AUTOCUIDADO EM SAÚDE MENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA PSICÓLOGA (MÉDICOS SEM FRONTEIRAS) ATUANDO NA PANDEMIA

AUTOCUIDADO EM SAÚDE MENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA PSICÓLOGA (MÉDICOS SEM FRONTEIRAS) ATUANDO NA PANDEMIA

• Autor
• ADRIANA FÉLIX MOURA
• Resumo

• Este trabalho é um relato de experiência da trajetória de uma psicóloga atuante nos Médicos Sem Fronteiras (MSF) uma Organização médico – humanitária internacional que atua em contextos de emergências. As intervenções de MSF no Estado da Bahia atuaram majoritariamente na capacitação dos profissionais de saúde e no fortalecimento do sistema de saúde local, com o objetivo de mitigar o impacto de uma possível terceira onda de Covid-19, reduzindo assim a mortalidade. A estratégia foi baseada em cinco (5) eixos e um deles era suporte à saúde mental dos trabalhadores da área da saúde. Em um período de pandemia é previsível que os profissionais de saúde que atuam na linha frente estejam permanentemente em estado de alerta, assustados, estressados, tendo que lidar com diversos problemas como: mortes em massa, escassez de leitos, medo de contaminar seus entes queridos, sobrecarga de trabalho, vínculo de trabalho frágil e outros fatores. Para além das repercussões sociais, culturais, econômicas a saúde mental se tornou uma demanda urgente e pensando na saúde mental fragilizada desses trabalhadores nesse contexto, foi desenvolvida uma estratégia que fornecesse ferramentas básicas úteis que possibilitasse autocuidado para esses profissionais e que eles pudesse auto identificar sinal precoce que justificasse procurar especialista de saúde mental. No Estado da Bahia o trabalho foi executado em três cidades: Xique Xique, Riachão das Neves e Barreiras, visto que as demandas encontradas era sempre demasiadamente grande, após diálogos com os gestores desses municípios era definido os locais de atuação baseado em níveis de vulnerabilidade dos territórios. A cada estabelecimento de saúde era feito uma visita inicial que tinha como objetivo conhecer a unidade de saúde, a história do seu território e da sua população, entender como estava sendo a atuação no contexto de pandemia e as dificuldades encontradas, a partir daí era pensada estratégia de intervenção. As atividades foram: formação em autocuidado, uma atividade que visava sensibilizar o trabalhador e combater os estigmas associados à saúde mental, na próxima visita, de acordo com a necessidade, formavam-se grupos menores e um cuidado mais específico que era as rodas de cuidados psicossociais para trabalhadores e o acolhimento individual, ao final da intervenção era disponibilizados contatos de serviços nacionais que ofertava atendimento psicológico gratuito e de forma sigilosa para quem assim desejasse.

  Durante essa intervenção na Bahia que durou de junho a agosto de 2021, 370 profissionais de saúde foram impactados.

  Dialogar sobre a saúde mental dos trabalhadores de saúde é urgente e necessário, visto que muitos se encontram sobrecarregados e manter saúde mental nesse contexto é um desafio. Nem todos que trabalham em contexto de pandemia vão adoecer psiquicamente, mas se isso acontecer ter acesso precoce a serviço especializado é de muita importância.

• Palavras-chave
• SAÚDE MENTAL, COVID - 19, AUTOCUIDADO.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Eixo I: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19