INTRODUÇÃO
O Caminho Darwin, um dos principais atrativos visitados no Parque Estadual da Serra da Tiririca - PESET, se estende da Praça do Engenho do Mato em Niterói até o Itaocaia Valley em Maricá. O trecho de trilha integra a Rota Darwin da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso (ICMBio, 2008) e é considerada um dos principais sítios históricos culturais do Geoparque Costões e Lagunas do Estado do Rio de Janeiro (CPRM, 2012), considerado em 2024 pela UNESCO como aspirante da sua Rede Global de Geoparques. A origem do nome dado ao local se deve à passagem do famoso cientista Charles Darwin, durante excursão realizada ao norte do estado em 1832. O presente resumo tem como objetivo apresentar alguns dos resultados obtidos ao longo dos anos de realização de atividades e a metodologia empregada para sua realização.
METODOLOGIA
O percurso total desta excursão foi reconstituído e sinalizado pelo Projeto Caminhos de Darwin em 2008, coordenado pela parceria entre a Casa da Ciência da UFRJ, o Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM-RJ) e o Ministério de Ciência e Tecnologia (Simões et. al., 2011). As pesquisas foram realizadas através de mapas dos séculos 18, 19 e 20 e relatos históricos do naturalista no seu diário e cadernetas de campo. Desde então, o Caminho Darwin da Serra da Tiririca recebeu sinalizações com placas indicativas e painéis interpretativos sobre os relatos históricos da passagem de Darwin, as informações cartográficas sobre o percurso e a geodiversidade local. Além da criação do Centro de Visitantes chamado de Núcleo Darwin situado no trecho da trilha do PESET.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em 2008, o Caminho Darwin recebeu placas indicativas e um painel com os relatos de Darwin sobre a sua passagem na Fazenda de Itaocaia em Maricá. Em 2017/2018 foram instalados mais 5 painéis interpretativos do Projeto Caminhos de Darwin. Além de um painel sobre a “Nascente Charles Darwin”, localizada na trilha. Em dezembro de 2023, o Projeto Ecoarte no Caminho Darwin em parceria com o Instituto Floresta Darcy Ribeiro (Amadarcy), Projeto Caminhos de Darwin, a Faculdade de Geologia da UERJ (Projeto Caminhos Geológicos UERJ), o Departamento de Geologia da UFRJ, o Museu Arqueológico de Itaipu - MAI, as prefeituras de Niterói, Maricá e PESET/Inea realizaram a exposição permanente “O Olhar do Naturalista” no Núcleo Darwin. Além de painéis expositivos, maquete com as trilhas e atrativos do Parque, esta exposição conta com um acervo rico de rochas e minerais do território do Geoparque Costões e Lagunas, de Taxidermia da fauna do PESET e de artefatos arqueológicos do MAI.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A trilha do Caminho Darwin e o Núcleo Darwin do PESET sempre foram utilizados frequentemente para caminhadas guiadas com fins educativos, científicos, turísticos, esportivos e de lazer por escolas e universidades, grupos de escoteiros, ciclistas, montanhistas, observadores de aves, pesquisadores e visitantes em geral. Estima-se que passem por lá cerca de 36.000 pessoas por ano, que desfrutam gratuitamente de todos esses recursos informativos e equipamentos eletrônicos disponíveis sobre a passagem histórica de Darwin e as riquezas naturais do parque.
BIBLIOGRAFIA
MANSUR, K.; GUEDES, E.; ALVES, M.G.; NASCIMENTO, V.; PRESSI, L.F.; COSTA JR, N.; PESSANHA, A.; NASCIMENTO, L.H.; VASCONCELOS,G. 2012. Geoparques do Brasil propostas: Geoparque Costões e Lagunas do Estado do Rio de Janeiro (RJ). CPRM - Divisão de Editoração Geral - DIEDIG / DEPAT, Valter Barradas. v. 19, p. 690, 691. Rio de Janeiro.
SIMÕES, L. C., MANSUR, K. L., BRITO, M. F. 2011. O mapa dos Caminhos de Darwin no Rio de Janeiro: Implantação de um projeto de popularização da história da ciência. Scientiarum Historia, IV, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Anais, p. 1-7.