Protegido pelo IPHAN desde a década de 1930, o Chafariz do Lagarto, construído em 1786 no período colonial, é um monumento histórico composto por um tanque em cantaria, pilastras laterais e um frontão com a escultura de um lagarto que jorrava água. Inicialmente de bronze, o lagarto foi posteriormente substituído, e o chafariz recebeu uma caixa lateral com duas bicas. Abastecido pelos aquedutos do Catumbi e do Maracanã, o chafariz entrou em decadência com a modernização do século XIX e permanece negligenciado até hoje, mesmo após restauro. Este estudo analisa o monumento de forma interdisciplinar, integrando arte, ciência e decolonialidade. Além de avaliar seu estado de degradação, identifica o lagarto como um teiú (Salvator merianae[U1] [PK2] ), destacando seu significado cultural. A escolha dessa espécie nativa, em vez de figuras mitológicas europeias, é interpretada como resistência epistemológica, valorizando saberes indígenas e afro-brasileiros. Conclui-se que a revitalização do chafariz deve ir além do restauro físico, incluindo políticas de valorização da herança afro-indígena e práticas educativas decolonialistas.
[U1]A arte expressa detalhes suficientes para identificação específica? Tem referência para este detalhamento no texto?
[PK2]Acredito que sim, conforme o texto.