O objetivo desse trabalho é o de investigar os argumentos pelos quais Rousseau se utiliza para demonstrar como o cultivo das ciências e as artes é crucial para a decadência dos costumes. Para alcançar o nosso objetivo, analisaremos o “Discurso sobre as ciências e as artes”, escrito em 1750, premiado pela Academia de Dijon. Este estudo consiste em uma concisa interpretação da filosofia de Rousseau, com o objetivo de esclarecer esta obra e com isso viabilizar um debate em torno dos principais conceitos nela contidos. Nesse “primeiro Discurso”, entendemos que a medida que as ciências e as artes avançam elas trazem também consigo a depravação e corrupção dos homens e a decadência dos costumes. A forma que Rousseau buscava provar sua tese, e fundamentar seus argumentos, era no testemunho da própria origem histórica das ciências e artes. Assim sendo, ele menciona povos como Egito, Grécia, Roma e China que com o avanço da civilização se corromperam e se depravaram, e com isso, foram escravizados. Também expõe, por exemplo, que povos como os citas, os germanos e Esparta cuja simplicidade e ignorância os preservaram da corrupção lhes favoreceram a integridade de seus costumes. Com isso, Rousseau não quer fazer apologia à barbárie, mas pelo contrário, ele defende que o avanço da civilização acarreta numa degeneração dos costumes levando os povos a perderem a simplicidade e a inocência original. Num tom escatológico, Rousseau enfatiza que as ciências e as artes nasceram da vaidade, e que esta, por sua vez, leva ao ócio, e ao luxo. Rousseau reconhece as dificuldades de reprovar as ciências e as artes diante da civilização do iluminismo. Ele esclarece que seu objetivo não é discriminar o conhecimento e valorizar a ignorância, e sim defender a virtude. Tendo em vista os argumentos apresentados por Rousseau deduzimos que, levando-se pelas mesmas paixões e vícios que o genebrino criticou, o projeto civilizatório do Iluminismo apresentou falhas antes mesmo de se consolidar, uma vez que a ambição e o orgulho intelectual almejam dar conta de tudo, menos da autêntica felicidade e realização humana.
A "I Semana Nacional de Filosofia da UEPB" foi realizada nos dias 12, 13 e 14 de novembro de 2018, no Centro de Educação da Universidade Estadual da Paraíba, Campus I, Campina Grande. Ao mesmo tempo, ocorreu o "I Colóquio Nacional Biopolítica e Filosofia", organizado pelo Bios - Núcleo de Estudos em Biopolítica e Filosofia Contemporânea (UEPB/CNPq). O evento foi estruturado de acordo com o seguinte tema: "Diálogos contemporâneos: respeito às singularidades e às diferenças". No decorrer dos três dias de atividades, o evento reuniu professores e alunos da Graduação e de diferentes programas de Pós-graduação em Filosofia e áreas afins para a reflexão e o debate sobre problemas fundamentais do mundo contemporâneo, tais como cidadania, direitos humanos, justiça, sujeito, alteridade e educação. Cabe ressaltar, ainda, que o evento contou com quase duzentos participantes, 68 trabalhos apresentados em forma de comunicação oral (Grupos de Trabalho), além de conferências, minicursos, mesas redondas e momento cultural. Agradecemos a todos e todas pela participação.
Comissão Organizadora
Flávio José de Carvalho (UFCG)
Írio Vieira Coutinho Abreu Gomes (UEPB)
José Arlindo de Aguiar Filho (UEPB)
Gilmara Coutinho Pereira (UEPB)
José Nilton Conserva de Arruda (UEPB)
Julio Cesar Kestering (UEPB)
Maria Simone Marinho Nogueira (UEPB)
Marianne Sousa Barbosa (UFCG)
Otacílio Gomes da Silva Neto (UEPB)
Ramon Bolivar Cavalcanti Germano (UEPB)
Roberto Pereira Veras (IFAC)
Thalles Azevedo de Araujo (UEPB)
Valmir Pereira (UEPB)
Bios - Núcleo de Estudos em Biopolítica e Filosofia Contemporânea (UEPB/CNPq)
E-mail: biosuepb@gmail.com
Departamento de Filosofia da Universidade Estadual da Paraíba (DFil/UEPB)
Rua Baraúnas, 351 - Bairro Universitário - Campina Grande-PB, CEP 58429-500
Fone: +55 (83) 3344-5318
Organizador dos Anais do Evento
Thalles Azevedo de Araujo (UEPB)
Comissão Organizadora do Evento
Alexandre Franco de Sá (Universidade de Coimbra)
Antonio Carlos de Melo Magalhães (UEPB)
Carla Dayanne Montenegro Honorato de Araujo (UFCG)
Flávio José de Carvalho (UFCG)
José Arlindo de Aguiar Filho (UEPB)
Thalles Azevedo de Araujo (UEPB)
Apoio
Departamento de Filosofia da Universidade Estadual da Paraíba (DFil/UEPB)
Bios - Núcleo de Estudos em Biopolítica e Filosofia Contemporânea (UEPB/CNPq)
Alunos do Curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade Estadual da Paraíba