CARTOGRAFIA: A LEITURA ENQUANTO TRACEJAMENTO DE MAPAS

CARTOGRAFIA: A LEITURA ENQUANTO TRACEJAMENTO DE MAPAS

• Autor
• Caio Felipe Varela Martins
• Resumo

• A cartografia pode ser vista de várias formas e em vários territórios diferentes, o presente artigo visa mapear a pluralidade de usos deste objeto enquanto metodologia, não apenas como método de delimitar territórios, mas principalmente enquanto metodologia de leitura. A cartografia enquanto metodologia de leitura pode abranger toda a vivência da subjetiidade humana, sendo possível a leitura e a cartografia de nossos próprios desejos enquanto seres. Usando da exploração dos vários territórios que tocam este conceito, enquanto método ou mesmo objeto de estudo, iremos destacar, com enfoque na filosofia de Deleuze e Guattari, a importância e a forma diferente que a cartografia toma enquanto metodologia, ou mesmo sistema filosófico, sendo possível, através da filosofia da diferença não mais buscar apenas a representação ou significado das coisas, mas a compreensão do movimento da própria realidade enquanto fluxo, e o mapeamento desta movimentação. Fugir de métodos fechados, e criar aberturas, rachaduras na representação é o que nos traz a cartografia enquanto metodologia filosófica, a apresentação de várias perspectivas diferentes nos leva a uma compreensão maior da realidade, tracemos um mapa na realidade, usemos da diferença para encontrar caminhos, criar rupturas e produzir realidade. Buscamos, primeiramente, para exercer essa abertura que o mapa deve nos proporcionar o diferente do dual ou do único, o que é múltiplo e heterogêneo, o que não busca a transcendência, mas o que é imanente; o que não tem uma, duas, três, mil linhas, mas o que tem uma multiplicidade delas, incontáveis linhas e encontros. Em Deleuze, o rizoma representa o que não tem núcleo, raiz sem centro, ou se o tem, são vários, longe de serem contabilizados, multiplicidade. Este é o conceito que Deleuze formula juntamente com Guattari como uma nova via a um modelo que direcionou a história da filosofia a partir de Parmênides e de Platão. Para a unidade mostra-se a multiplicidade, para a árvore aparece o rizoma. Com a ajuda de tal conceito, pretendemos abordar a filosofia da diferença como abertura de possibilidade de uma leitura de nossa própria subetividade e desejos a partir de uma cartografia da realidade.

• Palavras-chave
• Cartografia. Metodologia. Rizoma. Diferença. Subjetividade.
• Área Temática
• GT 01 - As múltiplas faces da subjetividade contemporânea