CONSTRUÇÃO DO TRABALHO DE PSICÓLOGOS, ASSISTENTES SOCIAIS E EDUCADORES NA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

CONSTRUÇÃO DO TRABALHO DE PSICÓLOGOS, ASSISTENTES SOCIAIS E EDUCADORES NA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

• Autor
• Grace Vali Freitag Tanikado
• Co-autores
• Carolina Ritter , Amanda de Mello Martins
• Resumo

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  Em um momento de mudança profunda do papel das Universidades Federais, agora definidas como instrumento de inclusão social de populações impedidas do direito a educação superior, acontece a instituição do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) através de Decreto Federal, que visa garantir a permanência e diplomação de estudantes nas Universidades. Este trabalho situa-se no campo das práticas profissionais na área da Assistência Estudantil, e pretende empreender uma reflexão sobre como o trabalho de profissionais técnicos de Psicologia, Serviço Social e Educação vem sendo produzido nesse campo. Desenha-se como um estudo de revisão integrativa, em que se pretende conhecer e analisar estudos sobre o tema, enfocando em como o trabalho destas profissionais tem se produzido na Assistência Estudantil. Justifica-se pelo fato de que a implementação do PNAES, além de disponibilizar recursos financeiros próprios, também ampliou vagas para técnicos administrativos para atividades na área. São criados e expandidos programas de benefícios materiais e pecuniários, e instituída a prática do acompanhamento de estudantes por equipes técnicas. A definição da forma de execução do PNAES fica a cargo de cada instituição, a partir de objetivos, finalidades e áreas de investimento determinadas no Plano. Desde 2008, quando aconteceu a primeira regulamentação através de Portaria Normativa do Ministério da Educação, restam quinze anos em que não foram publicadas quaisquer orientações às ações na Assistência Estudantil pelas áreas técnicas de órgãos gestores do Governo Federal, como ocorre em outras políticas públicas nacionais com descentralização de atuação. Assim, a construção das balizas de trabalho na área tem seguido os fluxos institucionais de cada Universidade e as ferramentas técnicas e teóricas dos profissionais. Movimentos para construção e discussão sobre o trabalho têm sido empreendidos pelos trabalhadores desse campo, tal como eventos dos Conselhos Profissionais, grupos autogeridos para troca de experiências, e trabalhos acadêmicos destes profissionais desenvolvidos como qualificações profissionais. Análises inicias identificaram que está em curso a construção de uma identidade profissional. No campo da Psicologia, inicia-se o deslizamento das práticas individuais para as de ação coletiva; no Serviço Social, a atuação situa-se principalmente na tarefa de análises socioeconômicas, uma vez que é a partir dessas avaliações que os estudantes são aferidos como público alvo da política; no campo da Educação, os trabalhos tratam da atuação do acompanhamento pedagógico com estudantes que não atingem o que se determina como desempenho acadêmico satisfatório. A partir disso, é possível pensar que a atuação das profissionais se dirige principalmente aos indivíduos de forma isolada, tendo como objetivo o trabalho com as questões que os colocam como fora da norma dentro das Universidades. Discussões sobre trabalhos interdisciplinares são fundamentais, bem como a necessidade de refletir sobre a estrutura acadêmica e os ambientes pouco acolhedores produzidos nas Universidades. 

• Palavras-chave
• Política de Educação Superior; Assistência Estudantil; Psicologia; Serviço Social; Desempenho Acadêmico.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• 1. Políticas Públicas de Assistência Estudantil: compreende estudos e ações de assistência estudantil discutidas no âmbito governamental e/ou realizadas nas Instituições de Ensino Superior.