RELATO DE CASO: PARALISIA CEREBRAL DIPLÉGICA E SUA EVOLUÇÃO COM A FISIOTERAPIA

  • Autor
  • Elias Elijeydson de Menezes
  • Co-autores
  • Ana Clara dos Santos Ramos , Cristina Gomes Braga , Lindomar Alexandre Araújo , Matheus Pires Bezerra de Melo , Italine Maria Lima de Oliveira Belizário
  • Resumo
  • Introdução: A encefalopatia crônica não progressiva da infância, mais conhecida como paralisia cerebral (PC), é um distúrbio que afeta o sistema nervoso central. Pode ocorrer no período pré-natal, perinatal ou pós-natal e resulta em déficits sensoriais, motores e até cognitivos. Os déficits envolvem alterações na movimentação global, postura, tônus musculares, dentre outros, que podem levar até a deformidades ósseas (CARGNIN; MAZZITELLI, 2003). Quanto à topografia, a PC pode ser classificada em tetraplégica, com comprometimento dos membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII), diparética, com comprometimento maior nos MMII e menor nos MMSS ou sem nenhum comprometimento nestes, e hemiparética, quando o comprometimento é unilateral no corpo todo (PADOVANI, 2014). Classifica-se ainda quanto ao tipo, que pode ser espástica, atáxica, discinética ou mista. O tipo mais comum é a espástica, que se apresenta com hipertonia muscular de MMII (adutores e extensores), diminuição de força, podendo apresentar alterações sensoriais, cognitivas, no comportamento, na comunicação e vir a ter episódios de epilepsia (MACHADO; et al., 2017). Diante de todas essas alterações, a reabilitação da criança com PC busca dar maior autonomia para a mesma, levando em consideração fatores que influenciam em suas atividades diárias, promovendo a maior funcionalidade possível dentro do quadro clínico que a criança apresentará. A criança com PC (Diplégica ou Hemiparética) apresenta maior limitação em sua marcha, com padrão tesoura, o qual podemos relacionar ao maior foco dentro da reabilitação (KOCH, 2015). O objetivo do estudo é aprofundar o conhecimento acerca da paralisia cerebral diplégica e analisar os resultados de um protocolo de tratamento fisioterapêutico. Metodologia: O presente estudo trata-se de um relato de caso onde contou como amostra paciente I.S.S, sexo feminino, 9 anos de idade, diagnosticada com paralisia cerebral diplégica espástica, atendida em 8 sessões de fisioterapia. Os atendimentos ocorreram no período de março a setembro de 2018, semanalmente, às terças feiras, no horário de 13:00h às 14:30h, na Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (FAMETRO), pelos discentes do curso de Fisioterapia do 7º semestre, na disciplina de Fisioterapia em Neonatologia e Pediatria com supervisão do docente responsável. O protocolo de atendimento estabelecido visou trabalhar alongamentos, força muscular, mobilização articular, estimulação sensorial, equilíbrio e propriocepção dos MMII. Resultados e Discussão: Em avaliação, a paciente apresentou dificuldade na marcha devido à hipertonia muscular em MMII, predominantemente nos adutores de quadril e flexores plantares, pela presença de algia em joelhos e tornozelos durante a deambulação, e pés planos com presença de deslizamento ósseo do talus sobre o calcâneo medialmente. Paciente também apresentou alteração na sensibilidade (profunda, superficial e térmica) nos MMII; hiposensibilidade na coxa D, perna e pé direito e hipersensibilidade no pé esquerdo. Diante de toda a dificuldade de locomoção apresentada pela paciente, necessitando da utilização de grande apoio de uma segunda pessoa, a intervenção foi realizada da seguinte forma: mobilização passiva de tornozelo e metatarsos; alongamento dos adutores, ísquios tibiais e gastrocnêmio; treino de marcha com dissociação de cintura pélvica; treino de equilíbrio; exercícios passivos de quadril e joelho na bola suíça e circuitos com bambolês, banco de altura, barras paralelas e pesos servindo de obstáculos, a fim de melhorar a propriocepção da paciente, e uso de bandagens elásticas – Kinesio Taping. Durante os 8 atendimentos que a paciente participou, pôde ser observado melhora na marcha por ganho de força muscular dos MMII, melhora na espasticidade, avanços na diminuição dos comprometimentos articulares e melhora no controle sobre os movimentos corporais. Observou-se também diminuição dos encurtamentos musculares, aumento da flexibilidade e equilíbrio corporal na realização da marcha e tendo grande melhora na mobilidade da paciente, sem tanta necessidade de apoio como antes era necessário, trazendo maior segurança ao deambular. A paciente afastou-se dos atendimentos por motivos pessoais no período de julho - agosto, porém, recentemente, houve retorno ao tratamento, onde constatou-se involução dos ganhos obtidos. Foi traçado então um novo protocolo terapêutico com o objetivo de recuperar os ganhos em marcha, reduzir disfunções sensoriais e musculoesqueléticas, a fim de proporcionar melhora do quadro e melhor qualidade de vida à paciente. Considerações Finais: Os resultados favoráveis obtidos em um curto período de tempo, demonstra a importância do acompanhamento fisioterapêutico que a paciente necessita. As técnicas utilizadas puderam minimizar os comprometimentos apresentados pela paciente e possibilitar uma melhora na funcionalidade da mesma. Como consequência disso a qualidade de vida melhorou e agora com o recente retorno ao tratamento, a possibilidade de evolução é clara ao pesar os ganhos obtidos durante o acompanhamento até sua interrupção.

  • Palavras-chave
  • Paralisia Cerebral, Fisioterapia, Protocolo de Tratamento
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • PROCESSO DE CUIDAR
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Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da CONEXÃO Fametro 2018!

Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VI Encontro de Iniciação à Pesquisa, VI Encontro de Monitoria e Iniciação Científica e VIII Encontro de Pós-graduação. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. O tema da CONEXÃO Fametro 2018 foi “Inovação e Criatividade”.

Com este tema, procuramos fomentar discussões e pesquisas que abordassem as mais diversas áreas do conhecimento, demonstrando o potencial transdisciplinar e inovador dos pesquisadores, tendo a dimensão artística como principal norteador.

Tratam-se de trabalhos interessantes que podem auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.

Esperamos que esta publicação ajude como mais uma opção de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento científico, uma vez que concentra artigos resultantes de investigações comprometidas com a publicização do conhecimento de qualidade, a responsabilidade social e mudanças nos contextos de atuação.

 

Boa leitura!

 

Solange Sousa Pinheiro 

PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA

As normas de submissão de trabalhos científicos estão disponíveis nos editais no link: https://www.doity.com.br/conexao-fametro-2018/artigos 

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