RE-CONTANDO MINHA HISTÓRIA: UMA PRODUÇÃO ARTÍSTICA DA HISTÓRIA DE VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL

  • Autor
  • Thainara Meireles
  • Resumo
  •  

    Este resumo tem por objetivo apresentar a prática realizada com crianças e adolescentes acolhidos em um Serviço de Acolhimento Institucional para crianças e adolescentes no Município de Simões Filho - BA. Na Política de Assistência Social, o serviço de acolhimento para crianças e adolescentes se insere na Proteção Social Especial na alta complexidade, sendo instituições responsáveis por acolher temporariamente crianças e adolescentes que passaram por alguma violação de direito, até que possam ser reintegrados na sua família de origem ou extensa, ou quando esgotados todas as possibilidades de reinserção familiar, ser colocado em uma família substituta. O objeto de estudo volta-se para a construção de um livro contando a história de vida das crianças e adolescentes acolhidos, com o objetivo de que cada criança e adolescente conheça e se aproprie da sua história e sua origem. Sendo também, uma maneira de construir narrativas a respeito da passagem pelo acolhimento, evitando que esse período seja negado e silenciado. Na medida que compreendem a experiência pela qual estão passando, poderão senti-la como uma fase da sua vida, marcada por momentos de cuidado, proteção e experiências afetuosas. Pensar no fazer psicológico, dentro da Política de Assistência, é buscar estratégias de resgate do sujeito e da sua subjetividade. É olhar para suas histórias, para além das violações de direitos e vulnerabilidades, é olhar para as pessoas.  No serviço tendem a esquecer histórias, origens e apagam a individualidade: são  “meninos do abrigo” e isso é o suficiente para falar sobre eles. Meninos e Meninas parecem representar apenas a violação de direito, como se uma única história desse conta de explicar a existência de cada um/uma, ali acolhido. Falar das histórias de vida, é falar que cada um é único e embora estejam vivenciando a experiência de acolhimento, sua história é diferente de todos os outros.  A prática foi construída gradativamente, abordando diferentes dimensões. Foi utilizado ferramentas que envolvessem as crianças e adolescentes, como filmes, músicas, vídeos, livros, registros fotográficos e registros escritos. Além disso, foi utilizado diversos materiais de papelaria, fitas, tintas e elementos que despertaram a curiosidade e a criatividade. A prática foi realizada, em conjunto com a Assistente Social, que compõe a equipe técnica do Serviço de Acolhimento e foi apoiada pela coordenação, disponibilizando recursos e ferramentas, que pudessem contribuir para a execução. A produção do livro causou impacto significativo nas crianças e adolescentes e nos atores que compõem o Serviço. Eles passaram a ter mais autonomia para falar sobre coisas que gostavam ou não, passaram a cobrar seus direitos, se conectaram consigo, com os colegas e com as possibilidades futuras. Pode-se concluir que a construção do livro contribuiu para a percepção do acolhimento como um processo de  passagem, o qual faz parte da sua história, mas não é a sua história. 

  • Palavras-chave
  • Criança, Adolescente, Acolhimento, História de vida, Direitos.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Eixo E: PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
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Ao longo dos anos os campos de práticas em Psicologia vêm se ampliando e alcançando os mais variados âmbitos, principalmente se considerarmos os avanços das políticas sociais, bem como o atual quadro de retrocessos enfrentados na presente conjuntura de crise social e política que, por sua vez, influencia direta ou indiretamente nos espaços em que a psicologia ocupa.

Atualmente, as políticas públicas se configuram como o espaço de grande inserção desses profissionais, como discutido por Mandelbaum (2012) que vê o campo social como “território fértil”, um verdadeiro laboratório para a produção em Ciências Humanas, uma vez que cada vez mais o social e o psicológico são concebidos de modo indissociável.

Com o objetivo de visibilizar práticas ligadas à psicologia e políticas públicas, bem como de interiorizar e desse modo divulgar o que tem sido proposto e desenvolvido no estado baiano, o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), órgão operacional do Conselho Regional de Psicologia 3ª região (CRP-03), tem procurado construir espaços coletivos de discussão, convocando a categoria e os estudantes de Psicologia a repensarem seus papéis nas políticas públicas e assim potencializar os espaços de atuação em todas as suas instâncias.

A Mostra de Práticas em Psicologia e Políticas Públicas concretiza esse papel. Desde sua primeira edição, em 2016, agrega trabalhos de todo o estado da Bahia, evidenciando a pluralidade do fazer psi nesse território.

Em sua terceira edição, a Mostra celebrou os 15 anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) na Bahia e pautou os seguintes eixos temáticos nos trabalhos submetidos e nos debates da programação em geral: a) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQI+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO; b) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS; c) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO; d) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE; e) PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL; f) PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA; g) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TR NSITO; h) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES; i) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19.

  • Eixo A: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQIA+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO
  • Eixo B: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
  • Eixo C: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO
  • Eixo D: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
  • Eixo E: PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
  • Eixo F: PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA
  • Eixo G: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TRÂNSITO
  • Eixo H: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES
  • Eixo I: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19

ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS 
Natani Evlin Lima Dias 
Pablo Mateus dos Santos Jacinto 
Gabriela Evangelista Pereira

COMISSÃO ORGANIZADORA

Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP)

Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)

COMISSÃO CIENTÍFICA

Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)

 

AVALIADORAS/ES

Ailena Júlie Silva Conceição
Alana Oliveira Cintra Pedreira
Ana Caroline Moura Cabral
Candice Santana Souza de Oliveira
Carmem Virgínia Moraes da Silva
Cintia Palma Bahia
Claudson Cerqueira Santana
Denise Viana Silva
Gabriela Evangelista Pereira
Giuliano Almeida Gallindo
Glória Maria Machado Pimentel
Iara Maria Alves da Cruz Martins
Jaqueline de Lima Braz Santos
Lara Araújo Roseira Cannone
Lívia Guimarães Farias
Luana Souza Barros Palmeira
Mailson Santos Pereira
Monaliza Cirino de Oliveira
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Renan Vieira de Santana Rocha
Rodrigo Márcio Santana
Ruthe Castro de Aquino Pinheiro
Silier Andrade Cardoso Borges
Thais Santos Ouais
Thaís Teixeira Cardoso
Tiago Ferreira da Silva
Valdineia Aragao dos Santos
Vanina Miranda da Cruz
Washington Luan Gonçalves de Oliveira

 

Equipe CREPOP:

crepop03@crp03.org.br