A contabilidade deve fornecer informações aos seus mais variados usuários, principalmente os usuários externos a empresa como governo, investidores e acionistas, por isso considera-se que a ampliação dos estudos científicos acerca dessa área é importante para o sistema econômico.
Neste contexto, a proposta de disseminar a atual visão sobre a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), exige destacar conceitos, estudos e definições, ou seja, evidenciar a importância dessa ferramenta para o profissional contábil e para sociedade em geral, uma vez que possibilita gerar informações para o processo de tomada de decisões das empresas.
Segundo, Oliveira, Castro e Teixeira (2017), hoje, no cenário econômico em que empresas de grande porte se encontram, é essencial estabelecer parâmetros para o melhor controle sobre as distribuições de lucros, seja estes para os sócios ou acionistas, contribuintes com capital de terceiros, partes relativas aos empregados e, por fim, a contribuição de carga tributária imposta pelo governo. Considerando a necessidade de controle de distribuição de lucro tem-se como ferramenta de suporte para fornecer essas informações a DVA.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), com a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC) 3.7 a qual trata sobre a Demonstração do Valor Adicionado, define a DVA como um Demonstrativo Contábil que visa evidenciar de uma forma clara e objetiva os dados e as informações sobre o valor da riqueza gerada pela empresa e a distribuição da mesma em determinado período de tempo.
O objeto deste trabalho é a parcela da riqueza gerada pelas empresas do setor para os funcionários. Esta pesquisa justifica-se pela necessidade de entender como é o repasse do valor agregado pelas empresas aos seus funcionários, que são figuras importantes no processo de geração dessa riqueza.
Diante disso, tem-se a questão de pesquisa: A distribuição de riquezas gerada pelas empresas aos colaboradores aumentou nos últimos anos no setor de tecidos, vestuário e calçados?
Deste modo, o principal objetivo deste trabalho é analisar através da DVA, os valores referentes aos repasses para os colaboradores a partir da distribuição de riqueza gerada pelas empresas do setor de tecido, vestuário e calçados listadas na B3 nos anos de 2013 a 2017.
Em decorrência, os objetivos específicos são: i. Identificar no geral a parcela de distribuição de riqueza produzida pelas empresas destinada aos colaboradores; ii. Verificar para qual indicador está sendo alocada a maior parte da riqueza gerada para os colaboradores; iii. Identificar no geral a evolução da parcela da riqueza produzida pela empresa que é destinada aos colaboradores.
Esta pesquisa é considerada descritiva, o objeto do estudo são empresas do setor de tecidos, vestuário e calçados, segundo a B3, o conjunto de elementos para o estudo.Quanto ao procedimento esta pesquisa é considerada documental. Em relação à tipologia de pesquisa quanto à abordagem do problema, a pesquisa é quantitativa.
Quanto às técnicas utilizadas para a obtenção das informações, dados ou evidências que serão utilizadas na pesquisa, se dará através de uma pesquisa documental a fim de utilização de fontes secundárias, a partir da Demonstração de Valor Adicionada (DVA) do setor de tecidos, vestuários e calçados no período de 2013 a 2017. Após a coleta de valor adicionado e do valor repassado para os funcionários, faz-se uma proporção do valor repassado com relação à riqueza gerada pela empresa. Por fim, faz se uma média do setor, desvio padrão e apresentação do maior e menor valor para cada período.
Os resultados indicam que o setor de tecidos, vestuário e calçados repassou em média, em 2013, 25,36% do valor agregado para seus funcionários, o segundo menor valor de repasse do período pesquisado, porém quando se observa o desvio padrão (3,26%) percebe-se o segundo menor valor, indicando que apesar de um valor menor de distribuição, o comportamento de distribuição de riqueza para o pessoal foi semelhante para as empresas do setor quando comparado com outros períodos.
O ano de 2014 destaca-se com relação ao período em análise por apresentar a menor média de repasse do valor agregado para o setor, a média para o ano foi de 24,66%, porém o que é possível perceber é que o desvio padrão também foi o menor dos períodos analisados, indicando que no geral o setor apresentou um menor repasse.
Observando o menor e o maior repasse, é possível perceber que a amplitude entre a menor proporção e a maior proporção é menor, indicando que as empresas estão apresentando repasses em proporções semelhantes.
Para o ano de 2015, verificou-se que a média do setor de repasse para os seus empregados do valor adicionado foi de 26,16%. O maior repasse para os colaboradores do período foi de 30,80%, destacando a Marisa como maior valor de repasse.
De acordo com a análise do ano de 2016, percebe-se que a média do setor de repasse para os seus empregados foi a segunda maior média de repasse do período em questão, verificando-se com 29,16%. O desvio padrão dos repasses foi de 6,91%, o maior desvio padrão dos anos observados, indicando que nesse período as empresas apresentaram proporções de repasse para os funcionários mais heterogêneos, umas empresas apresentando um repasse muito maior do que outras.
O setor de tecidos, vestuário e calçados repassou em média um valor agregado de 30,25% para os seus funcionários, indicando que da riqueza gerada pela empresa é menos de 50% é repassado para os funcionários. O desvio padrão dos repasses é de 6,11%, o segundo maior desvio padrão dos anos observados, mostrando que as empresas distribuíram a riqueza gerada de forma heterogênea. Ao longo do tempo o desvio padrão do setor aumentou mostrando uma tendência de que as empresas estão repassando porcentagens diferentes do valor agregado para os empregados.
Conclui-se que a partir da Demonstração do Valor Adicionado no setor de tecido, vestuário e calçados, ao longo do tempo em média o repasse da riqueza gerada pelas empresas do setor de tecidos, vestuários e calçados para os seus colaboradores aumentou.
Por fim, com intuito de sugerir estudos futuros sobre a DVA, recomenda-se que sejam analisados outros setores e segmentos, verificando e comparando como estes distribuem suas riquezas
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da CONEXÃO Fametro 2018!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VI Encontro de Iniciação à Pesquisa, VI Encontro de Monitoria e Iniciação Científica e VIII Encontro de Pós-graduação. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. O tema da CONEXÃO Fametro 2018 foi “Inovação e Criatividade”.
Com este tema, procuramos fomentar discussões e pesquisas que abordassem as mais diversas áreas do conhecimento, demonstrando o potencial transdisciplinar e inovador dos pesquisadores, tendo a dimensão artística como principal norteador.
Tratam-se de trabalhos interessantes que podem auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Esperamos que esta publicação ajude como mais uma opção de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento científico, uma vez que concentra artigos resultantes de investigações comprometidas com a publicização do conhecimento de qualidade, a responsabilidade social e mudanças nos contextos de atuação.
Boa leitura!
Solange Sousa Pinheiro
PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA
As normas de submissão de trabalhos científicos estão disponíveis nos editais no link: https://www.doity.com.br/conexao-fametro-2018/artigos
Comissão Organizadora
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Comissão Científica
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Anne Caroline Moraes de Assis
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Solange Sousa Pinheiro
Para dúvidas e sugestões, envie ao e-mail conexaofametro@fametro.com.br.
Os anais da Conexão Fametro 2017 estão disponíveis no link: https://www.doity.com.br/anais/conexaofametro2017