A Celesc na Formação do Sistema Estatal Catarinense

  • Autor
  • Carolina Biz
  • Resumo
  • As Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC), como empresa de geração e distribuição de energia exerceu e, ainda exerce, um papel fundamental no setor elétrico no estado. Como estatal/holding concentrou empresas estratégicas para o desenvolvimento e crescimento, expandiu-se e integrou setores que contribuíram para o desenvolvimentismo do estado. Desde sua constituição como empresa, que iniciou como holding em 1955, alargou suas funções e, posteriormente, como estatal, estruturou-se num pacto poder de oligarquias desenvolvimentistas conservadores que sustentaram, expandiram e mantém a empresa até a atualidade. A empresa faz parte, também, de um sistema estatal que configurou o desenvolvimento do estado. Esse sistema iniciou com investimentos pontuais do estado, em rodovias, portos, abastecimento de água (bicas), pontos isolados de energia elétrica. Apesar da timidez desses investimentos no início do século XX, pode-se afirmar que havia uma preocupação da elite conservadora no desenvolvimentismo do estado, afinal, estes eram pontos chave para atrair capital. E isso foi se acentuando nas décadas seguintes que além da Celesc, também foram criadas: a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento), Cotesc (Companhia Catarinense de Telecomunicações), Besc (Banco do Estado de Santa Catarina), Badesc (Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina). Dentro dessa perspectiva, houve também a criação de fontes de investimentos, que também constituíram uma fonte de financiamentos para concretizar a formação desse sistema de estatais. Nos anos de 1990, diante de políticas neoliberais, que legitimaram as políticas de venda das estatais, no âmbito nacional o resultado foi a venda em massa das estatais, em especial, do setor elétrico.  E, Santa Catarina, com suas oligarquias conservadores, mantiveram o setor elétrico, criaram a SC Gás (uma nova estatal, 1994, perante um momento de privatizações) investiram na Pesquisa e Extensão Agropecuária através da EPAGRI em 1991, ou seja, estavam na contramão da ordem do dia. A cada troca de governo o assunto sobre a privatização da empresa era retomado, porém a estatal manteve-se. Em 2006, perante o modelo preconizado pela legislação de setor elétrico nacional, a Celesc, mais uma vez, passa a ser holding e como subsidiárias ficaram: Celesc Distribuição e Celesc Geração, além disso deteve participação na Casan, Dona Francisca Energética S.A., Usina Hidrelétrica de Cubatão S. A. e adquiriu o controle acionário da SC gás. Ou seja, a empresa sobrevive as ameaças privatizantes do comando nacional e ainda agrupa o comando de outras estatais, o que conduz a pesquisa com o objetivo de entender quais foram os fatores que levaram a empresa a se manter como estatal em meio às turbulências privatistas dos anos de 1990 e que perdura até a atualidade e, para isso se estrutura numa pesquisa documental (documentos oficiais, planos e discursos de governo, balanço patrimonial) e no método dialético.

  • Palavras-chave
  • Desenvolvimentismo, conservadorismo, estatais.
  • Área Temática
  • 7. Desenvolvimento Regional e Urbano
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Com satisfação a Comissão Organizadora apresenta ao público os resultados dos debates, dos artigos e resumos apresentados no XV Encontro de Economia Catarinense.

Com o tema geral do Bicentenário da Independência, aproveitando o momento histórico, o XV Encontro de Economia Catarinense se propôs ser um espaço de discussão sobre as transformações socioeconômicas e políticas no âmbito nacional, estadual e regional, no que se refere ao período de independência do Brasil, bem como, de reflexões sobre a atualidade, sobre as descontinuidades ou permanências seculares. Nesta edição a história econômica esteve no centro dos debates. Conforme a leitura de Joseph Schumpeter, a história econômica forma, junto a teoria econômica e a estatística, uma razão da evolução da "análise econômica", ferramenta indispensável para o discernimento da economia.

Tradicionalmente, o encontro busca oportunizar o debate sobre temas relevantes que transpassam os cenários nacional, estadual e regional. As dez áreas temáticas escolhidas para a submissão de trabalhos abriram um leque de assuntos que permitiram, ao passo que extrapolam o tema geral do evento, reunir pesquisadores afins, estimulando e enriquecendo as discussões. Portanto, trata-se de evento que contempla a difusão da produção científica e tecnológica, com substancial adesão das IES catarinenses, mas também de outras instituições envolvidas em pesquisa científica no território estadual.

O Encontro de Economia Catarinense tem desempenhado a função de espaço para exposição e debate de trabalhos acadêmicos, de interesse a pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação, que são postos em contato direto com seus pares, etapa fundamental do trabalho científico. Especificamente os alunos de graduação são beneficiados pelo ambiente que estimula a arguição, a mestria e favorece sua erudição. Os estudantes de pós-graduação, por sua vez, complementam sua formação e tem oportunidade da fortalecer sua experencia acadêmica. Os pesquisadores aproveitam, sobretudo, do contrato direto com os pares para aprimoramento de seus resultados de pesquisa. As instituições de ensino e pesquisa, as ICTs e os grupos de pesquisa fortalecem suas redes e divulgam suas atividades e produções. Demais atores da sociedade, como empresas e instituições públicas, além dos educadores, tem acesso a uma ampla produção acadêmica, que desvenda os principais mecanismos de funcionamento da economia no Estado.

O XV Encontro de Economia Catarinense: Bicentenário da Independência, ocorreu entre 09 e 10 de junho de 2022, em Rio do Sul (SC), pelos esforços da Associação de Pesquisadores em Economia Catarinense – APEC e do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí - UNIDAVI, contando com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – FAPESC.

O evento teve três mesas redondas com discussões sobre os processos socioeconômicos históricos ocorridos após a independência do Brasil e seus impactos nos níveis nacional, estadual e regional. Nossa conferência de abertura foi proferida pelo Prof. Dr. Luiz Fernando Saraiva, da Universidade Federal Fluminense (UFF). A cerimônia de abertura e de registro dos 15 anos de existência da APEC encontram-se disponíveis no canal da Associação na plataforma YouTube (https://youtu.be/VsGtl1eKoxo). O debate sobre o estado de Santa Catarina, nessa efeméride, esteve na conferência com o Prof. Dr. Alcides Goularti Filho (UNESC) e Prof. Dr. Itamar Aguiar (UFSC). As palestras sobre abrangência regional foram proferidas pelo Prof. Dr. Dr. Andrei Stock (UNIDAVI) e pela Prof. Dra. Marcia Fuchter (UNIDAVI). Os artigos e resumos selecionados e apresentados nas diversas sessões temáticas integram o corpo destes anais.

As normas e demais condições para submissão dos trabalhos constam no Regulamento do XV Encontro de Economia Catarinense, disponível no site da APEC (apec.pro.br) e na plataforma do evento (https://doity.com.br/xveec/trabalhos#c).

  • 1. Desenvolvimento e sustentabilidade socioambiental
  • 2. Gestão e economia do setor público
  • 3. Demografia, espaço e mercado de trabalho
  • 4. História Econômica e Social
  • 5. Economia Industrial, da Ciência, Tecnologia e Inovação
  • 6. Desenvolvimento Social, Economia Solidária e Políticas Públicas
  • 7. Desenvolvimento Regional e Urbano
  • 8. Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar
  • 9. Economia e Política Internacional
  • 10. Temas especiais

Realização

Associação de Pesquisadores em Economia Catarinense - APEC

Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí - UNIDAVI

 

Apoio

Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina - FAPESC

 

Comissão Organizadora

Rossandra Maciel de Bitencourt

Fabio Farias de Moraes

Liara Darabas Ronçani

Tatiane Aparecida Viega Vargas

Daniel Rodrigo Strelow

Anielle Gonçalves de Oliveira

 

Comissão Científica

Gilberto Sales - ICMBIO) 

Eliane Maria Martins – Univille

Maria Luiza Milani – UnC

Almir Cléydison Joaquim da Silva - UFPR

Hellen Alves Sá - UFPR

Max Richard Coelho Verginio - UNESC

Carolina Biz - UNESC

Talita Alves de Messias - UNISINOS

Ana Paula Klaumann - UFRGS

Lilian Adriana Borges - UNIDAVI

Mônica Aparecida Bortolotti - Unicentro

Andrei Stock - UNIDAVI

Hoyêdo Nunes Lins - UFSC

Wallace Pereira - UFPA

Luciana Dias - UNIDAVI

Armando Fornazier - UnB

Mohamed Amal - Furb

Patricia Oliveira e Silva - UFU

Cássia Heloisa Ternus - UNOCHAPECO

Daniel Sampaio  - UFES

 

Associação de Pesquisadores em Economia Catarinense - APEC

apec@apec.pro.br