O expressivo avanço e desenvolvimento de tecnologias nas últimas décadas impulsionou não somente o notável advento da democratização do saber através do meio digital, mas também a intensa transformação nos processos de criação, disseminação e desenvolvimento de novos conhecimentos. Segundo Freire (2011), o processo de ensino exige uma compreensão crítica da realidade; nesse sentido, torna-se essencial perceber o impacto de recursos audiovisuais em ações educativas, atuando como ferramenta de aproximação dessa nova realidade social e tecnológica, em processo contínuo de consolidação. Sob essa ótica, graduandos de diferentes cursos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, através da disciplina optativa Paleogeografia, foram estimulados a produzir diversos vídeos relacionados aos conteúdos discutidos em sala de aula, integrando interesses próprios à temática acadêmica. Essa iniciativa visa contribuir para a divulgação científica dos saberes desenvolvidos no ambiente universitário, por meio da publicação dos materiais audiovisuais, elaborados com linguagem acessível e voltados ao interesse do público em geral, em um canal aberto na plataforma YouTube, garantindo seu livre acesso.
A presente pesquisa tem por objetivo acompanhar, analisar e documentar a relevância da produção de materiais audiovisuais sobre Paleogeografia, desenvolvidos por graduandos de diversos cursos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como forma de avaliação e estratégia de divulgação científica.
A abordagem metodológica da pesquisa foi dividida em três fases principais. A primeira etapa consistiu em uma conversa inicial entre um docente responsável e os discentes, onde houve uma discussão acerca do papel da divulgação científica em promover a aproximação entre a ciência produzida nos ambientes acadêmicos e a sociedade. Em seguida, ocorreu a supervisão do processo de elaboração dos materiais audiovisuais, onde houve o acompanhamento da escolha dos temas pelos grupos participantes, assim como controle da veracidade científica do conteúdo produzido e da verificação da acessibilidade da linguagem utilizada, além dos recursos técnicos empregados. A terceira fase consistiu na divulgação dos vídeos confeccionados, com o intuito de promover a divulgação científica e um acesso aberto ao conteúdo produzido.
Com o objetivo de divulgar os conteúdos produzidos de forma aberta, acessível e remota, foi criado, em outubro de 2023, um canal na plataforma digital YouTube. Até o momento, o canal acumula 25 vídeos publicados, com cerca de 130 inscritos e aproximadamente 2.200 visualizações. A média de acessos por vídeo gira em torno de 90 visualizações, variando conforme o assunto abordado. Embora o canal ainda esteja em uma fase inicial e possua um tempo relativamente curto desde seu lançamento, os resultados indicam um verdadeiro potencial na utilização de materiais audiovisuais como ferramenta eficaz para tornar o conhecimento científico relacionado à Paleogeografia mais acessível para a população.
Figura 1: Canal da disciplina Paleogeografia no Youtube.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É de extrema importância que o conhecimento produzido nas universidades e nas instituições de ensino se aproxime de realidades distintas da sociedade, inclusive àquelas realidades que não estão inseridas nesses espaços. Dessa forma, é exposta a potencialidade das novas tecnologias digitais, especialmente dos materiais audiovisuais, em aproximar saberes acadêmicos e os diferentes públicos. Assim, de acordo com os resultados apresentados, a pesquisa e os materiais produzidos se caracterizam como uma importante ponte entre o conhecimento acadêmico e a sociedade. Ademais, destaca-se também a participação ativa dos graduandos, reforçando e reconhecendo a importância democratização do saber, criando e fomentando as novas formas de tornar o conhecimento científico acessível a públicos diversos.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 45. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
Ferramenta completa de submissão, avaliação e publicação de anais para eventos científicos.
