CIRANDA CIENTÍFICA: A EXPERIÊNCIA DO FAZER CIENTÍFICO NO COTIDIANO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

  • Autor
  • Juliana Brito de Carvalho
  • Co-autores
  • Rebeca Ferreira Paz , Leomar Rodrigues de Avellar Baptista , Priscila Mello da Silva
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO

    O presente relato resulta das ações desenvolvidas na UMEI Profª. Lisaura Machado Ruas, no âmbito do projeto denominado “Ciranda Científica”, contemplado pelo edital SME/FME (Niterói) nº 003/2025 de fomento à autoria docente e incentivo às práticas inovadoras. O projeto em questão nasceu a partir das observações levantadas no cotidiano dos grupos de referência da educação infantil (GREIS) da referida instituição, como forma de promover experiências de investigação, valorizando o brincar como forma legítima de conhecer o mundo. Ao propor uma aproximação entre ludicidade e ciência, reconhece as crianças como produtoras de saberes e protagonistas do processo educativo. O objetivo era, portanto, oportunizar e estimular vivências em que as crianças possam apropriar-se do mundo e suas transformações, através do método científico. Por isso, orientadas pelos Referenciais Curriculares para a Rede Municipal de Ensino de Niterói (2022), nos aventuramos em:

    (...) mobilizar sentidos sobre o lugar da pergunta, da provisoriedade do conhecimento, dos processos discursivos que redimensionam as produções curriculares, as relações escolares que impulsionam o aprender a aprender com a ciência, a arte, a poesia, a dimensão cultural da vida, frente ao imprevisível (inesperado) com o qual nos deparamos diariamente dentro e fora da escola. (NITERÓI, 2022, p. 34)

    METODOLOGIA

    Este trabalho foi concebido através da “pesquisa-ação” (THIOLLENT, 1986), uma vez que sua realização se deu por meio da estreita interação e cooperação entre as crianças (participantes representativos) e professoras (pesquisadoras) da UMEI Profª. Lisaura Machado Ruas.

    RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Com a implementação do referido projeto é possível observar a potencialização e desenvolvimento do pensamento crítico e investigativo das crianças, fortalecendo sua autonomia e capacidade de expressar saberes por meio da escuta ativa, do diálogo e da experimentação. Isso se deu através da observação, questionamento, construção de hipóteses, pesquisa, experimentação, vivenciadas inclusive em aulas-passeio com coleta de materiais que criem ou confirmem hipóteses a partir da observação e do manuseio de diferentes materiais (Livros de literatura infantil; revistas e enciclopédias; vídeos; telescópio, lupa, microscópio, balança; instrumentos de experimentação científica (tubos de ensaio, funis, dosadores); elementos naturais (folhas, água, terra, alimentos); materiais não estruturados/sucata;) e registros (fotográficos, blocão de desenhos, diário de bordo e de campo, vídeos, etc.), passando para a análise dos resultados e a busca por conclusões. A divulgação científica também foi uma preocupação presente, que resultou no ‘Corredor Autoral’ (mensal) e no ‘Jornal da Lili’ (semestral), ambas as iniciativas que visam expor as experiências e atividades desenvolvidas pelos pequenos, a fim de popularizar suas descobertas e valorizar suas produções. Nesse sentido, o ambiente escolar vem se transformando em um espaço ainda mais sensível às perguntas e hipóteses infantis, ampliando o repertório cultural, científico e social das crianças.

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    O ‘Ciranda Científica’ propõe-se como uma experiência pedagógica inovadora que reconhece as crianças como sujeitos de direitos, saberes e culturas. Ao trazer o método científico para o cotidiano da Educação Infantil, de forma lúdica e acessível, o projeto tem contribuído para a construção de práticas educativas mais inclusivas, sensíveis e investigativas. Espera-se que sua realização possa consolidar novas perspectivas sobre o ensino de ciências na infância, reforçando o papel da escola como espaço de escuta, experimentação e transformação. A proposta é, portanto, uma aposta na potência das infâncias e na capacidade que elas têm de construir conhecimento sobre si, sobre o outro e sobre o mundo.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    CANDAU, Vera Maria. Cotidiano escolar e cultura(s): encontros e desencontros. Reinventar uma escola. Rio de Janeiro: Vozes, 2000. p.61-78.

    MASSABNI, Vânia  Galindo. Iniciação  às  ciências  na  educação  infantil:  brincar  e  experimentar  com  a natureza. Revista Linhas. Florianópolis, v. 25, n. 57, p.19-38, jan./abr. 2024.

    NITERÓI. Secretaria Municipal de Educação. Fundação Municipal de Educação. Referenciais Curriculares da Rede pública Municipal de Educação de Niterói, 2022. Rede Municipal de Ensino de Niterói. Uma construção coletiva. Niterói, Rio de Janeiro, 2022. 

    THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 18. ed. São Paulo, Cortez 2011. Disponível in https://marcosfabionuva.com/wp-content/uploads/2018/08/7-metodologia-da-pesquisa-ac3a7c3a3o.pdf. Último acesso em 30 de Maio de 2025.

     

  • Palavras-chave
  • vivências; educação infantil; método científico.
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Divulgação científica
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