Em um cenário permeado pela mobilidade do capital e da força de trabalho (SASSEN, 1988), o Brasil se insere nas rotas das migrações internacionais contemporâneas com importantes mudanças no perfil da população imigrante do país (BAENINGER, 2017), além do surgimento de novas origens, trajetórias e modalidades migratórias (DUMONT, 2006), em uma dimensão transacional da mobilidade (GLICK-SHILLER; BASCH; SZANTON, 1992). A partir desse pano de fundo, este trabalho busca compreender como as mulheres angolanas são inseridas nas rotas das migrações internacionais transnacionais contemporâneas em São Paulo. Percebendo a complexidade e multiplicidade que compõe a migração angolana no Brasil, tanto pelo seu caráter de longa data, quanto pelos diversos perfis que integram estes fluxos, entende-se a migração angolana no Brasil pertencente ao grupo de fluxos mistos (OIM, 2009). Para melhor interpretar essa multiplicidade de perfis, são acionadas as noções de redes sociais (MASSEY et al, 1988), de modalidades migratórias (BAENINGER, 2012) e de expectativas temporais (ROBERTS, 1995). Através de trabalhos de campo realizados, foram identificados os principais perfis da migração angolana atualmente em São Paulo, sendo identificado as mulheres como parte importante deste fluxo recente. São aprofundadas as formas de configuração deste deslocamento de mulheres na região de São Paulo, principal destino da migração angolana no Brasil.
Comissão Organizadora
Victor Barros
Comissão Científica