O que sabemos sobre os impactos econômicos das mudanças climáticas?

  • Autor
  • Raquel de Freitas Silva
  • Co-autores
  • Guilherme de Oliveira
  • Resumo
  • O estudo mostra como a literatura econômica estima os impactos econômicos das mudanças climáticas a partir de dados observáveis. Esta revisão sintetiza, descreve, analisa e discute os diferentes modelos econômicos existentes, bem como as limitações de cada um deles e seus respectivos resultados, identificando o estado atual de conhecimento. Foi efetuada uma busca sistematizada da literatura utilizando palavras-chaves nos bancos de dados: Scielo, Direct Science, Jstor, Econopaper e Google Scholar e, através da construção de rede de citações das principais literaturas no banco de dados do Connect Paper; onde foram identificados 693 artigos. Após a revisão dos resumos, introduções e conclusões e a verificação da relevância dos artigos com publicação anterior a 2021, foram excluídos 630 artigos, sendo 515 por não atenderem os critérios de seleção definidos a priori a partir dos objetivos da pesquisa, 71 por não apresentarem relevância para a literatura e 44 artigos duplicados, desta forma, foram incluídos 63 artigos na revisão. A discussão dos impactos econômicos das mudanças climáticas teve início no final da década de 1970, quando William Nordhaus apresentou o primeiro modelo econômico do impacto das emissões de CO2, no encontro da American Economic, desde então, muitos estudos foram desenvolvidos utilizando dados históricos de temperatura, precipitação, nível do mar, salinização, concentração dos gases de efeito estufa e frequência dos eventos extremos  para mensurar os custos econômicos das mudanças climáticas em diferentes aspectos, como produção agrícola, produção industrial, produtividade do trabalho, PIB, consumo de energia, mortalidade, conflitos, crescimento e desenvolvimento econômico.  Uma primeira linhagem de modelos, inspirada nos trabalhos de Nordhaus, estima os impactos econômicos das mudanças climáticas por meio de modelos cross-section a partir de dados observáveis, esse modelo não consegue captar a heterogeneidade de diferentes locais e por ser estático não consegue captar a adaptação. Posteriormente, a abordagem de dados de painel com efeitos fixos mensura esses impactos a partir da variação anual nos resultados econômicos, temperatura e precipitação, resolvendo o problema da heterogeneidade e captando as adaptações no curto prazo. Uma literatura emergente estima os impactos da mudança climática por meio de modelos híbridos, utilizando médias móveis das variáveis climáticas e produtividade agrícola em dois períodos de tempo com uma diferença de pelo menos 20 anos, esses modelos conseguem captar as adaptações no curto prazo e no longo prazo e a heterogeneidade, no entanto, ainda não existem aplicações em setores não-agrícolas e em países em desenvolvimento. Os resultados conhecidos indicam que o aumento da temperatura, do nível do mar, da salinização, da concentração dos gases de efeito estufa e da frequência dos eventos extremos afeta negativamente os resultados econômicos, enquanto, a alteração das frequências da precipitação tem resultados adversos, quando ela aumenta, as atividades econômicas são afetadas positivamente e quando existe redução, estas têm variação negativa. Este estudo apresenta as técnicas econométricas disponíveis; os principais resultados econômicos estimados na literatura relevante; os atuais desafios e sugestões para pesquisadores que buscam prever esses impactos; contribuindo para uma visão mais ampla da produção científica até o presente momento. 

  • Palavras-chave
  • literatura econômica, impactos econômicos, mudanças climáticas, dados observáveis
  • Área Temática
  • 1. Desenvolvimento e sustentabilidade socioambiental
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Com satisfação a Comissão Organizadora apresenta ao público os resultados dos debates, dos artigos e resumos apresentados no XV Encontro de Economia Catarinense.

Com o tema geral do Bicentenário da Independência, aproveitando o momento histórico, o XV Encontro de Economia Catarinense se propôs ser um espaço de discussão sobre as transformações socioeconômicas e políticas no âmbito nacional, estadual e regional, no que se refere ao período de independência do Brasil, bem como, de reflexões sobre a atualidade, sobre as descontinuidades ou permanências seculares. Nesta edição a história econômica esteve no centro dos debates. Conforme a leitura de Joseph Schumpeter, a história econômica forma, junto a teoria econômica e a estatística, uma razão da evolução da "análise econômica", ferramenta indispensável para o discernimento da economia.

Tradicionalmente, o encontro busca oportunizar o debate sobre temas relevantes que transpassam os cenários nacional, estadual e regional. As dez áreas temáticas escolhidas para a submissão de trabalhos abriram um leque de assuntos que permitiram, ao passo que extrapolam o tema geral do evento, reunir pesquisadores afins, estimulando e enriquecendo as discussões. Portanto, trata-se de evento que contempla a difusão da produção científica e tecnológica, com substancial adesão das IES catarinenses, mas também de outras instituições envolvidas em pesquisa científica no território estadual.

O Encontro de Economia Catarinense tem desempenhado a função de espaço para exposição e debate de trabalhos acadêmicos, de interesse a pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação, que são postos em contato direto com seus pares, etapa fundamental do trabalho científico. Especificamente os alunos de graduação são beneficiados pelo ambiente que estimula a arguição, a mestria e favorece sua erudição. Os estudantes de pós-graduação, por sua vez, complementam sua formação e tem oportunidade da fortalecer sua experencia acadêmica. Os pesquisadores aproveitam, sobretudo, do contrato direto com os pares para aprimoramento de seus resultados de pesquisa. As instituições de ensino e pesquisa, as ICTs e os grupos de pesquisa fortalecem suas redes e divulgam suas atividades e produções. Demais atores da sociedade, como empresas e instituições públicas, além dos educadores, tem acesso a uma ampla produção acadêmica, que desvenda os principais mecanismos de funcionamento da economia no Estado.

O XV Encontro de Economia Catarinense: Bicentenário da Independência, ocorreu entre 09 e 10 de junho de 2022, em Rio do Sul (SC), pelos esforços da Associação de Pesquisadores em Economia Catarinense – APEC e do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí - UNIDAVI, contando com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – FAPESC.

O evento teve três mesas redondas com discussões sobre os processos socioeconômicos históricos ocorridos após a independência do Brasil e seus impactos nos níveis nacional, estadual e regional. Nossa conferência de abertura foi proferida pelo Prof. Dr. Luiz Fernando Saraiva, da Universidade Federal Fluminense (UFF). A cerimônia de abertura e de registro dos 15 anos de existência da APEC encontram-se disponíveis no canal da Associação na plataforma YouTube (https://youtu.be/VsGtl1eKoxo). O debate sobre o estado de Santa Catarina, nessa efeméride, esteve na conferência com o Prof. Dr. Alcides Goularti Filho (UNESC) e Prof. Dr. Itamar Aguiar (UFSC). As palestras sobre abrangência regional foram proferidas pelo Prof. Dr. Dr. Andrei Stock (UNIDAVI) e pela Prof. Dra. Marcia Fuchter (UNIDAVI). Os artigos e resumos selecionados e apresentados nas diversas sessões temáticas integram o corpo destes anais.

As normas e demais condições para submissão dos trabalhos constam no Regulamento do XV Encontro de Economia Catarinense, disponível no site da APEC (apec.pro.br) e na plataforma do evento (https://doity.com.br/xveec/trabalhos#c).

  • 1. Desenvolvimento e sustentabilidade socioambiental
  • 2. Gestão e economia do setor público
  • 3. Demografia, espaço e mercado de trabalho
  • 4. História Econômica e Social
  • 5. Economia Industrial, da Ciência, Tecnologia e Inovação
  • 6. Desenvolvimento Social, Economia Solidária e Políticas Públicas
  • 7. Desenvolvimento Regional e Urbano
  • 8. Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar
  • 9. Economia e Política Internacional
  • 10. Temas especiais

Realização

Associação de Pesquisadores em Economia Catarinense - APEC

Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí - UNIDAVI

 

Apoio

Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina - FAPESC

 

Comissão Organizadora

Rossandra Maciel de Bitencourt

Fabio Farias de Moraes

Liara Darabas Ronçani

Tatiane Aparecida Viega Vargas

Daniel Rodrigo Strelow

Anielle Gonçalves de Oliveira

 

Comissão Científica

Gilberto Sales - ICMBIO) 

Eliane Maria Martins – Univille

Maria Luiza Milani – UnC

Almir Cléydison Joaquim da Silva - UFPR

Hellen Alves Sá - UFPR

Max Richard Coelho Verginio - UNESC

Carolina Biz - UNESC

Talita Alves de Messias - UNISINOS

Ana Paula Klaumann - UFRGS

Lilian Adriana Borges - UNIDAVI

Mônica Aparecida Bortolotti - Unicentro

Andrei Stock - UNIDAVI

Hoyêdo Nunes Lins - UFSC

Wallace Pereira - UFPA

Luciana Dias - UNIDAVI

Armando Fornazier - UnB

Mohamed Amal - Furb

Patricia Oliveira e Silva - UFU

Cássia Heloisa Ternus - UNOCHAPECO

Daniel Sampaio  - UFES

 

Associação de Pesquisadores em Economia Catarinense - APEC

apec@apec.pro.br