INSTAGRAM COMO FERRAMENTA CONTRA FAKE NEWS: RELATO DE MONITORIA EM TOXICOLOGIA SOBRE DROGAS DE ABUSO

  • Autor
  • Paula da Silva Kujbida
  • Co-autores
  • Dianna Soares da Silva , Monique Araújo de Brito
  • Resumo
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    Relato de Experiência

     

    INSTAGRAM COMO FERRAMENTA CONTRA FAKE NEWS: RELATO DE MONITORIA EM TOXICOLOGIA SOBRE DROGAS DE ABUSO

    Paula da Silva Kujbida, doutora, UFF, paulak@id.uff.br

    Dianna Soares da Silva, mestranda, UFF, diannasoares@id.uff.br

    Monique Araújo de Brito, doutora, UFF, moniquebrito@id.uff.br  

                

    PALAVRAS-CHAVE: Divulgação científica. Desinformação. Drogas de abuso. Instagram.

     

    INTRODUÇÃO

    A desinformação sobre drogas é um fenômeno crescente nas redes sociais, contribuindo para o consumo inseguro de substâncias e a formação de opiniões equivocadas. Segundo Caulfield et al. (2019), a informação incorreta nas mídias sociais sobre saúde representa uma ameaça séria à saúde pública. No campo da toxicologia, esse problema é agravado pelo surgimento das drogas sintéticas, que frequentemente são retratadas de forma sensacionalista ou banalizada nas redes. Nesse cenário, iniciativas de divulgação científica tornam-se essenciais para promover informação de qualidade e pensamento crítico.

     

    OBJETIVO

    Relatar uma experiência de monitoria em Toxicologia, no curso de Farmácia da Universidade Federal Fluminense (UFF), com foco na popularização da ciência e combate à desinformação sobre drogas de abuso, utilizando o Instagram como ferramenta de comunicação científica.

     

    CONTEXTO

    A estratégia foi realizada no contexto da disciplina de Toxicologia Geral, adotando uma abordagem extensionista para integrar ensino, pesquisa e divulgação. O uso de mídias digitais para fins educacionais tem se mostrado eficaz, especialmente entre estudantes universitários (Erviti e Stengler, 2016). O Instagram, em particular, apresenta potencial como meio de engajamento e disseminação de conteúdo científico (Jarreau et al., 2019).

     

    DESCRIÇÃO

    Participaram da atividade 35 estudantes, organizados em grupos para produzir postagens no Instagram sobre temas sorteados (cannabis, cigarros eletrônicos, fentanil e canabinoides sintéticos), com base em fontes científicas confiáveis como artigos revisados por pares e relatórios da UNODC, NIDA e Fiocruz. Os conteúdos, desenvolvidos em linguagem acessível utilizando ferramentas gratuitas de design e imagens livres de direitos autorais, foram publicados no perfil da disciplina e divulgados pelos alunos. A iniciativa abordou mitos recorrentes nas redes sociais, como: 1) a falsa ideia de que cigarros eletrônicos são mais saudáveis que os convencionais; 2) o equívoco de que o contato dérmico com fentanil causa overdose; 3) a crença errônea de que a cannabis é inócua; e 4) a desinformação de que canabinoides sintéticos são equivalentes à “maconha sintética”.

     

    RESULTADOS

    A atividade teve impacto formativo e social ao promover a divulgação científica com linguagem acessível e base em evidências. As postagens obtiveram diferentes níveis de engajamento no Instagram: o conteúdo sobre cigarros eletrônicos recebeu 177 curtidas; sobre fentanil, 153 curtidas; cannabis, 89 curtidas; e canabinoides sintéticos, 14 curtidas. Apesar da variação, todas cumpriram o objetivo de enfrentar a desinformação de forma ética, atrativa e cientificamente fundamentada. A diferença no alcance reforça a importância de estratégias de comunicação adaptadas ao interesse do público. Para os estudantes, a experiência favoreceu o desenvolvimento de competências em síntese crítica, pesquisa, design informativo, colaboração e protagonismo na construção de saberes com relevância social.

     

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    A experiência evidenciou o valor pedagógico da articulação entre ensino e extensão por meio de redes sociais digitais, promovendo a divulgação científica com linguagem acessível e foco em saúde pública. A atividade favoreceu a formação de estudantes mais conscientes de seu papel social, críticos frente à desinformação e preparados para dialogar com a sociedade. Ao transformar conhecimento técnico em comunicação de utilidade pública, a proposta reafirmou a importância da universidade na promoção da ciência como bem comum.

     

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    CAULFIELD, T. et al. Information as intervention: how the media shapes people's decisions to participate in clinical trials. Nature Medicine, v. 25, p. 1–3, 2019.

    ERVITI, M. C.; STENGLER, E. Public communication from research institutes: visibility of communication activities and scientists’ participation. Public Understanding of Science, v. 25, n. 6, p. 708–717, 2016.

    JARREAU, P. B.; PORTER, L.; TANG, T. Science in the Social Media Age: Profiles of Science Blog Readers. Social Media Society, v. 5, n. 3, 2019.

     

  • Palavras-chave
  • Divulgação científica. Desinformação. Drogas de abuso. Instagram.
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  • Área Temática
  • Divulgação científica
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