças na excitabilidade e resistência de entrada nos grupos analisados. CONCLUSÃO: Estes achados contribuem para uma melhor compreensão de como o desbalanço autonômico pode afetar o controle da glicemia da veia hepática. SUPORTE FINANCEIRO: FAPESP 2018/19907-0, 2016/21991-3, CNPq and CAPES.
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Patrizia Dardi
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Caroline Pancera Laurindo
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Jéssica Mayara Nascimento Lopes
Karen Cristina Rego Gregorio
Natália Monteiro Pessoa
Paulo Henrique Evangelista Silva
Patrizia Dardi
Thayna dos Santos Vieira
Vanessa Brito Cândido
Vanielle A. do Nascimento Vicente
Yago Carvalho Lima
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Funcionários:
Leila Affini