Geralmente tida como cultura imaterial, a música sempre foi importante no estudo acadêmico das religiões, mas a forma se alterou ao longo da história da disciplina. O objetivo dessa comunicação é, a partir de um comentário à bibliografia disponível, apresentar as principais alterações em direção ao paradigma do estudo das religiões a partir da cultura material e destacar traços gerais do que seria uma abordagem da música como religião material, tomando o caso do fenômeno gospel como exemplo. A literatura parece indicar que, na Ciência da Religião, a abordagem da música acompanhou a evolução da descoberta das fontes de pesquisa. Quando textuais, o foco recaiu sobre as letras das canções como texto, e, quando orais, sobre elementos comumente analisados em entrevistas, como entonações e silêncios. A descoberta das fontes materiais e a tomada do som como elemento material permite destacar aspectos que as abordagens anteriores deixavam a descoberto. No caso gospel, chama a atenção a dinâmica religiosa gerada quando o som passa a circular em diferentes suportes não atrelados às instituições religiosas e as variações especificamente musicais, em termos de compasso, ritmo e harmonia, que acompanharam as transformações religiosas, sobretudo no contexto brasileiro.
Comissão Organizadora
V CONACIR - 2021
Felipe de Queiroz Souto
Ernani Francisco dos Santos Neto
Rúbia Campos Guimarães Cruz
Giovanna Sarto
Danilo Mendes
André Yuri Gomes Abijaudi
Maria Angélica F. J. Martins
Comissão Científica