Este estudo investiga a presença de imigrantes africanos na seleção de futebol francesa, destacando a dicotomia entre o sucesso esportivo da equipe e a xenofobia persistente na sociedade francesa. A definição de diáspora africana pela Comissão da União Africana, que abrange pessoas de origem africana dispostas a contribuir para o desenvolvimento do continente, é analisada no contexto francês, onde muitos habitantes de antigas colônias se enquadram. O sistema migratório francês, originado na Revolução Industrial, evoluiu com políticas diversas, desde o recrutamento massivo de trabalhadores africanos até medidas restritivas contemporâneas.
A formação da comunidade africana na França e a concomitante ascensão da xenofobia são discutidas, destacando a contribuição significativa desses imigrantes e a discriminação enfrentada. Refugiados e migrantes econômicos, majoritariamente africanos, sofrem preconceitos severos, enfrentando desafios como moradia inadequada, burocracia e pobreza. A discriminação é aprofundada por um racismo culturalista, herança do colonialismo, que marginaliza a população norte-africana.
No futebol, a seleção francesa campeã mundial de 2018 exemplifica a diversidade, com 14 dos 24 jogadores de origem africana. Controvérsias como a proposta de limitar jogadores com dupla nacionalidade nas academias revelam tensões entre a valorização da diversidade e a preservação de uma identidade cultural. O estudo conclui que, apesar do sucesso esportivo, a xenofobia enraizada reflete desafios persistentes para a integração dos imigrantes africanos na sociedade francesa.
Comissão Organizadora
Victor Barros
Comissão Científica