Nesta pesquisa, discutimos a relação do sujeito-professor de língua portuguesa com o outro-aluno-estrangeiro em sala de aula. Para isso, entrevistamos profissionais de uma escola pública que atende alunos imigrantes em Chapecó/SC. A pergunta de pesquisa que norteou este trabalho foi: que sentidos são produzidos pelos dizeres do professor de língua portuguesa sobre sua experiência em sala de aula com alunos imigrantes e como isso afeta o fazer docente? A partir de gestos interpretativos, analisamos regularidades que remetem à experiência do sujeito-professor com o outro-aluno-estrangeiro: o apagamento de línguas em busca de um ideal monolíngue; a relação com o outro-aluno-estrangeiro e a hos(ti)pitalidade que surge nessa relação; todas essas regularidades atravessadas – de modo tenso – pela noção de cultura. Assim, entendemos que a experiência do professor com alunos imigrantes, de acordo com os dizeres e a narratividade produzida pelo sujeito-professor, é marcada por uma relação de entre-meios: na hos(ti)pitalidade – entre hospitalidade e hostilidade –, no acolher e des-acolher, no tensionamento entre a cultura outra e a cultura brasileira, na língua outra e na sua língua, na sua individuação como sujeito-professor de língua portuguesa que sabe ensinar o aluno brasileiro, mas, quando tem um aluno estrangeiro, sente dificuldade. É nesse espaço dicotômico que o professor demonstra mudanças e questionamentos nos seus modos de individuação. No ensino da língua portuguesa, surge a dificuldade, regularidade que perpassa vários dizeres dos professores.
Comissão Organizadora
Victor Barros
Comissão Científica