Introdução: A microcefalia é uma anomalia congênita complexa e multifatorial, que pode ser causada por diversos fatores, dentre eles: anomalias cromossômicas, doenças metabólicas, teratógenos ambientais e infecção materna por Vírus Zika durante a gestação. Essa doença é caracterizada por perímetro cefálico menor do que normal para a idade gestacional que perdura durante toda a vida. Além disso, a má formação da estrutura craniana causa o desenvolvimento anormal do encéfalo, podendo levar a alterações no desenvolvimento neurológico, comprometimento visual, auditivo, fala, além de hiperatividade, baixo peso e estatura e convulsões. Nesse cenário, o fisioterapeuta, juntamente com a equipe multidisciplinar, pode ter um papel importante no tratamento de indivíduos que apresentam microcefalia e outras patologias associadas, no intuito de reduzir as alterações funcionais desta enfermidade. Objetivo: Analisar o efeito da fisioterapia nas alterações funcionais decorrentes da microcefalia e patologias associadas, a partir do relato de um caso clínico. Metodologia: Trata-se de um relato de caso de uma criança de dezessete meses de idade, na data da avaliação fisioterapêutica, do sexo masculino, com diagnóstico clínico de microcefalia, possivelmente por infecção intrauterina associada ao Vírus Zika, e apresentando como patologias associadas: paralisia cerebral, hidrocefalia, síndrome de West e laringomalácia. Os atendimentos ocorreram 1 vez por semana, durante 4 semanas, e tiveram duração média de 60 minutos, cada. O protocolo de atendimento consistiu de exercícios de mobilização bilateral de membros inferiores e superiores incluindo dedos, fortalecimento da musculatura envolvida no controle cervical e de tronco com rolos e bolas, estimulação de sensibilidade utilizando esponja, amoeba e escovinha, reorganização neurofuncional por meio do método Padovam utilizando treinamento de marcha com pedalinho, relaxamento da musculatura de membros superiores e inferiores, finalizando com a colocação de bandagens elásticas nos membros superiores e inferiores. Resultados e Discussão: Durante a avaliação fisioterapêutica foi identificado que o paciente apresentava hipertonia dos músculos dos membros superiores com padrão flexor e inferiores com padrão extensor, ausência de sensibilidade nos mesmos, fraqueza da musculatura de tronco e dos músculos que auxiliam o controle cervical e pé equino. Após 4 atendimentos fisioterápicos, o paciente foi reavaliado e foi observado melhora do padrão flexor do membro superior como um todo, assim como no controle cervical. Não foi observado redução do padrão extensor em membros inferiores, assim como não houve melhora na força dos músculos estabilizadores de tronco. Isso pode ter ocorrido devido ao número baixo de atendimentos, uma vez que um estudo mostrou que 25 sessões de fisioterapia realizadas diariamente foram suficientes para obter uma melhora importante do padrão extensor do membro inferior de uma criança com 1 ano e 4 meses. Quando a sensibilidade em membros superiores e inferiores foi avaliada, também não foram encontradas diferenças em relação ao início do protocolo de atendimento, porém estudos mostram que o método Bobath traz grandes melhorias no que diz respeito a sensibilidade tátil, dolorosa e pressão, entretanto o mesmo não foi utilizado no plano de tratamento. Considerações Finais: A fisioterapia promoveu melhora do padrão flexor do membro superior e no controle cervical, no paciente com microcefalia e outras patologias associadas. Entretanto, o baixo número de atendimentos pode ter limitado os resultados deste estudo. Nesse contexto, sugere-se que um maior número de atendimentos fisioterapêuticos e com um menor intervalo de tempo entre os atendimentos possam trazer resultados mais eficazes para pacientes com microcefalia. Por fim, esses achados não podem ser extrapolados para todos os casos de pacientes com microcefalia, principalmente devido à diversidade de comprometimentos associados; além disso, este estudo foi realizado com apenas com um paciente.
Seja bem-vind@ à leitura dos Anais da CONEXÃO Fametro 2018!
Temos o prazer de disponibilizar à comunidade acadêmica os Anais do VI Encontro de Iniciação à Pesquisa, VI Encontro de Monitoria e Iniciação Científica e VIII Encontro de Pós-graduação. Aqui estão os trabalhos que foram apresentados durante o evento, que agora são compartilhados em forma de artigos digitais. O tema da CONEXÃO Fametro 2018 foi “Inovação e Criatividade”.
Com este tema, procuramos fomentar discussões e pesquisas que abordassem as mais diversas áreas do conhecimento, demonstrando o potencial transdisciplinar e inovador dos pesquisadores, tendo a dimensão artística como principal norteador.
Tratam-se de trabalhos interessantes que podem auxiliar em estudos e pesquisas, estimular outros alunos e professores à produção científica e dar subsídios a novas práticas em campos de atuação diversos das áreas da saúde, humanas e exatas.
Esperamos que esta publicação ajude como mais uma opção de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento científico, uma vez que concentra artigos resultantes de investigações comprometidas com a publicização do conhecimento de qualidade, a responsabilidade social e mudanças nos contextos de atuação.
Boa leitura!
Solange Sousa Pinheiro
PRESIDENTE DA COMISSÃO CIENTÍFICA
As normas de submissão de trabalhos científicos estão disponíveis nos editais no link: https://www.doity.com.br/conexao-fametro-2018/artigos
Comissão Organizadora
Ailton Pereira da Silva
Caroliny Uchoa Sales
Daniel Carlos Lopes Vasconcelos
Fernanda Rocha Dantas
Juliana Pereira Pessoa
Marina Barbosa Gouveia
Pedro Lucas Bezerra Porto
Yohrranna Kelly Almeida de Araujo
Comissão Científica
Andréa Bessa Teixeira
Anne Caroline Moraes de Assis
Isabelle Lucena Lavor
Solange Sousa Pinheiro
Para dúvidas e sugestões, envie ao e-mail conexaofametro@fametro.com.br.
Os anais da Conexão Fametro 2017 estão disponíveis no link: https://www.doity.com.br/anais/conexaofametro2017