O que pode a religião na era da positividade do cansaço? Nossa comunicação pretende apontar indícios de que a religião pode servir como modo de resistência aos problemas apontados pela análise da contemporaneidade feita por Byung-Chul Han. Para o autor, vivemos em um tempo marcado pelo excesso de positividade, simbolizado pela passagem de um paradigma biopolítico a um psicopolítico. Nessa contemporaneidade transparente, o cansaço pode ser entendido como uma palavra-chave para entendermos a situação em que o ser humano se encontra: explorado por si mesmo, entregue à perda do tempo e do próprio valor de sua humanidade frente ao empreendedorismo de si. Diante dessa situação, Han propõe uma revolução temporal que tente gerar um outro tempo, ou ainda, um tempo do outro que se contrapõe ao tempo do capital e ao tempo do trabalho. A partir dessa proposta, buscamos refletir sobre como a religião possui as potencialidades necessárias para a proposta de um outro tempo – que não condiga com a temporalidade capitalista nem faça coro com o cansaço. Sugerimos, por fim, que a própria filosofia de Byung-Chul Han abre espaço para que a religião seja percebida como preciosa aliada ao movimento de resistência ao capitalismo psicopolítico.
Comissão Organizadora
V CONACIR - 2021
Felipe de Queiroz Souto
Ernani Francisco dos Santos Neto
Rúbia Campos Guimarães Cruz
Giovanna Sarto
Danilo Mendes
André Yuri Gomes Abijaudi
Maria Angélica F. J. Martins
Comissão Científica