Introdução: A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) contempla sete eixos estratégicos na Rede de Atenção à Saúde, dentre eles o acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento Infantil durante a primeira infância (BRASIL, 2015). Cabe a Atenção Primária de Saúde intervenções preventivas, de promoção do desenvolvimento normal e a detecção precoce de problemas inerentes a atenção primária à saúde da criança (Macêdo, 2016). Independente do cenário ou momento do cuidado a caderneta de saúde da criança deve ser um instrumento de vigilância. Segundo determinação do Ministério da Saúde, as consultas de puericultura de rotina devem ser realizadas com maior ênfase no primeiro ano de vida (7 consultas), 2 consultas no segundo ano de vida e 1 consulta anual até 9 anos e 11 meses de idade (BRASIL, 2017). Compete ao profissional de enfermagem valorizar e praticar essa estratégia de cuidado. Objetivos: Relatar a experiência de internas do curso de graduação em Enfermagem quanto aos aspectos primordiais da utilização da caderneta de saúde da criança como instrumento de vigilância do cuidado na primeira infância. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, sob forma de relato de experiência. Imersas no cenário de prática há cerca de 30 dias, as internas de enfermagem seguiram a programação de atendimento às condições crônicas previstas em uma UAPS localizada na Barra do Ceará/Fortaleza cuja população tem um baixo IDH (0,21) (IBGE, 2012). Mediante agendamento programado as crianças seguem um fluxo de atendimento em consultas médicas e de enfermagem, de forma que na primeira consulta, após escuta qualificada de antecedentes clínicos-obstétricos e condições de nascimento as crianças são submetidas a estratificação de risco e parametrização de agenda. Resultados e Discussões: Durante esse processo foram observados que alguns aspectos da utilização da caderneta de saúde da criança são primordiais para caracterizá-lo como instrumento de vigilância: os dados de identificação e de residência, o que favorece a determinação do território adscrito e o vínculo; o histórico pregresso de saúde obstétrica e condições ao nascer determinando assistência generalizada ou especializada, a triagem neonatal, o que determina a classificação da criança quanto a sua vulnerabilidade e risco, potencializando e direcionando o cuidado; o acompanhamento do crescimento pôndero-estatural e de perímetro cefálico, o que permite detectar fatores de risco para condições crônicas; o acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor através do alcance dos marcos específicos para idade ou detecção precoce de provável atraso de desenvolvimento; o acompanhamento da erupção dentária e evolução de saúde bucal com estímulo a hábitos de alimentação saudável; o esquema de imunizações; a suplementação de vitaminas e minerais; e o registro das intercorrências. Vale ressaltar que as informações contidas na caderneta possibilitam um trabalho educativo da família nos vários aspectos supracitados como também na prevenção de acidentes domésticos e aspectos associados a violência infantil. Entretanto, nota-se que o absenteísmo das famílias constitui-se aspecto dificultador do cumprimento do calendário de consultas propostas pelo Ministério da Saúde, sendo a violência e a disputa de territórios uma das justificativas para falta ás consultas, a baixa escolaridade dos pais e cuidadores dificulta o processo de educação em saúde e a valorização do próprio instrumento, ainda permanece muito perceptível a cultura da demanda voltada para a queixa aguda, a falta de recursos (carro e combustível) inviabiliza o cumprimento da visita domiciliar à puérpera em tempo oportuno e a insuficiência de cadernetas leva o profissional a utilizar o cartão espelho, cujas informações são insuficientes para vigilância proposta. CONCLUSÃO: Foi possível constatar a relevância da utilização da caderneta de saúde da criança na consulta de puericultura como instrumento de vigilância do cuidado, como elo de comunicação entre os profissionais que compõe a equipe de saúde local e intersetorial, como documento de identificação. Dessa forma, sugere-se que as famílias sejam sensibilizadas sobre a importância da presença nas consultas e quanto a corresponsabilização pelo zelo da ferramenta indispensável no processo assistencial.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da CONEXÃO Fametro 2018!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VI Encontro de Iniciação à Pesquisa, VI Encontro de Monitoria e Iniciação Científica e VIII Encontro de Pós-graduação. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. O tema da CONEXÃO Fametro 2018 foi “Inovação e Criatividade”.
Com este tema, procuramos fomentar discussões e pesquisas que abordassem as mais diversas áreas do conhecimento, demonstrando o potencial transdisciplinar e inovador dos pesquisadores, tendo a dimensão artística como principal norteador.
Tratam-se de trabalhos interessantes que podem auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Esperamos que esta publicação ajude como mais uma opção de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento científico, uma vez que concentra artigos resultantes de investigações comprometidas com a publicização do conhecimento de qualidade, a responsabilidade social e mudanças nos contextos de atuação.
Boa leitura!
Solange Sousa Pinheiro
PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA
As normas de submissão de trabalhos científicos estão disponíveis nos editais no link: https://www.doity.com.br/conexao-fametro-2018/artigos
Comissão Organizadora
Ailton Pereira da Silva
Caroliny Uchoa Sales
Daniel Carlos Lopes Vasconcelos
Fernanda Rocha Dantas
Juliana Pereira Pessoa
Marina Barbosa Gouveia
Pedro Lucas Bezerra Porto
Yohrranna Kelly Almeida de Araujo
Comissão Científica
Andréa Bessa Teixeira
Anne Caroline Moraes de Assis
Isabelle Lucena Lavor
Solange Sousa Pinheiro
Para dúvidas e sugestões, envie ao e-mail conexaofametro@fametro.com.br.
Os anais da Conexão Fametro 2017 estão disponíveis no link: https://www.doity.com.br/anais/conexaofametro2017