SAÚDE MENTAL E TRABALHO: UM ESTUDO SOBRE AS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS PROFISSIONAIS ASSISTENCIAIS QUE TRABALHAM NOS PRESÍDIOS FEDERAIS BRASILEIROS

  • Autor
  • MANUELA DA SILVA AMORIM
  • Co-autores
  • Branca Maria de Meneses
  • Resumo
  • A proposta deste trabalho é realizar um estudo sobre os fatores producentes de sofrimento psíquico na execução laboral dos profissionais das assistências que atuam nos presídios federais brasileiros. Com a finalidade de atender esse objetivo, utiliza-se como norte, os fundamentos bibliográficos da Teoria Crítica da Sociedade – Escola de Frankfurt. Destaca-se que há escassos referenciais teóricos a respeito do tema em questão, assim sendo, a saúde mental desses servidores, encontra-se posta à margem, em um processo de inviabilização que dificulta ações para mudanças. De forma mais ampla, compreende-se que as questões relacionadas ao cárcere ressoam pela sociedade, nesses termos, antes de compreender o modus operandi da Instituição Prisional é necessário um debruçamento sobre as problemáticas da sociedade contemporânea. Nesse contexto, o Sistema Prisional Federal Brasileiro foi erguido, justamente, com a finalidade de atender a um interesse de controle social, político e neoliberal. Assim, sugere-se que o rígido controle da organização do trabalho em penitenciárias federais promova entraves aos trabalhos realizados pelos profissionais assistenciais que atuam para garantir direitos aos custodiados, promovendo alterações conflituosas na relação sujeito e trabalho. Busca-se investigar também, como objetivos específicos, a correlação estatística entre a variável “tempo de serviço” e os resultados encontrados na escala utilizada, e a análise dos danos psíquicos presentes nas respostas do questionário qualitativo. Assim sendo, considera-se que a compreensão dos fatores institucionais que promovem mal-estar em seus operadores, ultrapassa um modelo específico de gestão organizacional, trata-se de problema de solução complexa que vai além, pois as prisões acabam por refletir ideais de uma ordem perversa, excludente e que tem repercussão macrossocial. Como instrumentos de coleta de dados, utiliza-se o Protocolo de avaliação dos riscos psicossociais no trabalho ( PROART), desenvolvido a partir de itens extraídos do ITRA (inventário de trabalho e riscos de adoecimento) por Mendes e Ferreira (2007), e validado por Facas (2013) em sua tese de doutorado.  O PROART é composto por quatro escalas que avaliam fatores diferentes e, ao mesmo tempo, complementares, contemplando os seguintes temas, dentre outros: organização prescrita do trabalho, sofrimento patogênico, estilos de gestão e danos relacionados ao trabalho. Os resultados encontrados indicaram que risco médio e alerta com situação limite para os riscos psicossociais, o que demandaria intervenções na organização de curto a médio prazo. Outrossim, no que diz respeito às análises qualitativas, ficou evidenciado que os trabalhadores enfrentam além dos riscos psíquicos, riscos físicos, pois convivem com a ideia da morte como “hipótese de trabalho”.

  • Palavras-chave
  • SAÚDE MENTAL, TRABALHO, PRESÍDIOS FEDERAIS
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Eixo H: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES
Voltar

Ao longo dos anos os campos de práticas em Psicologia vêm se ampliando e alcançando os mais variados âmbitos, principalmente se considerarmos os avanços das políticas sociais, bem como o atual quadro de retrocessos enfrentados na presente conjuntura de crise social e política que, por sua vez, influencia direta ou indiretamente nos espaços em que a psicologia ocupa.

Atualmente, as políticas públicas se configuram como o espaço de grande inserção desses profissionais, como discutido por Mandelbaum (2012) que vê o campo social como “território fértil”, um verdadeiro laboratório para a produção em Ciências Humanas, uma vez que cada vez mais o social e o psicológico são concebidos de modo indissociável.

Com o objetivo de visibilizar práticas ligadas à psicologia e políticas públicas, bem como de interiorizar e desse modo divulgar o que tem sido proposto e desenvolvido no estado baiano, o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), órgão operacional do Conselho Regional de Psicologia 3ª região (CRP-03), tem procurado construir espaços coletivos de discussão, convocando a categoria e os estudantes de Psicologia a repensarem seus papéis nas políticas públicas e assim potencializar os espaços de atuação em todas as suas instâncias.

A Mostra de Práticas em Psicologia e Políticas Públicas concretiza esse papel. Desde sua primeira edição, em 2016, agrega trabalhos de todo o estado da Bahia, evidenciando a pluralidade do fazer psi nesse território.

Em sua terceira edição, a Mostra celebrou os 15 anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) na Bahia e pautou os seguintes eixos temáticos nos trabalhos submetidos e nos debates da programação em geral: a) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQI+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO; b) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS; c) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO; d) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE; e) PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL; f) PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA; g) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TR NSITO; h) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES; i) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19.

  • Eixo A: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQIA+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO
  • Eixo B: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
  • Eixo C: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO
  • Eixo D: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
  • Eixo E: PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
  • Eixo F: PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA
  • Eixo G: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TRÂNSITO
  • Eixo H: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES
  • Eixo I: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19

ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS 
Natani Evlin Lima Dias 
Pablo Mateus dos Santos Jacinto 
Gabriela Evangelista Pereira

COMISSÃO ORGANIZADORA

Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP)

Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)

COMISSÃO CIENTÍFICA

Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)

 

AVALIADORAS/ES

Ailena Júlie Silva Conceição
Alana Oliveira Cintra Pedreira
Ana Caroline Moura Cabral
Candice Santana Souza de Oliveira
Carmem Virgínia Moraes da Silva
Cintia Palma Bahia
Claudson Cerqueira Santana
Denise Viana Silva
Gabriela Evangelista Pereira
Giuliano Almeida Gallindo
Glória Maria Machado Pimentel
Iara Maria Alves da Cruz Martins
Jaqueline de Lima Braz Santos
Lara Araújo Roseira Cannone
Lívia Guimarães Farias
Luana Souza Barros Palmeira
Mailson Santos Pereira
Monaliza Cirino de Oliveira
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Renan Vieira de Santana Rocha
Rodrigo Márcio Santana
Ruthe Castro de Aquino Pinheiro
Silier Andrade Cardoso Borges
Thais Santos Ouais
Thaís Teixeira Cardoso
Tiago Ferreira da Silva
Valdineia Aragao dos Santos
Vanina Miranda da Cruz
Washington Luan Gonçalves de Oliveira

 

Equipe CREPOP:

crepop03@crp03.org.br