O IMPACTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM PARA O ÊXITO DE UMA CAMPANHA DE VACINAÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

O IMPACTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM PARA O ÊXITO DE UMA CAMPANHA DE VACINAÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

• Autor
• Samara Rocha da Costa
• Co-autores
• Francisca Michaeli de Moura , Hélen Parente Peixoto , Izabel Cristina de Souza , Mayara Andrade Rocha , Ana Lúcia Araújo Gomes
• Resumo

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  INTRODUÇÃO: O sarampo é uma doença viral, infectocontagiosa, aguda, autolimitada, exantemática, de alta transmissibilidade e com potencial para complicação. É uma das principais causas de morbimortalidade em crianças menores de cinco anos de idade, sobretudo aquelas desnutridas e que vivem em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. A evolução da doença depende de fatores como imunidade e suscetibilidade da população, bem como da circulação do vírus, cuja variação é sazonal. Trata-se de uma doença imunoprevenível, através da vacina tríplice viral (que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola). Apesar de uma redução de 79% da mortalidade entre os anos de 2000 a 2015, mais de 250 mil casos de sarampo foram registrados em todo o mundo, com aproximadamente 134.200 mortes.¹. Onze países das Américas notificaram 5.004 casos confirmados de sarampo apenas em 2018, tendo sido o número de casos confirmados duplicado em um mês. Em 2017, quatro países haviam relatado casos confirmados de sarampo: Argentina, Canadá, Estados Unidos e Venezuela. Mesmo em países onde a doença é controlada, há a possibilidade da ocorrência de surtos devido à importação da doença, como na região europeia, onde os casos de sarampo quadriplicaram em 2017², o que ocorre por diversos fatores, como: falta de cobertura vacinal, desigualdades sociais, pobreza, imigrantes recém-chegados e barreiras de assistência à saúde ou mesmo resistência pessoal à vacinação.³ Embora o continente americano tenha recebido, em 2016, o certificado de primeiro continente a livrar-se do sarampo, este título encontra-se ameaçado dado o aumento de casos de sarampo em diferentes regiões do continente. Os principais países a apresentar esse aumento são Venezuela e Brasil, tendo este indicado elevação na incidência de sarampo haja vista o fluxo imigratório venezuelano existente e a baixa cobertura vacinal oferecida lá. De acordo com o informe número 21 emitido pelo Ministério da Saúde, até o dia 03 de setembro de 2018, o Brasil apresentava 1.579 casos confirmados de sarampo. Destes 1.232 pertenciam ao estado do Amazonas, 301 à Roraima, 18 ao Rio Grande do Sul, 18 ao Rio de Janeiro, 4 a Pernambuco, 2 ao Pará, 2 a São Paulo e 2 a Rondônia. Atualmente o Programa Nacional de Imunização (PNI) preconiza que a vacina tríplice viral  deva ser administrada para crianças sendo uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade; uma dose da tetraviral (tríplice viral + varicela) aos 15 meses de idade. Na campanha ocorrida, as crianças de um ano até 4 anos, 11 meses e 29 dias foram vacinadas de forma indiscriminada com uma dose de tríplice viral 0,5mL subcutânea e uma dose de VOP (2 gotas) desde que não tivessem apresentado febre ou tomado essas mesmas vacinas há menos de um mês.  OBJETIVO: Relatar experiência vivenciada por internas de enfermagem durante a campanha vacinal contra sarampo em uma Unidade de Atenção Primária de Saúde (UAPS) da Coordenação Regional de Saúde (COReS) I na cidade de Fortaleza/Ceará no mês de agosto de 2018.  METODOLOGIA: Estudo descritivo do tipo relato de experiência. Em um primeiro momento, para cada posto de saúde pertencente a uma Coordenação Regional de Saúde (COReS), foi estipulado uma meta vacinal, calculada a partir da faixa-etária disponibilizada pelo IBGE em cada microárea do território adscrito às UAPS. Com base nessa informação, as unidades de saúde elaboraram estratégias para atingir a meta da cobertura vacinal, dentre elas a distribuição da vacina em mini-postos para facilitar o acesso à comunidade. O registro das doses aplicadas foi feito inteiramente pelo Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) em tempo real. A campanha teve duração de 38 dias, iniciando dia 06 de agosto de 2018 estendendo-se até 14 de setembro de 2018. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo dados da apuração da campanha vacinal contra sarampo fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde, quanto às doses aplicadas de forma indiscriminada em crianças de 01 ano a menos que 05 anos, até quatro dias antes da campanha, apenas 04 UAPS atingiram a meta de 95%, sendo que dessas, 03 unidades atingiram metas maiores que 100%, inclusive a UAPS onde a experiência foi vivenciada. Esse aspecto indica que essas unidades vacinaram crianças do seu território de abrangência e do território influência. A campanha foi oportuna para atualização de esquema vacinal em atraso, o sistema do SI-PNI foi plenamente utilizado durante toda a campanha com algumas observações importantes como a possibilidade de realizar o resgate de doses aplicadas registradas no cartão, mas não registrados no sistema (SI-PNI) e a fácil manipulação do mesmo. Apesar da veiculação da campanha na mídia, muitas pessoas, mesmo que fora da faixa etária, ainda mostravam interesse, aumentando a demanda. A presença do NASF em parceria com os profissionais favoreceu a criação de um ambiente lúdico, reduzindo o estresse da espera. Houve a presença de estudantes de graduação em Enfermagem aumentado a possibilidade de atividades educativas no serviço e fluidez no momento da imunização. Outro aspecto considerado relevante  foi a  presença do serviço de odontologia  na avaliação de  saúde bucal infantil. Até o dia 10/09/2018 a cobertura vacinal na COReS I havia sido de 76,28%, deflagrando a necessidade de trabalho das UAPS em conjunto para alcance da meta vacinal preconizada a nível global. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Sabendo que a única forma de prevenção do sarampo é a vacinação, a mesma deve ser estimulada e ofertada visando à garantia da cobertura vacinal. Tendo em vista o não alcance da meta de cobertura vacinal na campanha vigente contra o sarampo e o aumento de casos da doença no país, faz-se necessário maior sensibilização da população e divulgação da importância da vacinação para a prevenção de sarampo. Dentro desse contexto, a enfermagem possui papel crucial para a realização das atividades de imunização, desde o acolhimento do usuário do serviço, à gerência dos imunobiológicos, organização da sala de vacina, administração das vacinas, registro e orientações dispensadas à população em forma de educação em saúde. Vale ressaltar que a abordagem é importante para evitar o surgimento de novos casos e reafirmar a importância da vacinação de rotina, evitando desgastes operacionais e custo-efetividade dispensado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

   

• Palavras-chave
• Sarampo; Enfermagem; Saúde da criança.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• PROCESSO DE CUIDAR