Embora seja uma infecção sexualmente transmissível (IST) sistêmica que possui prevenção e tratamento disponível, a sífilis continua sendo um problema de saúde pública no Brasil. De acordo com o Boletim epidemiológico da sífilis de 2017 publicado pelo Ministério da Saúde (MS), o número de casos de sífilis tem crescido nos últimos 5 anos, o aumento pode ser explicado pela redução do uso de preservativos, desabastecimento mundial de penicilina, resistência dos profissionais de saúde a administração da penicilina na Atenção Básica, entre outros. Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis pode ser transmitida para a criança por via transplacentária durante a gestação por gestantes sem tratamento adequado, ocasionando sífilis congênita. Caso tratada inadequadamente, pode haver a ocorrência de morte perinatal, aborto espontâneo, sequelas como surdez, cegueira e deformidades físicas, entre outros, por isso, é necessário o diagnóstico e tratamento adequado durante o pré-natal e na atenção básica.
A administração de antibacterianos durante o primeiro trimestre da gravidez em gestantes que possuem sífilis visa evitar a infecção fetal, e depois dessa fase visa também tratar o concepto, além disso, é necessário que uma reinfecção seja evitada, por isso o tratamento dos parceiros é de extrema importância. Segundo o MS a penicilina benzatina correspondeu a 88,9% da medicação prescrita para o tratamento da sífilis no ano de 2016, enquanto outros esquemas representaram 2,1% das prescrições. A penicilina é o medicamento mais usado no tratamento da sífilis, pois é uma droga de baixo custo e alta eficácia, ela inibe o funcionamento das enzimas catalisadoras da formação de precursores da parede celular, impedindo sua restauração e dessa maneira, deixando a bactéria vulnerável à ação hidrolítica da lisozima produzida pelo organismo.
Os dados do MS mostram que em 2016, apenas 4,1% das gestantes receberam tratamento adequado, enquanto 58,1% receberam tratamento inadequado e 26,5% não receberam tratamento. Pode-se concluir que que apesar da eficiência da penicilina, ainda há baixa aderência ao tratamento. Ademais, a falha no tratamento da sífilis congênita pode ser atribuída a diversos fatores como a utilização de doses inadequadas, tratamento em fases avançadas da gestação, e o não tratamento dos parceiros e o despreparo da rede de atenção básica de saúde para lidar com a administração parenteral desse antibiótico, tendo como consequência baixos índices de aderência ao tratamento.
Referências:
· MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico de sífilis - 2017. 44 p. Disponível em:<http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/boletim-epidemiologico-de-sifilis-2017>. Acesso em: 20 ago. 2018.
· SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA . CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTO DA SÍFILIS CONGÊNITA . 2010. 17 p. Disponível em:<http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/tratamento_sifilis.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2018.
· S GRUMACH, Anete. A (DES)INFORMAÇÃO RELATIVA À APLICAÇÃO DA PENICILINA NA REDE DO SISTEMA DE SAÚDE DO BRASIL: O CASO DA SÍFILIS. 2007. 8 p. Disponível em:<http://www3.crt.saude.sp.gov.br/tvhivsifilis/artigos_manuais_textos/desinformacao_penicilina.pdf>. Acesso em: 7 set. 2018.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da CONEXÃO Fametro 2018!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VI Encontro de Iniciação à Pesquisa, VI Encontro de Monitoria e Iniciação Científica e VIII Encontro de Pós-graduação. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. O tema da CONEXÃO Fametro 2018 foi “Inovação e Criatividade”.
Com este tema, procuramos fomentar discussões e pesquisas que abordassem as mais diversas áreas do conhecimento, demonstrando o potencial transdisciplinar e inovador dos pesquisadores, tendo a dimensão artística como principal norteador.
Tratam-se de trabalhos interessantes que podem auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Esperamos que esta publicação ajude como mais uma opção de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento científico, uma vez que concentra artigos resultantes de investigações comprometidas com a publicização do conhecimento de qualidade, a responsabilidade social e mudanças nos contextos de atuação.
Boa leitura!
Solange Sousa Pinheiro
PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA
As normas de submissão de trabalhos científicos estão disponíveis nos editais no link: https://www.doity.com.br/conexao-fametro-2018/artigos
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