Neste trabalho, realizado no âmbito de um estudo em nível de mestrado, buscamos investigar as concepções de professores acerca da argumentação e prova matemáticas em sala de aula. Para tanto, realizamos entrevistas semiestruturadas com seis professores de diferentes perfis e analisamos essas falas, a fim de compreender suas concepções e sua atuação como docente, levando em conta sua formação, tempo de atuação e o contato que tiveram com pesquisas no campo da argumentação matemática. Observamos que, embora nenhum deles tenha citado diretamente a tipologia proposta por Balacheff (1988) ou mesmo Hanna (1990), alguns levam em conta o nível de maturidade dos estudantes e validam seus argumentos mais ingênuos, além de estimular o desenvolvimento do pensamento argumentativo. Embora apenas um dos seis entrevistados tenha tido, em sua graduação, uma disciplina voltada especificamente para a argumentação, a maioria compreende os conceitos de argumentação e prova matemáticas, mesmo que, em alguns casos, de forma superficial. Por outro lado, os demais reconhecem que tiveram contato com esse tema em outras disciplinas, percebendo a utilização de argumentos matemáticos para a construção de provas em teoremas. Notamos, também, que prevalece a ideia de prova como instrumento de verificação e de descoberta (De Villiers, 1990), já que, embora vivam diferentes realidades e contextos, todos afirmam que ainda não é possível, ou não é o momento de trabalhar a linguagem matemática formal (como no meio acadêmico), dada a imaturidade de seus estudantes. Com isso, concluímos que existe certa carência em relação à forma como a argumentação é abordada nos cursos de graduação – sem haver, em muitos casos, uma disciplina voltada para tal, embora haja contato via outras disciplinas. Além disso, verificamos também que, embora haja diferenças nos métodos e abordagens, existe uma tendência à convergência das visões desses profissionais sobre o que é argumentação matemática.
O Seminário de Pesquisa do GPARA, em sua 8ª edição destina-se aos professores-pesquisadores e seus orientandos de iniciação científica, mestrado e doutorado. O objetivo do evento é proporcionar aos integrantes dos grupos um espaço privilegiado para discussão de suas pesquisas em andamento, em fase de projeto ou já concluídas realizadas em Letras, Educação, Ciências e Matemática.
Assim, além de divulgar seu trabalho e ampliar redes de contato, os integrantes do grupo podem trocar experiências e construir aprendizados, por meio do questionamento e do livre debate de suas temáticas, problemáticas, abordagens metodológicas, inquietações e/ou propostas teóricas, procedimentos de análise, em que a troca de ideias favoreça o amadurecimento da pesquisa de cada integrante do grupo, bem como perscrutar novas temáticas e possibilidades de parcerias para organização de livros e de números temáticos em periódicos, participação em eventos de extensão, cursos na graduação e na pós-graduação, bancas de defesa de dissertações e teses.
Agradecemos antecipadamente a colaboração de todos/as para a concretização deste Seminário de Pesquisa.
Boa leitura!
Comissão Organizadora
Eduardo Lopes Piris
Isabel Cristina Michelan de Azevedo
Comissão Científica
Alana Driziê Gonzatti dos Santos (UFRN)
Carla Severiano de Carvalho (UNEB)
Deywid Wagner de Melo (UFAL)
Dorotea Frank Kersch (UNISINOS)
Edilson de Souza Soares (UFS)
Eduardo Lopes Piris (UESC)
Elionai Mendes da Silva (UESC)
Esther López (UNT)
Flávio Passos Santana (UPE)
Francisco Geoci da Silva (UFRN)
João Carlos Caldato Correia (IFRJ)
João Paulo Attiê (UFS)
Joelene Tavares Correia (UESC)
Marcia Regina Curado Pereira Mariano (UFS)
María Elena Molina (UNS)
Matheus Matucelli dos Santos (UFS)
Max Silva da Rocha (UFAL)
Paulo Roberto Gonçalves-Segundo (USP)
Sheyla Fabricia Alves Lima (UESC)
Soade Pereira Jorge Calhau (UESC)
Vanesca Carvalho Leal (UFS)
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