O JARÊ EM TORTO ARADO
Paula Mendonça Dias
Mestranda em Letras: Estudos Literários, UFJF
No romance Torto arado (2018), vencedor dos prêmios Jabuti e Oceanos de 2020, escrito pelo autor e geógrafo baiano Itamar Vieira Junior, são notórias a presença e a influência do jarê, religião desenvolvida na Chapada Diamantina, concebida historicamente a partir do entrelaçamento entre entidades do candomblé, santos católicos e espíritos indígenas. Por isso, neste trabalho, objetiva-se criar uma ponte entre o jarê e o papel que exerce no romance a fim de melhor compreendê-lo e analisá-lo. Para tanto, pretende-se primeiramente explorar as origens dessa religião, suas festas, cantigas e entidades. Em um segundo momento, procura-se identificar e investigar as implicações do jarê na obra, dando ênfase à entidade narradora Santa Rita Pescadeira, considerando sua função dentro da narrativa e, principalmente, no desfecho do livro. Por fim, procura-se verificar de que modo o jarê dentro de Torto arado representa não só uma religião sincrética característica da região, mas também uma estratégia de resistência no contexto rural do sertão baiano, em especial na fazenda de Água Negra. Dessa forma, espera-se, a partir deste trabalho, poder contribuir para a pesquisa acerca do recente romance e da religião ainda pouco conhecida e estudada.
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V CONACIR - 2021
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