O Livro de Jó conta a história de um devoto muito dedicado e paciente, que chama a atenção de Deus. Curioso, Deus quer saber a opinião do Diabo, já que a tarefa deste é perambular pelo mundo, confundindo a razão das pessoas. Tantas qualidades de Jó parecem ter despertado a inveja e o despeito do Diabo, pois que este duvida que o personagem continue tão bem conceituado diante de Deus, se acaso seja privado de algum conforto que possui. Desafiado, Deus permite o Diabo testar a paciência de Jó, retirando-lhe o que julgar necessário. Obviamente, o Diabo não tem compaixão. Priva-o de todo o conforto, segurança material, afeto familiar, status social e saúde. Apesar do sofrimento, Jó permanece aos farrapos, na sarjeta, culpando apenas a si, nunca a Deus. Os amigos de Jó, com pretexto de ajudá-lo, o oprimem ainda mais fazendo-lhe perguntas e acusações até o desfecho da história mudar. De forma despretensiosa, a análise desse livro faz uma analogia da relação de alguns personagens com sua visão de Deus, do sofrimento e da devoção. O comportamento dos personagens e seus discursos podem ilustrar os conceitos de Devoção, Bhakti Yoga encontrados na filosofia do tantra Yoga da instituição espiritualista Ananda Marga no Brasil. Categorizando quatro tipos de personagens e suas visões sobre a figura Divina, o texto aproxima-as de noções tais como Tamásika Bhakti, Rajásika Bhakti, Sattvik Bhakti e kevala Bhakti. Desse modo, numa linguagem despojada e elucidativa, pretende-se abrir espaço para um diálogo entre escrituras tradicionais ainda pouco visitadas no estudo hermenêutico.
Comissão Organizadora
V CONACIR - 2021
Felipe de Queiroz Souto
Ernani Francisco dos Santos Neto
Rúbia Campos Guimarães Cruz
Giovanna Sarto
Danilo Mendes
André Yuri Gomes Abijaudi
Maria Angélica F. J. Martins
Comissão Científica