O Acervo de Macrofósseis da UFRJ: Ciência, Patrimônio e Educação em Foco
Manuela de Freitas Braga, UFRJ (graduanda) mfbraga99@gmail.com
Lívia Manuela Gomes Caetano, UFRJ (graduanda) liviscamanu@gmail.com
Julia Alves Marque, UFRJ (graduanda) juliasanalves4@gmail.com
PALAVRAS-CHAVE
Patrimônio Científico, Educação e Paleontologia
INTRODUÇÃO
A Coleção de Macrofósseis da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é um dos acervos paleontológicos mais representativos do país, reunindo fósseis de grande valor científico e didático, que abrangem diferentes períodos da história geológica da Terra. Essa diversidade torna o acervo uma ferramenta importante para a aproximação entre a paleontologia e o público não especializado, despertando o interesse pela ciência e pela história natural. Construída ao longo de décadas, a coleção é fruto do trabalho coletivo de alunos de graduação em Geologia e de outros cursos da UFRJ além de diversos professores e pesquisadores, que, por meio de atividades de campo realizadas em diferentes regiões do país, contribuíram com a coleta e a documentação de espécimes valiosos para a pesquisa e a educação científica. Em tempos de negacionismo científico e crise ambiental, ferramentas de divulgação como essa tornam-se ainda mais essenciais para a valorização da ciência e para a preservação do patrimônio natural.
METODOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisa bibliográfica e documental, utilizando principalmente informações disponíveis em sites institucionais e materiais de divulgação científica sobre o Acervo de Macrofósseis da UFRJ. Foram reunidos dados sobre a composição do acervo, sua relevância paleontológica e seu papel educativo, com ênfase nas práticas de preservação e divulgação científica. A análise qualitativa permitiu sintetizar essas informações de forma clara, destacando a importância do acervo como patrimônio científico e ferramenta de aproximação entre a paleontologia e a sociedade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O acervo de macrosssósteis da UFRJ abriga exemplares paleontológicos de grande relevância científica, como Cratoavis cearensis, Cratopipa novaolindensis, Amazonsaurus maranhensis e Gondwanasuchus scabrosus que contribuem significativamente para a compreensão da diversidade biológica do passado. Um destaque importante é a coleção proveniente da Bacia do Araripe, que representa um dos principais Lagerstätte conhecido do Brasil — um tipo de depósito fossilífero de preservação excepcional, com grande abundância e detalhamento, incluindo impressões de tecidos moles. A presença desse tipo de material no acervo reforça não apenas seu valor científico, mas também seu potencial como instrumento de divulgação e ensino. Vale ressaltar que grande parte desse material foi coletada ao longo dos anos com a participação ativa de estudantes de graduação em atividades de campo, o que revela o caráter colaborativo e contínuo da construção do conhecimento científico. Nesse sentido, a musealização desses fósseis, ou seja, sua incorporação a um ambiente institucional adequado à conservação e à exposição, é essencial não apenas para garantir sua integridade física, mas também para reafirmar seu valor como patrimônio coletivo e como ferramenta de aproximação entre ciência e sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presença desse acervo em espaços museológicos e universitários reforça o compromisso da universidade pública com a produção, preservação e democratização do conhecimento científico. Além de seu valor acadêmico, o acervo contribui diretamente para a formação de uma consciência crítica sobre a história geológica da Terra e a biodiversidade do planeta, promovendo o diálogo entre ciência e sociedade e fortalecendo a valorização do patrimônio natural como bem coletivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COLEÇÃO DE MACROFÓSSEIS DO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA – UFRJ. Coleção de Macrofósseis. Rio de Janeiro, s.d. Disponível em: https://colecaodemacrofosseis.igeo.ufrj.br/. Acesso em: 31 jul. 2025.