Ruan Estevam da Costa Messner da Silva¹, Graduando, UFRJ, e-mail: ruanestevamcosta@gmail.com
Gleide Alencar do Nascimento², Doutor, UFRJ, e-mail: gleide@geologia.ufrj.br
O geoturismo segue uma abordagem da geodiversidade que possui valor como o principal atrativo turístico. Se constitui como um turismo voltado para o conjunto de elementos geológicos e geográficos de uma região, envolvendo os aspectos abióticos da Terra, que, por sua vez, são evidências dos processos passados e atuais, visando a apreciação do patrimônio geológico (NASCIMENTO, 2025).
A Duna Mãe encontra-se situada no município de Cabo Frio - RJ, sendo de fácil acesso a turistas e pesquisadores. A duna ocupa uma posição estratégica na paisagem costeira de Cabo Frio, constituindo-se como uma formação geomorfológica, composta de solos arenosos e formações de vegetação características de restinga, como arbustos e espécies adaptadas às condições de salinidade e vento. Esse conjunto natural forma um ecossistema de grande relevância para o equilíbrio ambiental local, com implicações para o geoturismo e a conservação do patrimônio geológico.
Este estudo teve como propósito destacar os atributos da paisagem local, vinculados à geologia sedimentar, com o intuito de contribuir para boas práticas de visitação e de divulgação dessa geodiversidade, de modo qualificado e com ações de conservação voltadas ao público geoturístico e aos geoguias. Nesse cenário, torna-se essencial compreender a gênese e a dinâmica das dunas, uma vez que esses corpos arenosos apresentam processos geomorfológicos ativos, como a migração eólica das areias e a formação de cristas e sopés que refletem a direção e a intensidade dos ventos.
METODOLOGIA
Foram realizadas pesquisas bibliográficas sobre geoturismo, geologia sedimentar, impactos ambientais, geodiversidade e geoconservação com o intuito de fundamentar teoricamente o estudo. Adicionalmente, foi conduzida uma visita técnica ao campo para levantamento de informações relativas à acessibilidade da área e à identificação de pontos de interesse geológico com potencial atrativo, bem como de locais que apresentam sinais de alterações por ações antrópicas.
DESCRIÇÃO E RESULTADOS
A Duna Mãe apresenta morfologia do tipo megaforma parabólica, caracterizada por sua forma em “V” ou “U”, com os braços alongados na direção dos ventos dominantes, que sopram do mar em direção ao continente. São classificadas como megaformas aquelas dunas que excedem 300 metros de comprimento e 20 metros de altura (Lancaster, 1988, apud Pereira; Pereira, 2023). O processo de formação dessas estruturas inicia-se com o avanço da face de avalanche sobre a vegetação existente, promovendo a estabilização dos sedimentos e originando dois braços marginais laterais.
Durante a atividade de campo, foi possível identificar este exemplar de geodiversidade, mostrar o cenário de conservação do local e os impactos ambientais (figura 1), além de mostrar a potência para a prática do geoturismo.
Figura 1. Impacto Antrópico na Duna Mãe. Fonte: Arquivo do Autor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As atividades do projeto estão alinhadas aos princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), no qual o ODS 3 assegura a boa saúde e bem-estar, o ODS 4, uma educação inclusiva e de qualidade, o ODS 11, que incentiva cidades e comunidades sustentáveis e o ODS 15, a vida sobre a Terra.
A interpretação geológica é importante para fomentar a economia da região e melhorar a qualidade de vida da população, mas toda ação deve ser realizada com conscientização ambiental dos visitantes para a proteção do patrimônio natural e biodiversidade que já vivem harmonicamente no local.
NASCIMENTO, G. A. do. 2025. Geoturismo nas Salinas da Região dos Lagos (RJ), Brasil. REVISTA FOCO, 18(5), e8672. Disponível em: <https://doi.org/10.54751/revistafoco.v18n5-178>. Acesso em: 16 jul. 2025.
PEREIRA, M; PEREIRA,T. 2023. Mapeamento Espaço-Temporal da Duna Mãe da Planície Costeira do Cabo Frio (RJ) De 2005-2020. Geo UERJ, Rio de Janeiro, n. 42, 2023. DOI: 10.12957/geouerj.2023.75073. Disponível em: <https://www.e-
publicacoes.uerj.br/geouerj/article/view/75073>. Acesso em: 17 jul. 2025.
SILVA, R. E. C. M. Impacto Antrópico na Duna Mãe. 2024. Imagem.
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