FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À LESÃO POR PRESSÃO EM IDOSOS
Dantielle Aguiar Portela[1]
Carla Pereira[2]
Isla Lopes de Azevedo Rodrigues [3]
Letícia Teles de Alcântara Augusto [4]
Vitória Cristina Lemos [5]
Ana Carolina de Oliveira e Silva[6]
INTRODUÇÃO: Lesão por pressão (LP) ou Ulcera Cutânea é ocasionada pela permanência prolongada do indivíduo em uma mesma posição, gerando ameaças ao bem-estar físico do cliente. A LP ocorre em maior parte em idosos, por conta de sua fragilidade, nutrição não adequada, incontinência urinária e fecal, que podem evoluir para infecções, além de traumas e fricções. Usualmente, as lesões localizam-se sobre uma proeminência óssea em locais como a região sacral, pélvica, calcâneo, entre outras. Divide-se em quatro estágios: Estágio I: Estágio inicial, quando a pele ainda íntegra começa a sofrer algumas lacerações, seja pela mudança de temperatura ou fricção, surgindo manchas de coloração arroxeada na pele. Estágio II: Aparecimentos de bolhas, junto com perda da pele. Estágio III: Perda total da pele, com aparecimento de necroses, em sua maioria, porém não consegue chegar ao músculo. Estágio IV: Um dos piores estágios, onde ocasiona danificação total, atingindo músculos e osso (QUEIROZ et al., 2014). Destaca-se nesse contexto o enfermeiro, que a partir da resolução do COFEN nº 0501/2015, é respaldado para o cuidado e tratamento dessas feridas. OBJETIVO: Identificar na literatura científica os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento de lesão por pressão em idosos. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica, desenvolvida por acadêmicos de enfermagem nos meses de agosto e setembro de 2018, por meio de buscas nas bases de dados MEDLINE, LILACS e BDENF, através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram utilizados os descritores: Idosos; Fatores de risco; Lesão por pressão para buscar as publicações nas referidas plataformas. Ao cruzar os descritores, foram encontradas 1.042 publicações, porém, somente 16 atendiam aos critérios de inclusão a seguir: artigos científicos publicados nos últimos cinco anos (2013-2018), em português e disponível na íntegra de forma gratuita. Ao final desse processo, das 16 publicações inclusas foram excluídos cinco artigos que se repetiam entre as bases de dados e sete que não respondiam os objetivos do estudo. Assim, a amostra final deste estudo foi composta por quatro artigos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os artigos analisados, foi possível identificar que a faixa etária elevada em razão das alterações comuns ao processo de envelhecimento favorece a ocorrência de LP. Além disso, a maioria das publicações demonstrou associação entre doenças crônicas não transmissíveis/neurodegenerativas e o desenvolvimento de LP que decorriam principalmente das complicações dessas doenças. Ainda nesse contexto, alguns autores destacaram a utilização de anti-hipertensivos, analgésicos, anticoagulantes, ansiolíticos e medicamentos utilizados para o tratamento de doenças neurodegenerativas como colaboradores para o surgimento de LP. A escala de Braden, utilizada para a identificação do risco de desenvolvimento de LP foi alvo de estudo em uma publicação selecionada e demonstrou que as alterações na umidade da pele, a redução nas atividades, na mobilidade e na percepção sensorial favorecem o aparecimento dessas lesões. O respectivo estudo destacou ainda, que essa escala é um importante instrumento de auxílio ao enfermeiro na identificação de pacientes em risco de desenvolvimento de LP, e para o planejamento e fornecimento de uma assistência adequada a esses indivíduos. Além dos fatores já mencionados, a redução de hemoglobina, hematócrito e hemácias; o turgor e a elasticidade da pele, e as dobras nas roupas de cama foram também apresentados como preditores de L.P. CONCLUSÃO: Através deste estudo, nota-se que os fatores associados a LP em idosos envolvem fatores modificáveis e não modificáveis, e que o enfermeiro executa papel importante na prevenção, identificação e controle desses fatores através do desenvolvimento de ações e estratégias para a minimização dos riscos.
REFERÊNCIAS:
FREITAS, J. P. C.; ALBERTI, L. R. Application of the Braden Scale in the home setting: incidence and factors associated with pressure ulcers. Acta paul. enferm. São Paulo, v.26, n.6, p.:515-521, dez. 2013. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002013000600002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 10 set. 2018.
NEIVA, G. P. et al . Alterações dos parâmetros hematológicos em pacientes portadores de úlcera por pressão em um hospital de longa permanência. Einstein (São Paulo), São Paulo, v. 12, n. 3, p. 304-309, set. 2014. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082014000300304&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 10 set. 2018.
QUEIROZ, A. C. C.M et al. Úlceras por pressão em pacientes em cuidados paliativos domiciliares: prevalência e características. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 48, n. 2, 2014.
VIEIRA, C. P. B. et al. Caracterização e fatores de risco para úlceras por pressão na pessoa idosa hospitalizada. Rev Rene. v.15, n.4, p.: 650-8, jul-ago. 2014. Disponível em <http://dx.doi.org/10.15253/rev%20rene.v15i4.1096 > acesso em 10 set. 2018.
ZAMBONATO, B. P.; ASSIS, M. C. S.; BEGHETTO, M. G. Associação das sub-escalas de Braden com o risco do desenvolvimento de úlcera por pressão. Rev. Gaúcha Enferm. Porto Alegre, v.34, n.2, p.:21-28, jun. 2013. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472013000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 10 set. 2018.
DESCRITORES: Idosos; Fatores de risco; Lesão por pressão.
[1] Acadêmica de Enfermagem cursando o sétimo semestre na Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (FAMETRO); Membro do Grupo de Pesquisa em Saúde da Criança; Membro do Grupo de Pesquisa em Estomaterapia e Geriatria.
[2]Acadêmica de Enfermagem cursando o sétimo semestre na Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (FAMETRO); Membro do Grupo de Pesquisa em Estomaterapia e Geriatria.
[3]Acadêmica de Enfermagem cursando o sexto semestre na Faculdade Ateneu;
[4] Acadêmica de Enfermagem cursando o oitavo semestre na Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (FAMETRO); Membro do Grupo de Pesquisa em Estomaterapia e Geriatria;
[5]Acadêmica de Enfermagem cursando o sétimo semestre na Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (FAMETRO); Membro do Grupo de Pesquisa em Estomaterapia e Geriatria;
[6] Docente da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (FAMETRO); Graduada em Enfermagem (FAMETRO); Mestre em Saúde Coletiva (UECE); Membro do Grupo de Pesquisa em Estomaterapia e Geriatria.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da CONEXÃO Fametro 2018!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VI Encontro de Iniciação à Pesquisa, VI Encontro de Monitoria e Iniciação Científica e VIII Encontro de Pós-graduação. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. O tema da CONEXÃO Fametro 2018 foi “Inovação e Criatividade”.
Com este tema, procuramos fomentar discussões e pesquisas que abordassem as mais diversas áreas do conhecimento, demonstrando o potencial transdisciplinar e inovador dos pesquisadores, tendo a dimensão artística como principal norteador.
Tratam-se de trabalhos interessantes que podem auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Esperamos que esta publicação ajude como mais uma opção de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento científico, uma vez que concentra artigos resultantes de investigações comprometidas com a publicização do conhecimento de qualidade, a responsabilidade social e mudanças nos contextos de atuação.
Boa leitura!
Solange Sousa Pinheiro
PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA
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