Trabalho colaborativo entre mulheres de origem popular em Camaçari-Ba: A cooperação como forma de enfrentar às desigualdades e exclusão social

  • Autor
  • Isael de Jesus Sena
  • Co-autores
  • Adriana Nogueira , Francine Costa
  • Resumo
  • A pandemia Covid19 contribuiu para intensificar as desigualdades e exacerbar as vulnerabilidades sociais já existentes, historicamente reproduzidas, produtoras de sofrimento ético-político (SAWAIA, 2010). O presente trabalho, o qual baseia-se no caráter protetivo e proativo das famílias (CFP, 2016), tem por objetivo mostrar e discutir uma estratégia de empreendedorismo, apoiada em pressupostos da economia solidária (CORTEGOSO, 2008) a qual vem sendo desenvolvida com um grupo de 45 mulheres[1] de origem popular, majoritariamente negras, com ensino fundamental incompleto, mães solteiras, vendedoras de doces, quitutes e revistas de utensílios domésticos, beneficiárias do Bolsa Família, em acompanhamento pelo Centro de Referência de Assistência Social – CRAS, na unidade do bairro Nova Vitória, em Camaçari-Ba.

    A pandemia ocasionada pelo novo coronavírus intensificou crises que já faziam parte das realidades mundial e nacional. Apesar da palavra “pandemia” remeter a tudo e a todos/as, o processo que atravessamos revela e amplifica dinâmicas do capitalismo neoliberal e mostra sua faceta de desigualdades, especialmente em países como o Brasil, cujos corpos são marcados pela vulnerabilização social. No cenário brasileiro, a crise sanitária se soma à crise de governança, resultando num pandemônio que produz mais precariedades e violências (MOREIRA ET AL, 2020). 

    Por outro lado, sabemos que a convivência e diversos modos de sobrevivência, nas grandes comunidades, acontece a partir de uma complexa rede de relações, solidariedade, sonhos, trocas e apoio. É nessa direção que alguns pressupostos da Economia Solidária podem encorajar mulheres a darem visibilidade ao seu trabalho informal, inclusive por meio das redes sociais, contribuindo dessa forma para a geração de renda, mas além disso construir uma outra cultura e uma sociedade mais fraterna e justa, do ponto de vista da igualdade e da participação cidadã no laço social. “A economia solidária é um conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito – organizadas sob a forma de autogestão, isto é, com propriedade coletiva dos meios de produção de bens de prestação de serviços ou controle destes meios, participação democrática dos membros nas decisões sobre a organização ou empreendimento e distribuição equitativa dos resultados. (CORTEGOSO ET AL, p. 26, 2008).

                Um dos principais pilares da economia solidária são as relações solidárias entre aqueles envolvidos, através das iniciativas associativas e de cooperação. O que pretendemos aprofundar, posteriormente, durante o evento, como se desenvolveu a participação dessas mulheres e em que resultou as estratégias de cooperação, apresentadas pelo grupo, com vistas a superar as diversas vulnerabilidades sociais que estão expostas.


    [1] Durante a elaboração deste resumo, para fins de submissão, a atividade do grupo de mulheres está no início da terceira etapa da metodologia, que diz respeito à formação coletiva com acesso aos profissionais que trabalham com foco em planejamento, empreendedorismo, estratégias de vendas e marketing digital.

  • Palavras-chave
  • trabalho colaborativo; mulheres; cooperação; economia solidária
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Eixo E: PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
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Ao longo dos anos os campos de práticas em Psicologia vêm se ampliando e alcançando os mais variados âmbitos, principalmente se considerarmos os avanços das políticas sociais, bem como o atual quadro de retrocessos enfrentados na presente conjuntura de crise social e política que, por sua vez, influencia direta ou indiretamente nos espaços em que a psicologia ocupa.

Atualmente, as políticas públicas se configuram como o espaço de grande inserção desses profissionais, como discutido por Mandelbaum (2012) que vê o campo social como “território fértil”, um verdadeiro laboratório para a produção em Ciências Humanas, uma vez que cada vez mais o social e o psicológico são concebidos de modo indissociável.

Com o objetivo de visibilizar práticas ligadas à psicologia e políticas públicas, bem como de interiorizar e desse modo divulgar o que tem sido proposto e desenvolvido no estado baiano, o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), órgão operacional do Conselho Regional de Psicologia 3ª região (CRP-03), tem procurado construir espaços coletivos de discussão, convocando a categoria e os estudantes de Psicologia a repensarem seus papéis nas políticas públicas e assim potencializar os espaços de atuação em todas as suas instâncias.

A Mostra de Práticas em Psicologia e Políticas Públicas concretiza esse papel. Desde sua primeira edição, em 2016, agrega trabalhos de todo o estado da Bahia, evidenciando a pluralidade do fazer psi nesse território.

Em sua terceira edição, a Mostra celebrou os 15 anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) na Bahia e pautou os seguintes eixos temáticos nos trabalhos submetidos e nos debates da programação em geral: a) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQI+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO; b) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS; c) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO; d) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE; e) PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL; f) PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA; g) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TR NSITO; h) PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES; i) PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19.

  • Eixo A: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO LGBTQIA+, SEXUALIDADES E QUESTÕES DE GÊNERO
  • Eixo B: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
  • Eixo C: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO
  • Eixo D: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
  • Eixo E: PSICOLOGIA E SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
  • Eixo F: PSICOLOGIA EM INTERFACE COM A JUSTIÇA
  • Eixo G: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, MOBILIDADE HUMANA E TRÂNSITO
  • Eixo H: PSICOLOGIA, POLÍTICAS PÚBLICAS, TRABALHO E ORGANIZAÇÕES
  • Eixo I: PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19

ORGANIZAÇÃO DOS ANAIS 
Natani Evlin Lima Dias 
Pablo Mateus dos Santos Jacinto 
Gabriela Evangelista Pereira

COMISSÃO ORGANIZADORA

Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região
Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP)

Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)

COMISSÃO CIENTÍFICA

Gabriela Evangelista Pereira (CRP-03/6656)
Monaliza Cirino de Oliveira (CRP-03/9621)
Natani Evlin Lima Dias (CRP-03/16212)
Pablo Mateus dos Santos Jacinto (CRP-03/14425)
Renan Vieira de Santana Rocha (CRP-03/11280)

 

AVALIADORAS/ES

Ailena Júlie Silva Conceição
Alana Oliveira Cintra Pedreira
Ana Caroline Moura Cabral
Candice Santana Souza de Oliveira
Carmem Virgínia Moraes da Silva
Cintia Palma Bahia
Claudson Cerqueira Santana
Denise Viana Silva
Gabriela Evangelista Pereira
Giuliano Almeida Gallindo
Glória Maria Machado Pimentel
Iara Maria Alves da Cruz Martins
Jaqueline de Lima Braz Santos
Lara Araújo Roseira Cannone
Lívia Guimarães Farias
Luana Souza Barros Palmeira
Mailson Santos Pereira
Monaliza Cirino de Oliveira
Natani Evlin Lima Dias
Pablo Mateus dos Santos Jacinto
Renan Vieira de Santana Rocha
Rodrigo Márcio Santana
Ruthe Castro de Aquino Pinheiro
Silier Andrade Cardoso Borges
Thais Santos Ouais
Thaís Teixeira Cardoso
Tiago Ferreira da Silva
Valdineia Aragao dos Santos
Vanina Miranda da Cruz
Washington Luan Gonçalves de Oliveira

 

Equipe CREPOP:

crepop03@crp03.org.br