O SEF (2023) verificou, pelo sétimo ano consecutivo, um recorde da população estrangeira residente em Portugal. Neste crescimento anual, a nacionalidade brasileira mantém-se como a principal comunidade estrangeira em Portugal, representando praticamente 1/3 de toda a imigração. Ao mesmo tempo, de acordo com a Comissão para Igualdade e Contra a Discriminação Racial do governo de Portugal, as denúncias de xenofobia contra imigrantes brasileiros cresceram mais de 500% até o final de 2023 em relação ao ano anterior, sendo o grupo que mais se queixa de discriminações. O objetivo deste trabalho é, partindo do dossiê de mídias e da revisão da literatura na área de estudos pós-coloniais, refletir como a imigração brasileira tem desestabilizado alguns elementos importantes da construção da “identidade nacional portuguesa” e como essa desestabilização tem gerado reações xenófobas. A partir de uma visão crítica, busca-se fazer um paralelo desse contexto com as feridas coloniais ainda abertas na sociedade.
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Victor Barros
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