Paganismo é uma religiosidade presente e crescente no mundo ocidental. Compreender essa religiosidade como um todo é uma tarefa complexa ao considerarmos toda a sua diversidade e pluralidade. Generalizar o Paganismo pode não ser uma tarefa indicada, uma vez que o próprio movimento e religiosidade não possui uma definição própria. Nos é possível, entretanto, abraçar o Paganismo em seu contexto histórico, enquanto um movimento contracultural, e pretençamente contra-hegemônico. A intenção deste trabalho, portanto, é ser um ensaio, trazendo reflexões coletadas através da pesquisa de campo e das considerações levantadas em minha tese de Doutorado, aliadas a análises conceituais e bibliográfica para tentar compreender o Paganismo enquanto uma religiosidade contramoderna. Como o Paganismo se ambienta ou responde à crise de sentido da modernidade? De quais movimentos históricos e religiosos ele é herdeiro e se alia no curso de sua trajetória até a contemporaneidade? São perguntas que tentarei responder nesse artigo. E para tanto, será necessário abarca-lo enquanto uma religiosidade (contra)moderna, secularizada e encantada, com toda complexidade das religiosidades frente aos problemas modernos e aos embates com a secularização, globalização e da privatização da fé. Paralelamente poderemos constatar os desafios que se colocam ao Paganismo em sua adequação de agenda rumo a uma possível atuação contra-hegemônica, cuja aplicação prática deriva de uma decolonialidade teórica ou embrionária que ainda não se consolidou de forma prática.
Comissão Organizadora
V CONACIR - 2021
Felipe de Queiroz Souto
Ernani Francisco dos Santos Neto
Rúbia Campos Guimarães Cruz
Giovanna Sarto
Danilo Mendes
André Yuri Gomes Abijaudi
Maria Angélica F. J. Martins
Comissão Científica