A Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2018) confere centralidade às Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação nos processos de ensino e aprendizagem em todas as áreas do conhecimento, o que se comprova pelo estabelecimento da quinta competência geral da BNCC, que enfatiza a necessidade de compreensão e uso dessas tecnologias numa perspectiva crítica, reflexiva e ética nas práticas de linguagem, inclusive as que acontecem na escola. Do mesmo modo, a Base sinaliza, por meio da competência geral sete, que a argumentação é um componente igualmente fundamental para os processos de ensino e aprendizagem, porquanto promove a formulação, negociação e defesa de ideias, pontos de vista, promovendo, por assim ser, a prática social da tomada de decisão em variados espaços sociais. Nesta perspectiva, o documento recomenda o trabalho com novos gêneros multimodais em circulação, alguns dos quais potencialmente argumentativos, como vidding, social advertising e advergames, dentre outros. Entretanto, a maioria desses gêneros ainda carecem de estudos voltados à descrição e análise linguística de seus aspectos constitutivos. Essa carência nos instigou a propor o desenvolvimento de uma pesquisa qualitativa, em nível de doutorado, voltada à caracterização do gênero digital multimodal argumentativo advergame. No intuito de analisar e descrever alguns dos processos semióticos e linguísticos no campo da argumentação multimodal, partimos da observação desse gênero em uso, tomando como objeto o jogo Monkey Fright, criado e disponibilizado on-line pela PETA (People for Ethical Treatment of Animals), utilizando, para tanto, as bases teóricas da argumentação prática (Gonçalves-Segundo, 2020), da Retórica da Argumentação Visual (Kjeldsen, 2015, 2018) e da Gramática do Design Visual (Kress; Van Leeuwen, 2006). Nossas análises preliminares apontam que, no campo da argumentação, o jogo se organiza a partir de esquemas argumentativos que são instanciados com seus modais verbal, imagético e sonoro, funcionando em consórcio para a construção das semioses argumentativas.
O Seminário de Pesquisa do GPARA, em sua 8ª edição destina-se aos professores-pesquisadores e seus orientandos de iniciação científica, mestrado e doutorado. O objetivo do evento é proporcionar aos integrantes dos grupos um espaço privilegiado para discussão de suas pesquisas em andamento, em fase de projeto ou já concluídas realizadas em Letras, Educação, Ciências e Matemática.
Assim, além de divulgar seu trabalho e ampliar redes de contato, os integrantes do grupo podem trocar experiências e construir aprendizados, por meio do questionamento e do livre debate de suas temáticas, problemáticas, abordagens metodológicas, inquietações e/ou propostas teóricas, procedimentos de análise, em que a troca de ideias favoreça o amadurecimento da pesquisa de cada integrante do grupo, bem como perscrutar novas temáticas e possibilidades de parcerias para organização de livros e de números temáticos em periódicos, participação em eventos de extensão, cursos na graduação e na pós-graduação, bancas de defesa de dissertações e teses.
Agradecemos antecipadamente a colaboração de todos/as para a concretização deste Seminário de Pesquisa.
Boa leitura!
Comissão Organizadora
Eduardo Lopes Piris
Isabel Cristina Michelan de Azevedo
Comissão Científica
Alana Driziê Gonzatti dos Santos (UFRN)
Carla Severiano de Carvalho (UNEB)
Deywid Wagner de Melo (UFAL)
Dorotea Frank Kersch (UNISINOS)
Edilson de Souza Soares (UFS)
Eduardo Lopes Piris (UESC)
Elionai Mendes da Silva (UESC)
Esther López (UNT)
Flávio Passos Santana (UPE)
Francisco Geoci da Silva (UFRN)
João Carlos Caldato Correia (IFRJ)
João Paulo Attiê (UFS)
Joelene Tavares Correia (UESC)
Marcia Regina Curado Pereira Mariano (UFS)
María Elena Molina (UNS)
Matheus Matucelli dos Santos (UFS)
Max Silva da Rocha (UFAL)
Paulo Roberto Gonçalves-Segundo (USP)
Sheyla Fabricia Alves Lima (UESC)
Soade Pereira Jorge Calhau (UESC)
Vanesca Carvalho Leal (UFS)