O artigo apresentado consiste no mapeamento dos arquivos pessoais das militantes feministas que atuaram no Rio de Janeiro no período de 1900 a 1950, com o objetivo de comparar quantos são em relação a outros tipos de arquivos pessoais e ressaltar como estes conjuntos documentais são importantes para a história e memória dessas mulheres inseridas na luta pela equidade de gêneros. Como metodologia, realizamos pesquisas via internet nos acervos de instituições arquivísticas do Rio de Janeiro para identificar quais possuem documentos de feministas; além de pesquisas bibliográficas visando entender a relação dos arquivos pessoais, feminismo e arquivos de mulheres.
1º ENCONTRO DIVERSIDADE EM ARQUIVOS - ARQUIVOS E PODER, ARQUIVOLOGIA E POTÊNCIAS
VIII CONGRESSO NACIONAL DE ARQUIVOLOGIA - 8 a 11 de outubro de 2018
EVENTO PARALELO 9 - DIA 10/10 - 8 ÀS 12h00 - SALA 4
A Comissão Organizadora do 1º Encontro Diversidade em Arquivos, composta pelas professoras Fernanda da Costa Monteiro Araújo (UNIRIO) e Jacqueline Ribeiro Cabral (UFF), teve imensa satisfação em receber os trabalhos enviados para o nosso evento paralelo integrado ao VIII Congresso Nacional de Arquivologia no Centro de Convenções de Cabo Branco, na cidade de João Pessoa-PB, entre os dias 8 e 11 de outubro de 2018. Nem todas as participantes - só tivemos a participação de autoras nesta edição! - puderam estar presentes no Congresso, mas a interação com o público foi bastante profícua e estimulante.
Nosso objetivo foi discutir a importância das diversidades étnicas, regionais, culturais, religiosas, de gêneros e sexualidades, dentre outras, nos arquivos. Através do debate entre investigações científicas, experiências e iniciativas em torno da temática proposta, buscamos disseminar e incentivar questionamentos acerca das histórias, lutas e vivências dos mais variados grupos e sujeitos que fazem parte da sociedade brasileira.
A importância dos arquivos para a legitimação das pautas e reinvindicações desses atores, bem como as reflexões acerca dos usos dos documentos arquivísticos no processo de construção de suas memórias e identidades são preocupações centrais nas pesquisas que desenvolvemos e que também tivemos a oportunidade de conhecer por meio desse momento de diálogos e trocas.
A Arquivologia ainda se apresenta como um campo de estudo demasiadamente técnico, tímido em relação às diversidades e muitos outros aspectos direta ou indiretamente atravessados por diferentes abordagens em torno dos arquivos e seus documentos. Ainda precisamos expandir muito os debates sobre essa e outras temáticas a fim de aproximar a disciplina das experiências e trajetórias sociais. Com a publicação desses anais, esperamos oferecer um pouco da nossa contribuição para questionar a posição de poder ocupada pelos arquivos, posição esta que influencia de diversas formas a construção e elaboração de modelos e ideias sobre determinados grupos e/ou sujeitos.
Observações:
Jacqueline Ribeiro Cabral (UFF)
Fernanda da Costa Monteiro Araújo (UNIRIO)