A presente comunicação objetiva apresentar à comunidade científica a espiritualidade de Etty Hillesum, uma jovem judia que sofreu as mazelas da perseguição nazista e foi vítima desta. Enquanto Amsterdã era assolada por bombardeios nos anos 1940 e 1943, a jovem Etty Hillesum vivia uma profunda experiência espiritual a partir da relação com seu psicólogo, Julius Spier, e da escrita em diários. A relação de Julius Spier e Etty Hillesum se caracterizou pelo binômio mestre e discípulo, no qual Etty Hillesum sentia-se orientada espiritualmente por Spier. A partir da revisão bibliográfica dos diários escritos por Hillesum busca-se por meio desta comunicação entender a gestação de uma mística secular, sem vínculos religiosos institucionais. Além disso, analisa-se, também, como Etty Hillesum passou de uma jovem de postura inconsistente, para a afirmação de uma personalidade integrada e dedicada a ajudar judeus no campo de concentração na busca pela sua própria vida interior. Por meio desta análise, intenta-se conceituar e entender a experiência religiosa não institucionalizada que acomete a sociedade contemporânea e quais são suas reais imbricações. Tal proposta parece coadunar intimamente com a discussão proposta no GT Contemporaneidade (pós-modernidade) e espiritualidades, pois estuda uma experiência espiritual atual e pungente, bem como, aborda a experiência mística forjada na cruel situação de supressão dos direitos individuais e permanência em campos de concentração.
Comissão Organizadora
V CONACIR - 2021
Felipe de Queiroz Souto
Ernani Francisco dos Santos Neto
Rúbia Campos Guimarães Cruz
Giovanna Sarto
Danilo Mendes
André Yuri Gomes Abijaudi
Maria Angélica F. J. Martins
Comissão Científica