Introdução: Com o retorno à democracia brasileira, na mesma década da implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), mais especificamente em 1989, foi assinado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o documento que reconhecia o direito à saúde, educação e emprego, bem como o respeito à diversidade para com o povo indígena. Minoria brasileira e considerados micro sociedade, os índios compõem apenas cerca de 0,2% da população. Já em 2000, como forma de inovação a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), foi criado um subsistema de controle de informações, nomeado Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI), como forma de acompanhamento da saúde dos índios, no que diz respeito à nascimentos, morbidade, mortalidade, imunização, dentre outros dados. É importante termos o conhecimento de que a saúde do índio deve receber maior atenção, vista a sua diferença cultural e religiosa, o que interfere significativamente na sua saúde e forma de cuidado. No Brasil, assim como Canadá e Japão, essa forma de cuidado é fundamentada de acordo com os seus valores, natureza e religião, sendo muitas vezes feita na abordagem biomédica. Por este motivo, é importante que o profissional de saúde que atue com esse público, tenha conhecimento e respeito pela sua cultura, sua forma de adoecimento e cura. Por viverem em uma micro sociedade, comumente afastada da sociedade urbana, o atendimento ao paciente indígena geralmente começa dentro da própria aldeia, através das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI), onde deve ser feito o controle e acompanhamento de doenças. Porém, pacientes com doenças ou comprometimentos mais graves que necessitem de assistência mais complexa, são encaminhados às Casas de Apoio a Saúde Indígena (CASAI) ou hospitais de referência. A baixa quantidade de estudos sobre o tema, consequentemente, a falta de conhecimento sobre a atenção a saúde do índio, faz com que pesquisas com essa temática se tornem pertinentes para a educação de profissionais da saúde. Objetivo: Objetiva-se relatar a experiência da visita e aprendizado sobre a forma de atenção à saúde dos índios de uma comunidade indígena cearense. Metodologia: O presente estudo trata-se de um relato de experiência realizado através de uma excursão na comunidade indígena Pitaguary, localizada no município de Maracanaú no estado do Ceará. A excursão foi efetuada no dia 14 de abril de 2018, das 8:00h ás 13:00h, tendo como grupo os acadêmicos do curso de Fisioterapia da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza (FAMETRO), cursando a disciplina de Saúde Coletiva, com supervisão do docente responsável. A visita foi realizada com o acompanhamento do pajé, acadêmico de enfermagem, responsável por guiar visitantes, no qual forneceu todas as informações sobre a história, cultura, educação e saúde da comunidade. Resultados e Discussão: A comunidade indígena Pitaguary recebe assistência tanto de programas de saúde gerais, como o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), quanto de serviços específicos aos indígenas, sendo eles: Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Equipes Multidisciplinares de Atenção Básica à Saúde Indígena (EMSI) e o Atendimento Móvel de Urgência da Saúde Indígena (SAMUSI). Além disso, as unidades de saúde básica e o hospital municipal possuem uma verba específica para o atendimento a esta comunidade, garantindo vagas exclusivas. A população possui uma farmácia viva com o intuito de fornecer produtos para o uso individual e para a atuação do pajé com a medicina tradicional. Como forma de fiscalização da saúde, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) supervisiona a situação de cada indivíduo da comunidade, como por exemplo, se as vacinas estão em dia, principalmente as vacinas da hepatite B e da febre amarela. Caso o índio não esteja seguindo os protocolos de saúde seus benefícios sociais serão cortados. Por outro lado, ainda existe uma carência na educação em saúde; primeiro, sobre o autocuidado e a prevenção, pois há predominância do alcoolismo e diabetes na comunidade; e segundo, pela falta de conhecimento e conscientização acerca de transtornos mentais para a população como um todo, visto que, só no período de janeiro a abril de 2018, foram registrados seis casos de suicídio, todos sem histórico. Por conta de sua localidade, a comunidade também sofre com a ausência de saneamento básico, o que frequentemente ocasiona casos de desinteria e infecções respiratórias. Da mesma forma ocorre o aumento de outras doenças como: chikungunya (65 casos), dengue (46 casos), zika vírus (40 casos) e leishmaniose visceral (2 casos), todas notificadas no primeiro quadrimestre de 2018. Considerações Finais: Através da realização da visita na comunidade indígena Pitaguary foi possível a obtenção do conhecimento sobre a situação da saúde indígena no Brasil, que, embora possua um bom suporte a saúde, com programas específicos aos indígenas, ainda há muito a ser aperfeiçoado, principalmente no que se refere a educação em saúde e saneamento básico.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da CONEXÃO Fametro 2018!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VI Encontro de Iniciação à Pesquisa, VI Encontro de Monitoria e Iniciação Científica e VIII Encontro de Pós-graduação. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. O tema da CONEXÃO Fametro 2018 foi “Inovação e Criatividade”.
Com este tema, procuramos fomentar discussões e pesquisas que abordassem as mais diversas áreas do conhecimento, demonstrando o potencial transdisciplinar e inovador dos pesquisadores, tendo a dimensão artística como principal norteador.
Tratam-se de trabalhos interessantes que podem auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Esperamos que esta publicação ajude como mais uma opção de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento científico, uma vez que concentra artigos resultantes de investigações comprometidas com a publicização do conhecimento de qualidade, a responsabilidade social e mudanças nos contextos de atuação.
Boa leitura!
Solange Sousa Pinheiro
PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA
As normas de submissão de trabalhos científicos estão disponíveis nos editais no link: https://www.doity.com.br/conexao-fametro-2018/artigos
Comissão Organizadora
Ailton Pereira da Silva
Caroliny Uchoa Sales
Daniel Carlos Lopes Vasconcelos
Fernanda Rocha Dantas
Juliana Pereira Pessoa
Marina Barbosa Gouveia
Pedro Lucas Bezerra Porto
Yohrranna Kelly Almeida de Araujo
Comissão Científica
Andréa Bessa Teixeira
Anne Caroline Moraes de Assis
Isabelle Lucena Lavor
Solange Sousa Pinheiro
Para dúvidas e sugestões, envie ao e-mail conexaofametro@fametro.com.br.
Os anais da Conexão Fametro 2017 estão disponíveis no link: https://www.doity.com.br/anais/conexaofametro2017