Este trabalho é o resultado de uma tese de doutorado realizada junto ao Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE), na linha de Sociologia e História da Educação (SHE), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), desenvolvida entre 2019 e 2024. O estudo teve como objetivo compreender as implicações da medicalização e patologização no processo formativo de uma criança na Educação Infantil, problematizando a forma como tais práticas influenciam o desenvolvimento e a aprendizagem na primeira infância. Trata-se de uma pesquisa (auto)biográfica de abordagem qualitativa-quantitativa, fundamentada no método progressivo-regressivo de Sartre, movimento singular-universal, que permite compreender fenômenos educacionais considerando a criança em-situação, seu movimento singular, e considerando o contexto sócio-histórico envolvido, movimento universal. Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer nº 5.556.390), iniciou-se a investigação com a seleção de uma criança em processo de medicalização numa instituição de Educação Infantil. A coleta de dados envolveu entrevistas semiestruturadas e observação permitindo a construção do material empírico. Como resultados, a pesquisa revelou que a medicalização na Educação Infantil, influenciada por um saber médico-higienista historicamente enraizado, afeta práticas pedagógicas e impacta o processo formativo das crianças. Joaquim, a criança protagonista desta pesquisa, depois de enfrentar complicações de saúde respiratória e adenoide, que geraram consequências no desenvolvimento da fala e comportamento irritadiço, vivencia os impactos da medicalização e patologização, sendo reconhecido pelas professoras como agitado e desinteressado nas atividades. Isso gerou consequências no seu desenvolvimento psíquico, afetivo e cognitivo, evidenciando exclusões no processo de aprendizagem e fragilização das relações interpessoais, afetando sua construção como sujeito. Nas considerações finais, a partir dos resultados alcançados, esse estudo destaca a necessidade de superação dos processos de medicalização na educação, e para isso, destaca a necessidade de formações pedagógicas que promovam reflexões críticas sobre os processos de (não) medicalização e sua interferência no desenvolvimento infantil. Aponta-se ainda a importância de ampliar os recursos humanos e pedagógicos e garantir condições favoráveis para a atuação docente, de modo a construir práticas mais inclusivas, respeitosas e atentas à singularidade de cada criança.
O III Colóquio Processos de Despatologização na Educação e na Saúde aconteceu nos dias 24 a 26 de setembro de 2025 na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sendo promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Educação/Faculdade de Educação/Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Programa de Pós-Graduação em Educação/Centro de Educação/Universidade Federal de Santa Maria contando com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superio (CAPES) através do edital de Programa de Apoio a Eventos no País (Edital PAEP nº 22/2024).
No ano de 2018, após ser contemplado pelo edital 35/2017 do Programa de Apoio a Eventos no País (PAEP), aconteceu o I Colóquio Processos de Despatologização na Educação e Saúde de forma presencial ocorrendo transmissão online para demais participantes do Brasil. Com o primeiro Colóquio essa rede aumentou e nos anos seguintes uma série de atividades foram realizadas culminando com a realização, em 2021, do II Colóquio Processos de Despatologização na Educação e Saúde de forma online. Contou com uma rede colaborativa para a realização que inclui o Núcleo de Estudos em Políticas de Inclusão Escolar (NEPIE/UFRGS); a Faculdade de Educação da UFRGS; a Associação Brasileira de Psicologia Escolar do Estado do Rio Grande do Sul; o Conselho Regional de Psicologia do Estado do Rio Grande do Sul; a Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas e a Rede Despatologiza.
Neste III Colóquio Processos de Despatologização na Educação e na Saúde nossa rede aumentou, buscando construir laços de internacionalização com outros países como Espanha, Portugal e Uruguai buscando a possibilidade de criação de uma Rede de Pesquisa Internacional.
Foram 66 trabalhando encaminhados sendo 58 aceitos para as Rodas de Conversa. Os trabalhos dizem da multiplicidade dos processos para se pensar na despatologização na educação e na saúde de diversas instituições como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Universidade Federal de Santa Maria; Universidade Federal do Rio Grande; Centro de Estudo Superior Riograndense; Universidade do Vale do Taquari; Universidade de Santa Cruz do Sul; Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões; Universidade do Extremo Sul Catarinense; Escola Superior de Criciúma; Universidade Estadual do Paraná; Universidade Federal do Paraná; Universidade de São Paulo; Universidade de Brasília; Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
1) Informações Gerais:
O III Colóquio Processos de Despatologização na Educação e na Saúde espera receber resumos de trabalhos científicos de diferentes origens: artigos, dissertações, teses, pesquisas, relatos e/ou sistematização de experiências.
Os trabalhos inscritos serão analisados pela Comissão Científica e poderão ser selecionados para rodas de conversa que irão acontecer no dia 25 de setembro, na parte da tarde.
Os trabalhos poderão ser inscritos por professoras e professores da educação básica, alunas e alunos de graduação e pós-graduação, pesquisadoras e pesquisadores das temáticas.
A inscrição dos trabalhos será feita, exclusivamente, pelo sistema de submissões da Plataforma Doity. Não serão aceitas propostas enviadas por e-mail, correio convencional ou diretamente à Comissão Científica.
Serão aceitos no máximo 02 (dois) trabalhos por autor principal e não há limites para trabalhos em coautoria. Trabalhos que apresentem orientador(a) deverão incluí-lo(a) como coautor(a).
Todos os trabalhos aprovados serão apresentados na modalidade oral, em formato de roda de conversa. Não serão utilizados gráficos, tabelas, banner ou outros recursos visuais para a apresentação, este formato permitirá maior interação e participação dos(as) autores(as) e coautores(as) dos trabalhos nas rodas de conversa e maior compartilhamento entre os participantes. A dinâmica de manter apenas apresentações orais é uma iniciativa que valoriza a sustentabilidade, reduzindo a impressão de material gráfico e uso de tecnologias.
Somente estarão disponíveis para apresentação os trabalhos que, conforme regra da submissão, pelo menos um(a) dos(as) autores(as) estejam inscritos(as) no Colóquio. Qualquer um(a) dos(as) autores(as) e coautores(as) poderá representar o trabalho na atividade.
Será emitido 01 (um) certificado por trabalho apresentado, onde constarão os nomes de todos(as) os(as) autores(as) e coautores(as).
Os(As) autores(as) e coautores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a Comissão Científica do III Colóquio Processos de Despatologização na Educação e na Saúde a publicar ou divulgar o resumo com a finalidade da socialização da produção científica apresentada no evento, em âmbito nacional, internacional e em todos os meios de comunicação, não cabendo qualquer pagamento por direito autoral.
Os Resumos do III Colóquio Processos de Despatologização na Educação e na Saúde serão publicados posteriormente em livro a ser organizado pela Comissão Organizador.
2) Prazo para Submissões:
Os participantes interessados em submeter trabalhos devem preencher o formulário de submissão até as 23 horas e 59 minutos (horário de Brasília) do dia 21/07/2025.
3) Normas para apresentação de resumos:
Os resumos devem ser submetidos no formulário eletrônico, que deve ser preenchido em todos os seus campos e não devem ser inseridos gráficos, tabelas ou outros recursos visuais, apenas redigir o texto.
Os resumos poderão ser apresentados na forma de resumo simples ou resumo expandido.
4) Das modalidades e formatação:
Os trabalhos poderão ser enviados em forma de:
Resumo Simples: contendo no mínimo de 250 e o máximo de 500 palavras.
Citações e referências não devem ser inseridas nos resumos simples ou expandidos, considerando que o número de palavras é limitado.
O texto deve ser escrito em língua portuguesa, espanhola, francesa, inglesa ou italiana.
5) Os resumos deverão conter os seguintes elementos estruturais:
Tema - título;
Apresentação: do que trata o trabalho e o objetivo;
Desenvolvimento do trabalho: descrição da experiência ou método do estudo;
Resultados: os efeitos percebidos decorrentes da experiência, ou resultados esperados ou encontrados na pesquisa;
Considerações finais;
6) Dos critérios para aprovação:
O resumo deve respeitar as normas de submissão;
O tema deve ser relevante para a temática do III Colóquio Processos de Despatologização na Educação e na Saúde;
O texto deve ser compreensível aos leitores, coerente e com encadeamento lógico entre os elementos estruturais;
Os resumos devem ser originais e os(as) autores(as) e coautores(as) assumem a responsabilidade de que o trabalho não foi publicado anteriormente. A originalidade, na compreensão que orienta esse processo, diz respeito à um texto autoral (sem plágio e sem uso de recursos de inteligência artificial) e sem restrições de publicação por decorrência de publicação prévia.
Todos trabalhos recebidos serão submetidos a um sistema de verificação de similaridades, sendo a ocorrência de plágios um dos critérios para reprovação. Exceções se aplicam a produções que são frutos de trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses dos próprios autores.
Comissão Organizadora:
Claudia Rodrigues de Freitas (UFRGS)
Elisandro Rodrigues (UFRGS/GHC)
Fabiane Romano de Souza Bridi (UFSM)
Leandra Bôer Possa (UFSM)
Comitê Científico:
Amanda Diehl (UFSM)
Anna Letícia Ventre (UFRGS)
Bianca Isabel Pederiva (UFRGS)
Carla Maciel da Silva (UFRGS)
Denise Ferreira da Rosa (UFSM)
Elisangela Reinheimer de Bittencourt (UFRGS)
Karen Moretti da Rosa (UFSM)
Karine Ribas Pereira (UFRGS)