O (não)lugar das tecnologias digitais na formação de professores do novo ensino médio no estado do Espírito Santo

  • Autor
  • Manuela Brito Tiburtino Camata
  • Resumo
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    A Educação Básica no Brasil vem passando por mudanças e colocando em debate novas práticas, novos conceitos, modelos e contextos. O sinalizador mais atual das políticas regulamentadoras em nosso sistema educacional é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que vem nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil.

    Considerando em repensar as políticas linguísticas voltadas ao uso das tecnologias no processo ensino-aprendizagem e a formação docente, objetivamos propor uma reflexão sobre processo de formação de professores da rede estadual do Espírito Santo, no recorte temporal de 2021, ano ainda atípico e determinado pela pandemia da Covid-19.

    Compreendemos a necessidade de abordar tal período, sob a premissa de repensar e perceber a realidade, sobretudo sob novas formas de comunicação e uso das tecnologias, a partir do que preconiza a BNCC: que o uso das tecnologias digitais para o domínio das linguagens tecnológicas pelos estudantes deve perpassar por todo o Ensino Médio com a expectativa de apropriarem-se das linguagens e das mídias.

    Considerando ainda a organização do currículo capixaba e visando compreender o uso das tecnologias no espaço escolar, metodologicamente propomos uma análise bibliográfica e documental das políticas de formação continuada da rede estadual do Espírito Santo desenvolvidas pelo Programa Sedu Digit@l, elaborado por iniciativa da Secretaria de Estado da Educação, que, dentre as ações propostas temos: Reforço da aprendizagem e aprofundamento dos estudos via plataforma de busca de conteúdos digitais; Pré-Enem Digit@l; EJA e CEEJA Digit@l e Plataforma de Cursos.

    Mesmo com a proposta de formação no formato online, por ser uma dinâmica avançada e que oportuniza o estudo além do espaço escolar, a inclusão digital ainda encontra precariedade na realidade local de algumas escolas, pela falta de redes ou computadores que possam atender às demandas. E ainda, mesmo sendo online requer a participação de professores, cujas jornadas profissionais duplas e até mesmo triplas, comprometem a qualidade da participação de fato nesses cursos. Cabe questionar se o modelo de formação, presencial ou não, pode interferir positivamente ou negativamente no diálogo com os professores sobre a sua prática, construindo e desconstruindo reflexões sobre os saberes docentes.

    A prerrogativa principal da BNCC, enquanto norteadora do ensino na área de Linguagens, códigos e suas tecnologias para Ensino Médio, é ir além das práticas de linguagem tradicionais, para isso, o documento enfatiza a promoção de uma formação linguística inserida em um processo dinamizado pelas transformações sociais e culturais. Logo, a formação continuada de professores deve considerar os debates, saberes e experiências dos docentes, levando em conta as particularidades locais, bem como de seus profissionais.

    Os princípios fundamentados pela BNCC propõem avanços e atualizações no trabalho com o uso de ferramentas e apps variados de edição de áudio, vídeo, imagens, de criação de games, gifs, memes, infográficos etc. Portanto, apesar da importância da formação de professores em contexto, há problemas a serem resolvidos relacionados ao espaço, tempo e modo de desenvolvê-la, o que gera um baixo nível de comprometimento dos docentes.

  • Palavras-chave
  • Tecnologias Digitais; Políticas Línguísticas; Formação de Professores; Linguagens.
  • Área Temática
  • Discursos sobre os usos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na Educação
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A segunda edição do Seminário do Grupo de Pesquisa em Linguagem, Discurso, Mídia e Educação (II SELIDIME) teve o seguinte tema: "Estudos do Discurso no Brasil: trajetória e perspectivas". A proposta era  discutir a trajetória dos estudos do discurso realizados no Brasil nas suas mais diversas abordagens e as perspectivas para sua ampliação e desenvolvimento, mantendo nosso objetivo de promover diálogos entre pesquisadores e pesquisadoras das várias regiões brasileiras interessados/as em investigar o fenômeno da linguagem com foco no discurso, especialmente daqueles que circulam nas áreas da Comunicação Social e da Educação.

Como resultado, obtivemos a submissão de variados trabalhos discutindo temas e objetivos diversos pela perspectiva dos Estudos do Discurso, os quais depois de avaliados, apresentados e discutidos em nosso seminários, têm aqui seus resumos apresentados. 

Agradecemos a todos/as e todos que contribuíram para a riqueza e qualidade das discussões geradas a partir das pesquisas apresentadas. 

  • Discursos sobre os usos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na Educação
  • Estudos Discursivos e Letramentos: práticas sociais na escola
  • Discurso e Mídia: construções de sentidos na sociedade contemporânea
  • Discursos, identidade e representação social: a linguagem na luta por mudanças sociais

Comissão Organizadora

Grupo de Pesquisa em Linguagem, Discurso, Mídia e Educação - LIDIME

Profa. Dra. Regysane Botelho C Alves (UFMA)

Prof. Dr. Marcos Fábio Belp Matos (UFMA)

 

Comissão Científica

Profa. Ma. Ana Paula Campos Fernandes (UNIPAC)

Profa. Dra. Luciane Cristina Eneas Lira (IFB)

Profa. Dra. Maria Felícia Romeiro Mota Silva (UFOB)

Profa. Dra. Regysane Botelho C Alves (UFMA)