A conservação de peças anatômicas que se aproximem da estrutura real é fundamental para atingir os objetivos de aprendizagem durante a disciplina de anatomia veterinária. O formaldeído ainda é a principal substancia utilizada para conservar e fixar peças anatômicas, apesar de ser classificado como cancerígeno pelo Programa Nacional de Toxicologia dos Estados Unidos (NTP, 2010). Tal substância tem desvantagens marcantes como a sua elevada volatilidade, a modificação da coloração e consistência da peça e elevado percentual de absorção no trato respiratório e pele de humanos, no entanto ainda é o mais utilizado método de conservação devido seu baixo custo (Karam et al., 2016). Assim, o objetivo deste trabalho foi testar protocolo de conservação com glicerina em peça anatômica de cão. Quatro corações de caninos foram removidos de animais eutanasiados pelo Centro de Controle de Zoonoses de Fortaleza conforme legislação vigente. A conservação das peças anatômicas foi realizada utilizando protocolo de Cury (2013) modificado. Na primeira etapa as peças foram lavadas com água corrente e mergulhas em solução de formol 10%, sendo mantidas por uma semana. Na segunda etapa as peças eram lavadas com água corrente para a retirada total do formol e em seguidas submersas por uma semana em peroxido de hidrogênio 10%. Na terceira etapa as peças foram lavadas e submersas em glicerina P.A por uma semana. Após esse período, as peças banhadas em glicerina forma retiradas do mesmo local e deixadas para escorrer por um período de oito horas. Após completamente secas, as peças foram armazenadas, em recipientes de plástico, sem a necessidade de ficarem imersas em nenhum tipo de solução.A glicerina contribuiu como um facilitador para o armazenamento e conservação de peças anatômicas, já que as mesmas não necessitam de manutenção após o processamento. A coloração mais clara permitiu a visualização dos vasos da base do coração canino: artérias pulmonares, aorta e veias pulmonares e cava. A fácil distinção entre face auricular e atrial também foi possível. As estruturas internas do coração como válvula bicúspide e tricúspide foram facilmente identificadas. O material mais claro e inodoro resultou em um aspecto estético semelhante as peças a fresco. Os órgãos depois de todo esse processo, estão prontos para serem estudados ou armazenados sem a necessidade de outra substância.A glicerina tem a capacidade de desidratação celular, atuando como fungicida e bactericida. A técnica de glicerinação proporciona melhor preservação das peças anatômicas com diversas vantagens como: a leveza que as mesmas adquirem no processo de conservação, a morfologia é preservada o mais próximo da forma original e a coloração, facilitando a identificação de várias estruturas de difícil visualização. Além disso, a glicerina é uma substância inodora, não irrita as mucosas, não é carcinogênica e não possui um risco de contaminação ambiental tão elevado em comparação ao formol (An et al. 2012). Segundo Karamet al. (2016), como desvantagem esta técnica mostra um custo consideravelmente elevado, dados mostram um custo de no mínimo R$ 0,52 o litro de formol, enquanto a glicerina mostra no mínimo um valor de R$ 5,36 o litro, sendo esse o principal fator de ainda não ter sido padronizada em todas as universidades e laboratórios de anatomia. Concluímos, portanto, que o processo de utilizar a glicerina na conservação do coração canino torna-se benéfico para o aprendizado dos estudantes de medicina veterinária, retira o odor das peças anatômicas e contribui para que esses órgãos sejam armazenados de modo correto e mais duradouro.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da CONEXÃO Fametro 2018!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VI Encontro de Iniciação à Pesquisa, VI Encontro de Monitoria e Iniciação Científica e VIII Encontro de Pós-graduação. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. O tema da CONEXÃO Fametro 2018 foi “Inovação e Criatividade”.
Com este tema, procuramos fomentar discussões e pesquisas que abordassem as mais diversas áreas do conhecimento, demonstrando o potencial transdisciplinar e inovador dos pesquisadores, tendo a dimensão artística como principal norteador.
Tratam-se de trabalhos interessantes que podem auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Esperamos que esta publicação ajude como mais uma opção de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento científico, uma vez que concentra artigos resultantes de investigações comprometidas com a publicização do conhecimento de qualidade, a responsabilidade social e mudanças nos contextos de atuação.
Boa leitura!
Solange Sousa Pinheiro
PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA
As normas de submissão de trabalhos científicos estão disponíveis nos editais no link: https://www.doity.com.br/conexao-fametro-2018/artigos
Comissão Organizadora
Ailton Pereira da Silva
Caroliny Uchoa Sales
Daniel Carlos Lopes Vasconcelos
Fernanda Rocha Dantas
Juliana Pereira Pessoa
Marina Barbosa Gouveia
Pedro Lucas Bezerra Porto
Yohrranna Kelly Almeida de Araujo
Comissão Científica
Andréa Bessa Teixeira
Anne Caroline Moraes de Assis
Isabelle Lucena Lavor
Solange Sousa Pinheiro
Para dúvidas e sugestões, envie ao e-mail conexaofametro@fametro.com.br.
Os anais da Conexão Fametro 2017 estão disponíveis no link: https://www.doity.com.br/anais/conexaofametro2017