Conhecimento e planejamento financeiro são importantes para que indivíduos e famílias tomem decisões assertivas e possam evitar problemas financeiros ao longo da vida. Sabe-se que muitos brasileiros carecem de conhecimentos sobre finanças e dependem da assistência governamental, principalmente para o financiamento da própria aposentadoria. Em virtude das últimas alterações acerca da previdência, esta dependência pode prolongar ou até excluir a possibilidade de usufruir da aposentadoria. Isto posto, o presente artigo estuda a correlação entre variáveis socioeconômicas e demográficas com as percepções dos indivíduos acerca da aposentadoria, utilizando os dados provenientes da pesquisa “Raio X do investidor”, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) com parceria do DataFolha, somando uma amostra de 10.259 respondentes ao longo de 3 anos. A análise de dados foi realizada por meio de análise descritiva e regressão logística, tendo como variável dependente perguntas sobre aposentadoria que capturam diferente questões, como estratégia, padrão de vida esperado e idade que o indivíduo pretende se aposentar. Os principais resultados sugerem que homens têm percepções mais realistas quando comparados com mulheres. O estudo também reforça que indivíduos com menores níveis de escolaridade e renda são mais propensos a escolher o INSS como estratégia de aposentadoria. Os achados reforçam as desigualdades existentes no pais, sendo útil para agentes políticos e para futuras estratégias de alteração previdenciária.
Comissão Científica
Manolita Correia Lima (ESPM)
Marcelo Rocha e Silva Zorovich (ESPM)
Fabiano Rodrigues (ESPM)
Maria Carolina Conejero (FEI)