INTRODUÇÃO: A Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância (ECNPI), conhecida popularmente como Paralisia Cerebral (PC), é uma disfunção caracterizada por desordens decorrentes de lesão no sistema nervoso central, impedindo sua completa maturação. Pode ocorrer no período pré-natal, perinatal ou pós-natal, tendo como principais acometimentos o atraso no desenvolvimento motor, distúrbio no tônus muscular, alterações de marcha, postura, coordenação, déficits cognitivos e de linguagem. O Diagnóstico baseia-se na história clínica da mãe e da criança, além da avaliação neurológica realizada pelo médico, no entanto, a ECNPI é extremamente variável no que se diz respeito ao seu prognóstico. Em sua etiologia, o maior índice apresenta-se no período perinatal, em um trabalho de parto anormal ou prologando, causando anóxia neonatal. A segunda causa é a prematuridade e com menor frequência estão as infecções pré-natais, tais como: toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes (TORCH) e infecções pós-natais como as meningites. Em geral, a ECNPI é classificada de acordo com a localização da lesão, alterações de tônus muscular e desordens de movimento em: espástica, que possui lesão no córtex motor; atáxica, que possui lesão no cerebelo; atetóide, que possui lesão nos gânglios da base; e mista, que é a junção da forma espástica com a atetóide ou atáxica. A forma espástica é a de maior prevalência em crianças com ECNPI. A espasticidade é o aumento da tensão muscular quando este é alongado de forma passiva, causada por um exagero no reflexo de estiramento muscular. Na prática clínica, a capacidade de intervenção para minimizar os prejuízos funcionais da espasticidade é do fisioterapeuta. O objetivo principal é a inibição da atividade reflexa e do tônus anormal, além de estimular o desenvolvimento neuropsicomotor. Dentre as atividades que podem ser utilizadas estão a cinesioterapia, por meio do alongamento muscular passivo, para redução da hipertonia, alívio de dores e aumento da amplitude de movimento (ADM), de forma a prevenir as contraturas musculares e deformidades. Assim, o fisioterapeuta visa minimizar os possíveis agravos dessa patologia, evitando a instalação das sequelas e procura por meios de técnicas estimular o desenvolvimento das crianças com PC, favorecendo assim uma melhor funcionalidade desses pacientes. OBJETIVO: Identificar como a atuação do fisioterapeuta pode auxiliar na melhora da funcionalidade de crianças com ECNPI. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática, de artigos pesquisados nas bases de dados LILACS e MEDLINE, em inglês e português, do tipo ensaios clínicos, utilizando as palavras chaves: Encefalopatia Crônica Não Progressiva, Fisioterapia e Desenvolvimento Neuropsicomotor, publicados nos últimos 8 anos. Foram excluídos artigos de outras patologias em crianças, teses, dissertações e trabalhos de conclusão de curso. Foram encontrados 23 artigos e após análises e leitura criteriosa permaneceram 10 estudos. RESULTADOS E DISCUSSÕES: O Conceito Bobath é historicamente a abordagem fisioterapêutica mais utilizada em crianças com PC. As técnicas visam a diminuição da interferência do tônus anormal e contribui para a execução de atividades funcionais, permitindo assim que, a criança se mova realizando atividades motoras específicas. Para diminuir a espasticidade, são elencadas mobilizações passivas lentas e dissociação de cinturas. Vale ressaltar que quanto maior a hipertonia, maior sua implicação na ADM do paciente. A maioria dos estudos que utilizaram o conceito Bobath, adotam o conceito para tratamento de crianças com PC, e afirmam ter encontrado resultados positivos após a sua aplicação. Foi possível observar que a aceitação das crianças aos manuseios foi melhor, facilitando a execução do alongamento muscular quando a técnica para redução do tônus foi realizada antes, provavelmente pelo relaxamento muscular proporcionado. Em estudo publicado por Dalesse et al., 2013, tiveram a participação de 24 crianças com PC espástica, divididas em 2 grupos aleatórios. Um dos grupos foi submetido a um protocolo de alongamento muscular passivo do tríceps sural e o outro a um protocolo de alongamento muscular passivo associado ao emprego de uma técnica para adequação tônica do conceito Bobath. Após a realização dessas duas abordagens, foi possível concluir que a aplicação de técnica para redução do tônus prévia ao alongamento muscular passivo lento do tríceps sural, seguindo o conceito Bobath, aumenta a efetividade da redução da espasticidade desse músculo, promovendo, consequentemente, melhora da mobilidade articular. Alguns estudos evidenciam a efetividade que o alongamento muscular se propõe, que é de manter ou melhorar a extensibilidade músculo-facial e amplitude de movimento, favorecendo o desenvolvimento de habilidades funcionais, além de retardar e/ou evitar intervenções cirúrgicas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O presente estudo demonstrou a relevância que o profissional de Fisioterapia tem no tratamento das crianças acometidas pela ECNPI, procurando estimular a sua independência no que diz respeito ao seu desenvolvimento funcional e cognitivo, através de técnicas que promovem a facilitação do entendimento espacial, de orientação e percepção do seu corpo, além de interação com os familiares, reforçando o vínculo afetivo e melhorando sua capacidade de comunicação e socialização. Utilizando-se do conceito Bobath e da Cinesioterapia, através dos alongamentos passivos, foi possível observar que as crianças acometidas por essa patologia que foram submetidas a Fisioterapia, tiveram melhoras no quadro clínico, além da minimização de possíveis agravos e incapacidades.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da CONEXÃO Fametro 2018!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VI Encontro de Iniciação à Pesquisa, VI Encontro de Monitoria e Iniciação Científica e VIII Encontro de Pós-graduação. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. O tema da CONEXÃO Fametro 2018 foi “Inovação e Criatividade”.
Com este tema, procuramos fomentar discussões e pesquisas que abordassem as mais diversas áreas do conhecimento, demonstrando o potencial transdisciplinar e inovador dos pesquisadores, tendo a dimensão artística como principal norteador.
Tratam-se de trabalhos interessantes que podem auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Esperamos que esta publicação ajude como mais uma opção de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento científico, uma vez que concentra artigos resultantes de investigações comprometidas com a publicização do conhecimento de qualidade, a responsabilidade social e mudanças nos contextos de atuação.
Boa leitura!
Solange Sousa Pinheiro
PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA
As normas de submissão de trabalhos científicos estão disponíveis nos editais no link: https://www.doity.com.br/conexao-fametro-2018/artigos
Comissão Organizadora
Ailton Pereira da Silva
Caroliny Uchoa Sales
Daniel Carlos Lopes Vasconcelos
Fernanda Rocha Dantas
Juliana Pereira Pessoa
Marina Barbosa Gouveia
Pedro Lucas Bezerra Porto
Yohrranna Kelly Almeida de Araujo
Comissão Científica
Andréa Bessa Teixeira
Anne Caroline Moraes de Assis
Isabelle Lucena Lavor
Solange Sousa Pinheiro
Para dúvidas e sugestões, envie ao e-mail conexaofametro@fametro.com.br.
Os anais da Conexão Fametro 2017 estão disponíveis no link: https://www.doity.com.br/anais/conexaofametro2017