A divulgação científica tem se consolidado como um campo estratégico para aproximar ciência e sociedade, mas ainda enfrenta desafios relacionados à acessibilidade e à linguagem técnica do meio acadêmico, dificultando o alcance do conhecimento produzido nas universidades públicas (Freire, 2021; Ribeiro, 2024). No Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (I.B-UFF), a diversidade de ações voltadas à popularização da ciência evidenciou a necessidade de integração, o que motivou a criação da RedeBioUFF — Rede de Divulgação Científica do I.B-UFF — com o objetivo de articular iniciativas existentes e desenvolver novos produtos comunicacionais acessíveis (Santos, 2023). O projeto, de natureza qualitativa e fundamentado na pesquisa participativa e na pesquisa-ação, baseou-se em três eixos principais: o mapeamento e articulação de projetos de divulgação científica vinculados aos seis programas de pós-graduação do I.B-UFF; a construção de uma estrutura digital colaborativa por meio de um site institucional; e a produção dos Cadernos de Divulgação Científica e Acessibilidade, com resumos acessíveis traduzidos para Libras e gravados em áudio, elaborados por alunos de pós-graduação. Como principais resultados, destacam-se: a consolidação da RedeBioUFF como coletivo interdisciplinar e espaço de articulação entre ciência, comunicação e sociedade; a publicação dos Cadernos, que ampliam o acesso de pessoas com deficiência e de públicos com baixo letramento científico ao conhecimento produzido na universidade; e a criação do primeiro curso de pós-graduação lato sensu em Divulgação Científica e Acessibilidade em Niterói, em parceria com a FAMATH, previsto para 2026, com foco na formação de profissionais capazes de atuar na interface entre ciência, comunicação e inclusão. A experiência da RedeBioUFF reafirma o papel da universidade na democratização do saber, ao propor práticas inovadoras e inclusivas no campo da divulgação científica. Os resultados demonstram que a articulação institucional, a linguagem acessível e o uso de recursos inclusivos são estratégias eficazes para promover uma ciência mais equitativa e próxima da sociedade. A iniciativa, é desenvolvida pelo Laboratório de Virologia Molecular e Biotecnologia Marinha da UFF e fomentada pela FAPERJ, representa um modelo pioneiro e replicável, inspirando outras instituições comprometidas com a construção de uma comunicação científica mais acessível, crítica e democrática.