Alterações no ambiente pós-natal são fatores de risco para hipertensão arterial (HA). Pela técnica de amamentação cruzada (AC), observou-se que ratos espontaneamente hipertensos (SHR) retro-amamentados por fêmeas normotensas (Wistar) apresentam redução da pressão arterial (PA) quando comparados aos SHR amamentados por fêmeas SHR. Sabendo que a HA está associada com fibrose cardíaca e modificações no perfil de colágeno no coração, nosso objetivo foi avaliar se a AC altera a deposição e expressão de colágeno no ventrículo esquerdo (VE) de SHR e Wistar.
Os procedimentos foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais do ICB/USP (n° 119/2016). Ninhadas de ratos Wistar e SHR foram amamentadas por suas respectivas progenitoras (grupos WW e SS) ou foram submetidas à amamentação cruzada (grupo WS, ratos Wistar amamentados por fêmeas SHR; grupo SW, SHR amamentados por fêmeas Wistar). Após 3-5 meses de vida, os ratos foram anestesiados e mortos. O coração foi removido, lavado em solução de Krebs-Henseleit (37 ºC, pH 7,4) e submergido em solução de cloreto de cádmio, a fim de induzir uma parada cardíaca em diástole; e, em seguida foi dissecado para obtenção somente das câmaras ventriculares. Parte do tecido foi fixado em paraformaldeído (4%) e realizado cortes transversais (5 µm), os quais foram corados com PicroSirius Red (0,1%). A análise dos cortes foi realizada com auxílio de microscópio óptico, sob luz branca, foi quantificada a porcentagem (%) de colágeno contida no VE, e, por meio da microscopia sob luz polarizada, a razão entre as áreas de fibras de colágeno I e III. A outra parte do tecido, foi armazenada a -70°C para análise da expressão proteica de colágeno I/III por meio da técnica de Western Blot. Os dados foram expressos como média ± EPM. Análise estatística: ANOVA (2-vias): p<0,05, *vs. WW.
A porcentagem de colágeno no VE dos SS foi maior quando comparada à observada nos WW. A AC não alterou a deposição de colágeno no VE dos ratos WS, porém reduziu a mesma no grupo SW quando comparada aos seus respectivos controles [% de colágeno no VE: WW 2,65±0,09 (n=11) vs. WS 2,59±0,12 (n=11) vs. SS 3,05±0,16* (n=10) vs. SW 2,75±0,13 (n=10)]. A razão colágeno I/III foi aumentada no VE dos SS quando comparada à observada nos WW, sendo que a AC não alterou essa variável em nenhum dos grupos [Razão colágeno I/III: WW 0,67±0,07 (n=11) vs. WS 0,62±0,07 (n=14) vs. SS 0,92±0,16* (n=10) vs. SW 0,85±0,13* (n=13)]. O mesmo perfil de resposta foi observado na análise de expressão proteica do colágeno/III no VE [Razão colágeno I/III/Ponceau: WW 0,75±0,04 (n=3) vs. WS 1,27±0,27 (n=4) vs. SS 1,77±0,19* (n=5) vs. SW 2,03±0,16* (n=5)].
A AC reduziu a fibrose cardíaca em animais SHR, enquanto não modificou a deposição de colágeno em ratos Wistar. Entretanto, a AC não modificou a expressão proteica de colágeno I/III, nem o perfil das fibras de colágeno no VE nos animais SHR ou Wistar.
Agências de fomento: CNPq e FAPESP (n° processo 2019/19125-4)
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Patrizia Dardi
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Ana Caroline Rippi Moreno
Ana Flávia Fernandes Ferreira
Caroline Pancera Laurindo
Felipe José Costa Viana
Flaviane de Fatima Silva
Jéssica Mayara Nascimento Lopes
Karen Cristina Rego Gregorio
Natália Monteiro Pessoa
Paulo Henrique Evangelista Silva
Patrizia Dardi
Thayna dos Santos Vieira
Vanessa Brito Cândido
Vanielle A. do Nascimento Vicente
Yago Carvalho Lima
Docentes:
Profª Dra Andréa da Silva Torrão
Profª Dra Maria Oliveira de Souza
Profº Dr Fernando Rodrigues de Moraes Abdulkade
Funcionários:
Leila Affini