Belo Horizonte inicia de forma planejada, sob forte influência estatal e com perspectiva urbanística modernizadora, pautada em ideais sanitaristas, de livre movimentação dos indivíduos e com uma estrutura altamente organizada. No entanto, os anseios de uma elite pautados no progresso e no desenvolvimento trazem consequências e graves problemas urbanos como as inundações. Desse modo, o objetivo geral desse trabalho é discutir sobre o processo de marginalização e periferização de rios e sujeitos a partir de uma política pública de saneamento e de recursos hídricos pautada na gentrificação e no viés higienista. Para isso, analisamos a formação do espaço urbano de Belo Horizonte; discorremos sobre a gestão pública e políticas públicas no que tange à gestão dos recursos hídricos; e discutimos sobre a vulnerabilidade causada pela gestão de recursos hídricos na cidade. Como consequência desse fenômeno, há uma elevação do valor da terra e o deslocamento compulsório das populações mais pobres, onde mais uma vez, as pessoas menos abastadas são lançadas às margens. Dessa maneira, é impossível falar de desenvolvimento das periferias sem citar o que a gentrificação representa para as populações que ocupam essas áreas, entretanto, vale ressaltar que a crítica não envolve o oferecimento de serviços e infraestrutura, mas sim transformar o direito à moradia em mercadoria à mercê da lógica produtivista e das oscilações mercadológicas.
Comissão Científica
Manolita Correia Lima (ESPM)
Marcelo Rocha e Silva Zorovich (ESPM)
Fabiano Rodrigues (ESPM)
Maria Carolina Conejero (FEI)