O Programa Residência Pedagógica (PRP) foi instituído em 2018 pela CAPES como política nacional de formação docente, para proporcionar ao professor-em-formação a correlação entre a teoria e a prática, situada em contexto escolar. O PRP se mostra como uma oportunidade das Licenciaturas de Letras preencherem uma lacuna histórica no tocante à formação docente para o ensino de argumentação, o que, igualmente, abre um caminho para o começo da institucionalização da argumentação como disciplina. Neste trabalho, concentramos nossa atenção no papel que o preceptor do PRP desempenha na formação de professores de língua portuguesa para o ensino de argumentação. Para isso, elegemos a experiência do subprojeto de Letras, realizada na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em 18 meses, entre 2022 e 2024, cujas ações convergiram para o ensino de argumentação nos quatro eixos de ensino-aprendizagem de língua portuguesa preconizados na BNCC: leitura, produção textual, oralidade e análise linguística e semiótica. O quadro teórico deste trabalho assume as concepções de formação docente, professor-pesquisador e professor-reflexivo, defendidas por Freire (1996), Schön (1992), Pimenta e Lima (2004), Zeichner (2008) e Faria e Diniz (2019), e, igualmente, as Teorias dos Letramentos (Kleiman, 2008; 2014) e o enfoque interacional da argumentação (Plantin, 2008; Grácio, 2011; 2013), para, então, assumir a perspectiva do ensino de argumentação baseada nas práticas de letramentos, propostas por Tinoco e Azevedo (2019), Piris (2021) e Azevedo, Santos, Calhau, Leal e Piris (2023).Os resultados sinalizam que as preceptoras desempenharam o duplo papel de professoras em formação e o de professoras-formadoras, sendo que, no primeiro, construíram novos saberes docentes sobre o ensino de argumentação e as práticas de letramento – jornal escolar, assembleia de classe, debate, propaganda e podcast – e, no segundo, orientaram os residentes a elaborar e aplicar o projeto de ensino, produzir os materiais didáticos, planejar e reger as aulas.
O Seminário de Pesquisa do GPARA, em sua 8ª edição destina-se aos professores-pesquisadores e seus orientandos de iniciação científica, mestrado e doutorado. O objetivo do evento é proporcionar aos integrantes dos grupos um espaço privilegiado para discussão de suas pesquisas em andamento, em fase de projeto ou já concluídas realizadas em Letras, Educação, Ciências e Matemática.
Assim, além de divulgar seu trabalho e ampliar redes de contato, os integrantes do grupo podem trocar experiências e construir aprendizados, por meio do questionamento e do livre debate de suas temáticas, problemáticas, abordagens metodológicas, inquietações e/ou propostas teóricas, procedimentos de análise, em que a troca de ideias favoreça o amadurecimento da pesquisa de cada integrante do grupo, bem como perscrutar novas temáticas e possibilidades de parcerias para organização de livros e de números temáticos em periódicos, participação em eventos de extensão, cursos na graduação e na pós-graduação, bancas de defesa de dissertações e teses.
Agradecemos antecipadamente a colaboração de todos/as para a concretização deste Seminário de Pesquisa.
Boa leitura!
Comissão Organizadora
Eduardo Lopes Piris
Isabel Cristina Michelan de Azevedo
Comissão Científica
Alana Driziê Gonzatti dos Santos (UFRN)
Carla Severiano de Carvalho (UNEB)
Deywid Wagner de Melo (UFAL)
Dorotea Frank Kersch (UNISINOS)
Edilson de Souza Soares (UFS)
Eduardo Lopes Piris (UESC)
Elionai Mendes da Silva (UESC)
Esther López (UNT)
Flávio Passos Santana (UPE)
Francisco Geoci da Silva (UFRN)
João Carlos Caldato Correia (IFRJ)
João Paulo Attiê (UFS)
Joelene Tavares Correia (UESC)
Marcia Regina Curado Pereira Mariano (UFS)
María Elena Molina (UNS)
Matheus Matucelli dos Santos (UFS)
Max Silva da Rocha (UFAL)
Paulo Roberto Gonçalves-Segundo (USP)
Sheyla Fabricia Alves Lima (UESC)
Soade Pereira Jorge Calhau (UESC)
Vanesca Carvalho Leal (UFS)